As lições que tenho dado desde o princípio deste livro passam a ter mais forma a partir deste capítulo. Trata-se da criação de uma mente focada na prosperidade, em busca de ser “milionária”, sendo o milionário uma metáfora da riqueza próspera, desvinculada da avareza e conectada com os princípios da humanização. Todos nós queremos ter sucesso e resultados mais extraordinários, para tanto, nos esforçamos, colocamos todo o nosso empenho e forças para atingirmos este objetivo maior. Mas muitas vezes simplesmente não conseguimos alcançar o que desejamos e isso nos frustra.
Temos o hábito de questionar nosso merecimento, no sentido de acharmos que não estamos recebendo o que merecemos por nosso esforço e trabalho. Perguntamo-nos: “por que isso está acontecendo? Eu estou me esforçando tanto! Onde estou errando? Porque não tenho tudo que mereço?”. A verdade é que muitas vezes a melhor abordagem que podemos ter é não forçar ou insistir em ações para chegar a um resultado, mas aprender a nos desapegar do resultado em função do caminho.
Sim, ter, mas não valorizar o bem material e o dinheiro mais que o seu significado. Se o significado do dinheiro é puramente sua posse, talvez você esteja no campo da avareza, em vez do campo da prosperidade. A prosperidade envolve desapego do material dando maior valor ao significado. Havia meia dúzia de maçãs na geladeira. Alguém, com fome, viu as maçãs e as comeu. As maçãs acabaram.
Uma outra pessoa que, mais do que fome, queria agradar a família, lavou as maçãs, cortou as em bonitas fatias da mesma espessura, fez uma massa muito simples com manteiga, farinha e ovos, juntou açúcar e ao final ofereceu uma bonita torta de maçãs a todos.
Essa segunda pessoa, não apenas saciou mais pessoas além dela mesma, como viu nas maçãs mais do que um fim (matar a fome), mas uma possibilidade de:
a) matar a fome,
b) agradar a família,
c) se distrair com algo prazeroso (para os que gostam de cozinhar),
d) aprimorar uma habilidade,
e) diversificar a alimentação… enfim.
Uma mente milionária não vê o dinheiro como fim, ele não é o foco, o foco é em si mesmo na sua autotransformação. Em outras palavras, o meio torna-se mais importante que o fim. Talvez o fim seja riqueza, mas para que essa riqueza seja próspera o meio precisa ser expansão da consciência, evolução espiritual, estado interno de beleza, consciência do todo e, principalmente, equilíbrio entre o dar e o receber. A verdade é que não devemos nos ater às metas finais, a algo que está distante.
Precisamos nos desprender para verdadeiramente aproveitar o percurso, vivendo no agora, nos concentrando no que está acontecendo neste momento, nas ações que tomamos, buscando resolver os conflitos hoje. O desapego refere-se exatamente a isso, a não individualizar a posse, não acreditar que a posse é mais importante que o significado, a história, as memórias.
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