O termo “mentalidade” ou “mindset” se refere a um padrão de crenças, pensamentos e ideias que direciona as suas atitudes e o seu comportamento nas diferentes áreas da vida. Naturalmente, isso impacta não apenas as relações pessoais como também o desenvolvimento das carreiras das pessoas.

Nesse sentido, especialistas afirmam que podemos ter dois tipos de mentalidade: a mentalidade inward e a mentalidade outward. Neste artigo, você vai conhecer melhor as características que descrevem esses dois sistemas e que diferem um do outro. Preparado? Então, continue a leitura e saiba mais!

O que é a mentalidade inward?

A mentalidade inward pode ser traduzida como uma mentalidade “para dentro”. Ela é tem o foco no “eu”, no ego, isto é, focada em si mesmo. Essa perspectiva de pensamento é considerada reduzida e limitada.

É claro que todos nós precisamos de alguns momentos de introspecção — o que inclusive é benéfico para o autoconhecimento. No entanto, esse tipo de mentalidade apresenta uma verdadeira desconsideração ou desvalorização do contexto exterior (que inclui a existência e o respeito ao outro). Por isso, trata-se de uma visão egocêntrica e que pode trazer problemas, sobretudo a quem exerce funções de liderança.

5 traços da mentalidade inward

Conheça, na sequência, 5 traços que ajudam a explicar o funcionamento da mentalidade inward. Perceba como ela pode limitar os potenciais do indivíduo e da sua equipe.

1. O outro como inimigo

Um dos maiores traços desse tipo de mentalidade é entender o outro como um inimigo. É claro que cada pessoa deve proteger os seus interesses, mas é possível conciliá-los com os ideais do grupo. No entanto, o indivíduo com elevada mentalidade inward tende a enxergar o outro como um meio para conquistar os seus objetivos pessoais, como um obstáculo no seu caminho ou simplesmente como algo a ser ignorado.

2. Interesses pessoais

Esse tipo de mentalidade apresenta também um elevado egocentrismo. A pessoa coloca-se como a única cujos anseios, desejos e ideias mereçam valor. Dessa forma, as suas atitudes são sempre direcionadas à satisfação das suas necessidades pessoais, sem qualquer tipo de preocupação sobre como o seu comportamento pode impactar os outros.

3. Preocupação excessiva com o “eu”

Esse tipo de pessoa também tende a ter uma preocupação elevada com o que os outros pensam dela. Não que esses indivíduos estejam preocupados em ser vistos como alguém bacana ou colaborativo, mas querem apenas ser vistos e admirados, tendo as suas vontades feitas. Pode haver uma necessidade de mostrar-se com superioridade, buscando aceitação apenas para alcançar os seus próprios objetivos.

4. Desvalorização da comunicação

Em um contexto de atividade em grupo, é comum que as pessoas com a mentalidade inward tomem atitudes por conta própria. Não comunicam os demais sobre as suas decisões e não levam em consideração as opiniões alheias para fazer as suas escolhas. É o clássico comportamento daquele funcionário individualista ou daquele líder autocrático, que não ouve sugestões e que não admite contestações.

5. Terceirização da culpa

Por fim, sempre que um resultado negativo surge no grupo, aquele que apresenta esse mindset tende a culpar os outros por culpas que podem ser suas (ao menos parcialmente) e a descontar neles a sua frustração. São pessoas que não percebem que as atitudes delas também podem ter contribuído para esse resultado indesejado, atribuindo-o sempre à incompetência alheia.

O que é a mentalidade outward?

Em oposição à mentalidade inward, a mentalidade outward é traduzida como uma mentalidade “para fora”. Nesse caso, estamos falando de uma mentalidade inclusiva em direção ao outro, mais expandida e menos limitada.

Essa perspectiva de pensamento é considerada integral e sistêmica. O indivíduo não deixa de pensar em si, mas considera que ele faz parte de um todo maior, o que o leva a considerar também a existência e a opinião do outro. Ela beneficia o convívio social e o trabalho em equipe, tanto para os líderes quanto para os liderados.

5 traços da mentalidade outward

Confira, na sequência, 5 traços essenciais para compreender esse mindset e perceber como ele faz uma oposição ao mindset inward.

1. Altruísmo e empatia

O altruísmo é o combate ao egoísmo, entendendo que o outro existe e também merece valor. A empatia é a capacidade de nos colocarmos mentalmente no lugar do outro, o que nos ajuda a sermos mais solidários e cooperativos uns com os outros. Nesse contexto, o outro não é visto como um inimigo, mas apenas como outro ser humano a ser respeitado, com os seus objetivos, sonhos, desafios e necessidades.

2. Responsabilidade individual e coletiva

Esse tipo de mentalidade permite que as pessoas alcancem os seus objetivos e cumpram as suas responsabilidades de uma maneira que ajude os demais membros do grupo a também alcançarem as suas metas. A interligação entre as pessoas se dá em uma relação de ganhos mútuos, e não de competição. Cumprir a sua função ajuda os outros a também cumprirem as deles.

3. Compartilhamento de conhecimentos

“Se o outro não é visto como um rival, não há porque esconder dele aquilo que eu sei”. Essa é uma das ideias básicas da mentalidade outward. Assim, até mesmo os líderes compartilham o que sabem com os liderados, pois entendem que isso fortalecerá a equipe, sem “ameaçar” a sua posição. Há boa vontade para ajudar, ensinar, orientar, instruir e corrigir com paciência.

4. Valorização da comunicação

A proatividade nesse sistema não é confundida com o egoísmo. Portanto, aquilo que uma pessoa faz é comunicado antecipadamente aos demais membros do grupo. Decisões são tomadas coletivamente, de modo que o interesse do grupo se sobrepõe aos interesses individuais, o que demanda das pessoas a humildade para fazer concessões. A opinião coletiva é levada em consideração antes de agir, de modo que ações individuais não sejam prejudiciais ao outro.

5. Colaboração e democracia

A colaboração é a palavra-chave desse sistema. Mesmo que existam divergências entre os membros da equipe, elas são expostas com clareza e tranquilidade. Os líderes ouvem aquilo que os liderados têm a dizer, estando abertos às suas sugestões e considerações. Nem sempre é possível agradar a todos, mas todos são ouvidos.

Concluindo, a mentalidade inward é focada em si mesmo e favorece o egocentrismo e a liderança autocrática. A mentalidade outward, por sua vez, fomenta a altruísmo e a colaboração, estando mais associada às lideranças democráticas e inclusivas.

E você, querida pessoa, enxerga qual dos dois modelos com predominância no seu local de trabalho? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!