O amor é talvez um dos aspectos mais valorizados nas relações humanas. No entanto, enquanto algumas pessoas parecem ser muito bem-sucedidas nessa área da vida, outras parecem encontrar apenas desilusão e sofrimento. Dessa forma, podemos entender que cada indivíduo pode assumir um papel diferente nessa área da vida. Essa foi a constatação de Allan G. Hunter, terapeuta e professor de literatura nos EUA.
Ele publicou o livro Os seis arquétipos do amor, em que lista esses personagens que as pessoas podem assumir em diferentes momentos da vida. Inspirados em contos de fadas e em símbolos do tarô, os arquétipos são representações de determinadas posturas humanas frente ao amor. Assim, cada pessoa pode assumir o papel de diferentes arquétipos ao longo da vida. Neste artigo, vamos conhecer melhor as características de cada um dos arquétipos de Hunter. Boa leitura!
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1. O inocente
O inocente é o indivíduo que acredita plenamente no amor que o outro sente por ele, tal qual um recém-nascido confia no amor materno. Esse arquétipo representa um grau de pureza e confiança total, em que a pessoa confia com 100% de segurança no amor do outro. Isso pode ser muito positivo, mas demanda alguns cuidados.
Quem tem esse arquétipo forte dentro de si pode perdoar com facilidade demais as falhas da pessoa amada. Otimista e confiante, pode frustrar-se ao comprovar que está sendo enganado. Esse é um dos estágios iniciais do amor, e, segundo o autor, as pessoas permanecem nele por pouco tempo, pois logo amadurecem e adquirem certa “vigilância” para se defender das armadilhas do mundo. Por outro lado, não podemos sufocar por completo a voz desse arquétipo, que representa a confiança e a pureza.
2. O órfão
O órfão é o arquétipo que sucede o inocente. Aqui, estamos diante de um personagem que representa aqueles que já perceberam que o mundo não é perfeito e que nem sempre os nossos anseios são adequadamente correspondidos. Esse arquétipo é mais seletivo e vincula-se a outras pessoas a quem considera serem de confiança. Aqui, o indivíduo vivencia um conflito: manter os seus valores e ficar sozinho ou adaptar-se às outras pessoas para ser aceito?
Essa questão de identidade traz um aprendizado importante: não podemos confundir o amor com uma desesperada necessidade de pertencimento. Órfãos saudáveis conseguem alcançar esse equilíbrio, mas os órfãos não saudáveis assumem uma postura da vítima, necessitando de alguém que os salve. Trata-se de um estágio de carência, que também precisa ser superado, já que não podemos depositar em uma única pessoa a nossa felicidade total.
3. O peregrino
O peregrino é o personagem que está em busca de significados mais profundos para a sua vida. Ele já saiu do estágio de carência do arquétipo anterior e está à procura de relacionamentos mais saudáveis e significativos. Quando os dois membros de um casal estão nessa fase, as descobertas mútuas podem ser muito positivas. Contudo, se apenas uma das partes deseja algo mais profundo, enquanto a outra quer deixar as coisas como estão, isso pode trazer conflitos.
Esse arquétipo busca um propósito maior nas suas relações, mas pode ter uma “recaída” de carência e regressar ao arquétipo anterior. Contudo, para aqueles que amadurecem e que aprendem com as consequências das suas atitudes, essa pode ser uma fase de muito crescimento no amor. O único problema é o peregrino gostar tanto dessa fase de busca a ponto de perder o interesse por encontrar o que procura.
4. O guerreiro-amante
O guerreiro-amante é um arquétipo composto por duas forças que precisam estar em equilíbrio: o masculino e o feminino, a força e a bondade, a ambição e a concessão. O ideal é encontrar alguém que tenha esse mesmo arquétipo, de modo que as características de um complementem as características de outro. Quando isso ocorre, relacionamentos duradouros podem surgir.
Os amantes podem alternar essas forças ao longo do tempo, mas, desde que estejam sempre se complementando, a relação pode gerar consciência, intimidade, integração e comprometimento. É claro que ajustes para superar conflitos e frustrações continuam se fazendo necessários, como ocorre com qualquer casal. O único perigo desse arquétipo é que os envolvidos tornem-se tão dependentes um do outro que deixem de se abrir ao convívio com outras pessoas.
5. O monarca
O arquétipo do monarca é um aperfeiçoamento do estágio anterior: do guerreiro-amante. Aqui, encontramos a solidez do rei e da rainha, que alcançam um alto grau de comprometimento amoroso. No entanto, ao contrário do arquétipo anterior, o monarca é capaz de transbordar o amor que vivencia na sua relação pessoal para outras pessoas, pensando no bem-estar coletivo. Nesse caso, o amor construído no casal e na família que ele formou gera aprendizados que podem ser levados a outras áreas da vida.
Entre esses aprendizados, estão o respeito às diferenças, a resolução de conflitos e a aceitação da autonomia de cada um. Esse arquétipo mostra que o amor pode ser vivenciado de diferentes formas: o amor por si mesmo, o amor pela pessoa amada e o amor pelas demais pessoas. É o caso de quem vive uma relação amorosa feliz, mas continua se relacionando positivamente com o mundo ao redor.
6. O mago
Por fim, o mago é o arquétipo que representa aqueles indivíduos cujos atos são sempre expressões de amor. Nesse caso, estamos falando de um amor sem expectativas de recompensa, retribuição ou submissão. É um amor espiritual, sem relação com posições sociais, ego e orgulho. É o que ocorre quando a pessoa se relaciona com os seus semelhantes sem qualquer distinção. Aqui, fecha-se o ciclo, pois retornam a confiança e a pureza do inocente.
Esse tipo de amor está associado ao progresso espiritual do mundo, fazendo nascer um espírito de fraternidade, solidariedade e fim de mazelas — fome, guerras, destruição do planeta etc. O mago ama as pessoas pela sua essência, com motivações muito mais profundas do que qualquer conforto material. É um amor com liberdade, em que aprendemos que só seremos verdadeiramente amados quando deixarmos de lado a ideia de querermos ser melhores do que os outros.
Os 6 arquétipos do amor, portanto, trazem reflexões e aprendizados importantes sobre como amamos as pessoas ao nosso redor. São estágios evolutivos, mas, em cada fase, a algo a ser aprendido e colocado em prática. Que você esteja sempre pronto para alcançar o próximo nível e amar de forma intensa e saudável!
E você, ser de luz, em qual estágio do amor se encontra? Qual arquétipo melhor o representa neste momento? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!