Já parou para pensar em sua própria mudança ao longo dos anos? Em como amadurecemos e nos tornamos indivíduos diferentes daqueles que éramos dez anos atrás? Se fizéssemos o esforço de olhar para trás, para as coisas que fazíamos e dizíamos, veríamos como somos mutáveis, um novo ser a cada nova época. Isso acontece porque, ao longo dos anos, vamos adquirindo maturidade, conhecendo pessoas que nos fazem enxergar para além dos limites impostos por nós mesmos, questionando as crenças que não nos deixavam seguir a trilha do sucesso.

O que nos proporciona mudança, também, são as tentativas, as conquistas e os fracassos. Cada tentativa de encontrar uma profissão que te satisfaz, cada início em um novo curso na faculdade até encontrar aquele que realmente completa sua alma, cada busca pela religiosidade que vai encher seu espírito, cada livro lido, cada filme visto… tudo isso é sabedoria, é engrandecimento, é aprendizado.

Todos os caminhos que percorremos ao longo da vida nos fazem entender que, muito provavelmente, o caminho mais árduo é aquele que nos leva ao mais profundo do nosso próprio ser. De que adianta conhecer as religiões, ler os melhores livros, ver os filmes mais intensos, se não percebemos que a verdadeira sabedoria está dentro de nós mesmos? Talvez cada um dos nossos atalhos tenha sido tomado para nos esquecermos do caminho principal que nos leva à verdadeira expansão de consciência.

Quase sempre, deixamos de lado o mais difícil por insegurança e medo do desconhecido. Quem não tem medo de mergulhar nas partes mais profundas do mar? Então, o mesmo acontece com nossa mente, com nossa essência. Contudo, ele é o único caminho que pode nos levar à transcendentalidade, ao conhecimento além do terreno, à percepção de que somos únicos, imcomparáveis a nada nem a ninguém e, por conta disso, somos uma infinitude de segredos a serem desvendados e tesouros a serem descobertos.

Esse caminho é cheio de altos e baixos, inseguranças e certezas, inquietudes e calmaria, avanços e recuos, terra batida e asfalto liso, calor e frio, luz e sombra, mas é o único caminho possível para alcançar nossa divindade interior. Ao percorrê-lo, conseguimos entender quem verdadeiramente somos, desvendamos segredos até então fechados a sete chaves, descobrimos nossos mais profundos sentimentos, nossas mágoas e até mesmo nossos amores mais enraizados. Aquele mistério que até então parecia indecifrável se torna mais claro que o vidro mais transparente.

Chegar nesse ponto é entender nossa essência, visualizar as crenças que nos limitam e as que nos fazem mais fortes, saber que nosso lado sombra existe para equilibrar nosso lado luz, ambos necessários para a nossa existência como pessoas. Chegamos assim ao Divino que habita dentro de cada um de nós. Durante todo o caminho, sentimos cada uma das partes de nosso corpo; vemos cada sentimento positivo e negativo que carregamos no mais profundo de nosso ser; descobrimos nosso propósito. Trilhar o caminho que leva para dentro de si mesmo é aceitar a sua missão e tomá-la para si, fazendo dela realidade.

O verdadeiro conhecimento de nós mesmos nos proporciona um novo olhar a tudo que nos cerca, um olhar de compaixão ao mundo. Conhecer a si mesmo é também conhecer o Universo e encontrar a Divindade. Pensando nesse percurso do autoconhecimento, será que mudamos mais quando olhamos para o mundo exterior ou quando nos voltamos para o mundo interior? Qual será o caminho mais difícil e qual será o mais gratificante: nadar no mar aberto ou mergulhar nas partes mais profundas do mar que nos faz ser quem somos?

PSC

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