A depressão é considerada o mal do século. Trata-se de uma doença que afeta a mente, mas também o corpo, limitando as capacidades do indivíduo de conduzir o seu dia a dia normalmente. Os números dos casos de depressão crescem consideravelmente ano a ano em todo mundo, sendo que o Brasil aparece em 5º lugar no ranking de casos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diante desse cenário preocupante que envolve a saúde mental, é natural que um questionamento surja: afinal de contas, a depressão tem cura? Como isso é possível? É o que você vai descobrir neste artigo. Continue a leitura e saiba mais!

O que é a depressão?

A depressão é uma doença psiquiátrica, isto é, um transtorno da mente. Ela pode afetar qualquer indivíduo em qualquer idade. Inicialmente, ela costuma ser confundida com uma tristeza qualquer, mas que se mostra mais profunda e permanente com o passar dos dias. Aos poucos, o indivíduo começa a demonstrar uma total falta de vontade de viver ou de fazer qualquer coisa, perdendo o prazer até mesmo nas atividades de que costumava gostar.

A depressão é desencadeada por um desequilíbrio na química cerebral, pois há uma insuficiência de determinados neurotransmissores (substâncias que auxiliam na comunicação entre uma célula e a outra), sobretudo a serotonina.

Esse processo tem causas genéticas, mas também pode ser provocado ou acelerado devido a determinados eventos da vida, sobretudo os negativos, como: perda de entes queridos, desemprego, doenças, crises financeiras, conflitos, estresse associado ao trabalho, e por aí vai. O uso de drogas, álcool e de alguns medicamentos também pode provocar o surgimento de quadros depressivos.

O que se sente nesse quadro?

A depressão pode ser uma doença difícil de diagnosticar, sobretudo por conta do preconceito. Frequentemente, o indivíduo deprimido, especialmente no início da doença, é visto como alguém preguiçoso ou carente de atenção, o que não é verdade. Os sintomas da depressão são muito mais complexos do que isso e afetam tanto o corpo quanto a mente.

Sintomas emocionais: tristeza profunda e prolongada, perda de interesse por qualquer atividade (inclusive as que antes eram fontes de prazer), dificuldade de concentração, baixa autoestima, sensação de fracasso, sentimento de culpa (mesmo sem motivo claro), raciocínio mais lento, alterações na libido, sensação de vazio e pensamentos autodestrutivos (até mesmo com intenção de suicídio).

Sintomas físicos: alterações no apetite, oscilações de sono (insônia ou sonolência excessiva), ganho ou perda de peso não intencional, fadiga e perda de energia, dores pelo corpo, dores de cabeça e imunidade mais baixa (aumentando as chances de infecções).

Há cura para essa doença?

Sim! A boa notícia é que os quadros depressivos têm tratamento e podem ser curados, desde que sejam levados a sério. Infelizmente, o grande obstáculo ao tratamento da depressão é o preconceito. As pessoas têm medo ou vergonha de procurar ajuda, pois acreditam que recorrer a um psicólogo ou a um médico psiquiatra é sinal de loucura ou de fraqueza, o que não é verdade.

A depressão é uma doença como qualquer outra e, como tal, precisa ser diagnosticada e tratada por um médico. O tratamento geralmente consiste em psicoterapia, que pode ou não ser combinada com a utilização de medicamentos prescritos por um psiquiatra.

  • Tratamento com psicoterapia

A psicoterapia é recomendada para todos os quadros de depressão. Na verdade, mesmo que você não tenha nenhum sintoma de transtornos da mente, também pode fazer terapia, como uma ferramenta de autoconhecimento e também para viver melhor.

Esse tratamento é feito em sessões individuais junto a um psicólogo. Nas sessões, o indivíduo vai, aos poucos, expor os seus problemas ao profissional, identificando as causas e os gatilhos do seu quadro depressivo. O profissional ajuda o paciente a compreender quais são os seus pensamentos, crenças e hábitos que favorecem o quadro depressivo, propondo novas ideias e novos comportamentos, a fim de que as mudanças amenizem os sintomas depressivos, até que a cura ocorra.

  • Tratamento medicamentoso

O tratamento medicamentoso pode não ser necessário nos quadros mais leves, mas nos moderados e nos graves é prescrito — o que também não é fraqueza nenhuma! Essas medicações só podem ser prescritas por um médico psiquiatra. Ele é o profissional responsável por analisar os sintomas e fechar o diagnóstico da doença, identificando o seu grau e o medicamento mais adequado para o tratamento.

É o psiquiatra quem define a dose e a duração desse tratamento. Portanto, não cabe ao paciente iniciar ou interromper o tratamento por conta própria, já que os medicamentos utilizados podem gerar feitos colaterais, e a retirada abrupta pode provocar consequências desagradáveis.

Geralmente, são receitados dois tipos de medicamentos: os ansiolíticos (popularmente conhecidos como calmantes, utilizados na fase crítica da doença) e os antidepressivos (que efetivamente tratam a doença, promovendo um reequilíbrio na química do cérebro).

O que podemos fazer para auxiliar o tratamento?

Além da psicoterapia e do tratamento medicamentoso, há diversas atividades paralelas que o próprio indivíduo pode adotar na sua rotina, a fim de amenizar os efeitos da depressão. Confira:

  • Alimentação equilibrada: o consumo equilibrado de proteínas, frutas, vegetais e cereais ajuda na manutenção da saúde física e mental. É importante evitar, por exemplo, os alimentos industrializados, sobretudo os pobres em nutrientes;
  • Descanso adequado: os momentos de descanso são tão importantes quanto o trabalho e o estudo. Por isso, respeite os limites do corpo e da mente e durma uma quantidade suficiente de horas por noite. Alem disso, faça um check-up médico para acompanhar a sua saúde, de maneira geral.
  • Momentos de lazer: a vida precisa de momentos de diversão, aqueles em que percebemos que viver vale a pena. Por isso, descubra os seus hobbies, assista aos seus filmes favoritos, passeie, viaje, brinque com o animalzinho de estimação e passe um tempo de qualidade ao lado dos amigos, familiares e pessoas que fazem com que você se sinta bem.
  • Atividades físicas regulares: a prática regular de atividades físicas ajuda a regularizar a produção dos neurotransmissores associados aos quadros de depressão. Por isso, encontre um exercício físico que lhe dê prazer e pratique-o. Além disso, a prática favorece o contato com outras pessoas, o que tende a ser positivo. No começo, é normal que o exercício físico seja difícil, mas você perceberá como vale a pena, devido à sensação de bem-estar produzida.
  • Atividades de relaxamento: meditação, massagem, acupuntura, banhos quentes relaxantes, ioga, pilates e até mesmo uma simples oração são atividades que promovem o relaxamento e a autoconsciência, com foco no momento presente. Elas aliviam os sentimentos e pensamentos negativos e também promovem uma sensação de bem-estar.

Como você pode perceber, a depressão é uma doença que tem tratamento e tem cura. Contudo, é importante deixar o preconceito de lado, procurar o auxílio médico e seguir o tratamento prescrito, bem como incluir as atividades acima descritas na sua rotina. Além disso, se você conhece alguém que esteja passando por esse quadro, seja compreensivo e mostre à pessoa que existe cura e que tudo isso vai passar. Apenas não a julgue, fazendo-a sentir-se ainda pior, OK? Empatia sempre!

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