De acordo com a Teoria dos Traços de Liderança, certas pessoas naturalmente nascem com determinadas características que as tornam mais ou menos aptas a liderar. O foco do estudo que concebeu a teoria foi, então, reconhecer as características hereditárias que levam uma pessoa a desenvolver habilidades e competências que se relacionam diretamente com a figura do líder no seu ambiente de trabalho e também fora dele.

Ainda que essa teoria, ao longo dos anos, tenha sido muito criticada por estudiosos do comportamento humano, o fato é que, até hoje, muitos pesquisadores ainda trabalham para identificar o que faz uma pessoa ser um líder nato ou não. Como reflexo disso, vemos tanto dentro como fora da internet inúmeros conteúdos apresentando as características dos líderes, já que esta ainda é uma resposta que muitos profissionais procuram para orientar a sua própria liderança.

Entretanto, segundo o antropólogo Francis Galton, 1869, “a liderança é uma exclusividade de um número reduzido de indivíduos, mérito de poucos e reflexo de traços imutáveis, que não podem ser desenvolvidos.” Ou seja, você nasce ou não nasce líder. Já no século XX, o professor de Administração e Psicologia da Universidade de Ohio, Ralph Stogdill, defendeu veementemente que a Teoria dos Traços de Liderança não tem nenhum sentido. Quem está certo afinal?

A Teoria dos Traços de Liderança

Segundo a Teoria dos Traços da Liderança existem seis habilidades comuns encontradas nos líderes natos e que se baseiam em três dimensões: personalidade, aspectos físicos e intelectuais e que são:

1. Desejo de liderar

Em primeiro lugar, é preciso que a pessoa que se identifica com a liderança tenha a vontade de assumir essa posição de comando. Nem todo mundo se sente confortável em dar ordens, em compartilhar conhecimentos, em avaliar o desempenho das pessoas e em estimular cada membro da equipe a dar o melhor de si.

Sendo assim, como em qualquer vocação, a liderança depende também do querer liderar. A vontade de um indivíduo se reflete na motivação que a pessoa encontra para exercer essa função. Líderes desmotivados e sem vontade de fazer com que as suas equipes progridam continuamente dificilmente obterão bons resultados.

2. Ambição e energia

Os colaboradores de uma equipe espelham o seu comportamento na conduta do líder. Por isso, quem deseja um time composto por pessoas animadas, motivadas, estudiosas, disciplinadas, competentes e interessadas em alcançar os objetivos precisa dar o exemplo.

Por isso, o líder precisa ser positivamente ambicioso, ou seja, deve definir objetivos estimulantes para a equipe. Ao mesmo tempo, deve ter energia para motivar os colaboradores, agir, ensinar e demonstrar que confia nas competências de cada indivíduo do time. Essa energia, contudo, deve ser focada, ou seja, canalizada no alcance das metas estabelecidas.

3. Autoconfiança

Não há nada pior do que trabalhar com um líder inseguro. Se o líder não confia em si mesmo e nas habilidades da sua equipe, como ele pode esperar que os seus liderados tenham essa postura? Todo líder precisa confiar em si mesmo e transmitir essa confiança a todos os membros da equipe.

Ser autoconfiante não significa ser arrogante, prepotente ou acreditar que está sempre certo e que nada vai dar errado. A autoconfiança é a característica daqueles que têm noção do desafio que têm pela frente, mas que nem por isso deixam de acreditar que os seus conhecimentos serão capazes de vencer esses desafios.

4. Honestidade e integridade

Nenhum líder pode tirar proveito da posição que ocupa para prosperar individualmente. Sendo assim, os líderes precisam ser honestos e íntegros, definindo as regras de conduta e submetendo-se também a elas.

Assim, quem ocupa a posição de liderança jamais pode tratar mal os seus colaboradores, abusar da autoridade, forçar as pessoas a fazerem algo que está além das suas capacidades, humilhá-las, manipulá-las, oferecer remunerações incompatíveis com as atividades exercidas e desviar dinheiro do grupo. Não há liderança sem ética, seja em um pequeno grupo profissional, seja na presidência da república.

5. Conhecimentos específicos

Se uma pessoa assume um cargo de liderança, presume-se, ao menos teoricamente, que ela tem mais conhecimento do que os outros no assunto que será trabalhado pela equipe. Assim, um gerente de marketing deverá ter um conhecimento mais amplo e mais experiência no ramo do que os seus estagiários, assistentes, analistas e demais funcionários.

O líder é responsável por tomar decisões, avaliar cenários e decidir o que será feito. Ele pode e deve ouvir os pontos de vista dos seus colaboradores, mas a escolha final será sua. Sendo assim, ele deve ser a pessoa mais capacitada da equipe, até mesmo porque ele deve compartilhar o que sabe com os seus pupilos.

Esse conhecimento, contudo, não se refere apenas ao assunto de que trata a equipe, mas à própria liderança em si. O gerente de marketing que tomamos como exemplo deve estudar sobre marketing, mas também sobre como ser um líder melhor a cada dia.

6. Inteligência

O conceito de inteligência é bastante relativo. Conforme citamos acima, o líder deve desenvolver conhecimentos específicos. No entanto, a inteligência nesse contexto consiste não apenas em adquirir esses conhecimentos, mas também em saber aplicá-los no dia a dia de trabalho.

A inteligência é o que faz o líder definir objetivos realistas, tomar decisões com base na avaliação das possibilidades apresentadas, criar um planejamento estratégico, delegar funções, compartilhar o que sabe, corrigir o que for necessário, motivar a equipe, avaliar o desempenho e estimular uma evolução contínua até que as metas sejam alcançadas.

Conclusão

Mesmo apresentando todas essas características, a Teoria dos Traços de Liderança ainda é refutada por muitos especialistas exatamente por não comprovar quais são as habilidades universais, ou seja, quais são aquelas competências que de modo geral todos os líderes têm. Assim, ainda que ela demonstre alguns atributos, as suas evidências não são fortes o suficiente para que seja uma mapeadora de lideranças definitiva, e muito menos para decretar que não seja possível tornar-se líder, independentemente de questões genéticas.

Ainda assim, os seus preceitos são usados para avaliar e separar as lideranças efetivas daquelas que de fato apresentam um desempenho desejável. E você, querida pessoa, acredita que os líderes nascem líderes também? Ou confia que essas habilidades podem ser desenvolvidas ao longo da vida? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!

Ah, e se quiser desenvolver realmente as suas habilidades de liderança, conheça o Leader Coach Training e torne-se o melhor líder que você pode ser!