A confiança é um elemento fundamental em todas as relações humanas. Naturalmente, isso inclui as relações de trabalho, em que precisamos lidar diariamente com os nossos chefes, colegas, sócios, clientes e colaboradores. Dessa forma, compreendemos que as emoções humanas precisam ser adequadamente administradas para que essas relações sejam positivas.

Nesse sentido, o conceito BRAVING é bastante importante, pois contempla um conjunto de pilares fundamentais, que precisam ser desenvolvidos nas relações entre as pessoas, sobretudo nos ambientes de trabalho. Quer saber mais sobre o tema? Então, é só dar continuidade à leitura a seguir!

BRAVING: entendendo o conceito

BRAVING é um termo que vem do inglês, podendo ser traduzido como “desafiando” ou “encorajando”. Na verdade, trata-se de uma sigla criada pela pesquisadora da Universidade de Houston (EUA) Brené Brown, sendo que cada letra representa um elemento da metodologia.

Trata-se de um conjunto de fatores que elevam a confiança nas organizações e que, consequentemente, tornam as relações interpessoais mais produtivas e harmônicas. Isso auxilia na construção de um clima organizacional positivo. Na sequência, você conhecerá melhor cada um desses elementos. Aproveite para refletir sobre a presença e o desenvolvimento desses itens no seu ambiente de trabalho.

Os 7 pilares do BRAVING

1. B-Boundaries (limites)

As relações que estabelecemos nos ambientes de trabalho podem gerar intimidade e até mesmo amizades interessantes. No entanto, não podemos nos esquecer de que estamos em um contexto profissional. Dessa forma, é fundamental estabelecer alguns limites nessas interações, justamente para preservar e proteger os envolvidos.

Por isso, é importante definir até onde cada um pode ir, de modo que ninguém desrespeite ninguém ou queira “forçar a barra” em uma intimidade que ainda não existe. Limites devem ser estabelecidos por meio das normas institucionais e também pelo próprio comportamento das pessoas, deixando claro o que é permitido e o que não é.

2. R — Reliability (confiabilidade)

O termo confiabilidade representa a essência da confiança nas relações, justamente porque, segundo a autora, se refere à reciprocidade entre os indivíduos. Isso quer dizer que, se todos cumprirem as suas obrigações e responsabilidades, o líder poderá confiar no liderado, e vice-versa. Isso vale, na verdade, para todas as relações da organização.

Esse pilar depende da capacidade das pessoas de cumprirem as suas obrigações com regularidade, de modo que os demais saibam que podem confiar nelas. Isso é fundamental para as pessoas que cumprem promessas em diferentes vertentes: ajudar os colegas, ter boas ideias, cumprir prazos, manter a regularidade e a qualidade das entregas etc.

3. A — Accountability (responsabilidade)

Bastante associado ao item anterior, temos o conceito de responsabilidade, ou seja, de dar conta de tudo aquilo que é sua obrigação. Em um contexto empresarial, precisamos nos lembrar de que não estamos sozinhos, isto é, que as nossas ações impactam e são impactadas pelas ações dos outros, o que demanda responsabilidade.

Essa responsabilidade inclui assumir os próprios erros, afinal, eles são um processo natural da aprendizagem e do próprio dia a dia de trabalho. Assim, desenvolver esse pilar consiste também em assumir as próprias falhas, pedir desculpas, corrigir o erro, comprometer-se a evitá-lo futuramente e também ser compreensivo com as falhas dos colegas.

4. V — Vault (cofre)

O 4º item da lista parece um pouco misterioso, mas não é difícil de compreender. O conceito de “cofre” se refere aos sentimentos de proteção e zelo que são criados entre os indivíduos que fazem parte de um grupo, como é o caso de uma empresa ou de uma equipe de trabalho.

Basicamente, esse conceito refere-se ao ato de não trair um colega. Se alguém da empresa confia a você um segredo, por exemplo, é sua obrigação não contá-lo a mais ninguém. Essa é a essência do “cofre” nesta metodologia.

5. I — Integrity (integridade)

Integridade é um princípio que resume todos os fatores morais que fazem parte de uma equipe: responsabilidade, ética, respeito, honestidade, coerência e capacidade de cumprir as promessas. Esse conjunto de elementos faz uma pessoa íntegra, o que é essencial para o engajamento e o bom relacionamento dentro de um grupo.

Dessa forma, para haver integridade, é primordial que os membros de uma equipe definam quais são os valores que devem nortear as suas ações e relações. Isso inclui respeitar as diferenças, o tempo e o espaço de cada um, criando a confiança necessária para um convívio de harmonia no dia a dia.

6. N — Non-judgement (não julgamento)

Esse princípio refere-se à capacidade das pessoas de não julgar os sentimentos, ideias, palavras e atitudes dos colegas, especialmente quando não compreendem o contexto geral em que essas ações foram tomadas. A diversidade entre indivíduos, tão presente nas empresas, precisa desse componente de empatia, em que nos colocamos mentalmente no lugar do outro para compreendê-lo sem julgá-lo.

Assim como não gostamos de receber julgamentos, também não devemos julgar o outro, apenas por ser diferente de nós em alguns aspectos. Isso deve ocorrer em todos os contextos do dia a dia: quando alguém expõe uma ideia, pede ajuda a um colega, toma uma decisão difícil, comete um erro, e por aí vai.

7. G — Generosity (generosidade)

Por fim, chegamos ao último elemento da confiança nas relações dentro das organizações: a generosidade. Ser generoso significa combater o individualismo e a competitividade negativa entre os colegas, substituindo-os pela cooperação e pela amizade.

A gentileza se dá em palavras de incentivo, em gestos de ajuda mútua, em respeito na hora de corrigir um erro, em ensinamentos compartilhados, em boa vontade para ajudar os colegas, em bom humor no dia a dia, enfim, em uma série de atitudes que conferem mais leveza à equipe.

O BRAVING é um conjunto de elementos fundamentais ao sucesso de qualquer equipe de trabalho, auxiliando na construção de um clima organizacional positivo. Isso tem como consequência a redução da competitividade negativa, da fofoca e da rotatividade de funcionários. Em contrapartida, beneficia a confiança, a liberdade criativa, a autonomia e a retenção de talentos.

E você, querida pessoa, identifica alguns dos componentes do BRAVING no seu ambiente de trabalho? Quais? Quais deles ainda precisam se desenvolver mais? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!