O que você sente quando todo mundo está comentando o capítulo mais recente de uma série que você não acompanha? Quando todos cantam uma música cuja letra você não sabe? Quando todos falam de um evento ao qual você não pôde comparecer? É uma sensação desagradável, não é mesmo? Recentemente, essa sensação passou a ser conhecida como FOMO.

O FOMO é o popular medo de ficar de fora, o que tem se tornado muito comum e gerado consequências negativas, sobretudo para a nossa saúde mental. Neste artigo, vamos entender melhor como ocorre esse “fenômeno”, quais são essas consequências e o que podemos fazer para evitá-las. Acompanhe!

FOMO: o que é?

FOMO é a sigla em inglês para Fear of Missing Out, que significa “medo de estar perdendo algo”. Trata-se da ansiedade ou preocupação de que outras pessoas estão se divertindo, experimentando algo interessante ou vivendo oportunidades importantes, enquanto você está ausente.

Esse sentimento é amplificado pelas redes sociais, onde as pessoas compartilham momentos das suas vidas que parecem emocionantes ou especiais, fazendo com que os outros sintam que estão ficando de fora.

FOMO está relacionado ao desejo de estar sempre atualizado e conectado, seja com eventos, novidades ou experiências, o que pode gerar estresse e insatisfação. Assim, muitas pessoas com FOMO se sentem pressionadas a participar de atividades ou a se manter ativamente online para evitar o sentimento de exclusão. Isso pode resultar em sobrecarga emocional, falta de foco e até dificuldades em apreciar o momento presente.

Quais são as consequências do FOMO?

O FOMO tem sido discutido como um efeito colateral da era digital, incentivando as pessoas a equilibrar o uso de redes sociais e a cuidar melhor da saúde mental. Diversas consequências negativas surgem diante desse medo de ficar de fora, conforme você verá a seguir.

1. Ansiedade e estresse

Vivemos uma época de excesso de estímulos, em que o constante medo de estar perdendo algo interessante pode gerar uma sensação de ansiedade. Isso pode se manifestar como inquietação e preocupação excessiva. As pessoas ficam constantemente verificando as redes sociais ou mensagens de texto para garantir que estão acompanhando as novidades, o que aumenta o nível de estresse. É um estado de alerta constante, que dificulta o foco e o relaxamento.

2. Baixa autoestima e comparação social

O FOMO incentiva a comparação com os outros, principalmente em relação ao que se vê nas redes sociais. Assim, as pessoas começam a acreditar que as suas vidas são menos emocionantes ou satisfatórias do que as dos outros, o que pode levar à insatisfação pessoal e à diminuição da autoestima. No entanto, devemos ter em mente que as redes sociais não são um retrato fiel da realidade, pois incluem apenas os melhores momentos da vida das pessoas, o que não significa que seja assim sempre.

3. Dificuldade em estar presente

Quem sofre de FOMO tem dificuldade em focar no momento presente, já que a preocupação com o que está acontecendo em outro lugar se torna constante. Isso prejudica a capacidade de apreciar experiências e viver de forma plena as situações cotidianas. É o caso de quem não consegue trabalhar porque está sempre checando as redes sociais ou mesmo de quem não consegue relaxar nos momentos de lazer porque fica imaginando como está sendo a festa da qual foi excluído.

4. Sobrecarga digital

A necessidade de estar sempre conectado para acompanhar o que os outros estão fazendo pode levar ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como celulares e redes sociais. Essa sobrecarga digital pode impactar a qualidade do sono, aumentar o cansaço mental e criar um ciclo de dependência tecnológica. Além disso, sabe-se que esse excesso de “vida digital” prejudica a “vida real”, como o convívio com a família, a vida amorosa, os compromissos profissionais, entre outros.

5. Superficialidade

O FOMO pode fazer com que as pessoas priorizem atividades sociais ou interações que parecem mais interessantes nas redes, em vez de cultivar relacionamentos profundos e significativos. Isso pode resultar em laços mais superficiais, pois o foco passa a ser a quantidade de interações, em vez da qualidade. Além disso, a pessoa pode ver-se “forçada” a fazer ou a acompanhar algo que ela mesma não tem vontade, mas o faz apenas porque tem a sensação de que “todo mundo está fazendo”.

6. Impulsividade e exaustão

O FOMO pode levar a decisões precipitadas, como participar de eventos ou compras que, na verdade, não fazem sentido para a pessoa. Isso pode gerar arrependimento posteriormente, já que essas escolhas são feitas apenas para evitar a sensação de exclusão. A pessoa pode nem gostar de novelas, por exemplo, mas assiste só para não ficar de fora das conversas. Isso pode levar à exaustão física e mental, pois ela tenta fazer muitas coisas ao mesmo tempo, prejudicando a sua saúde e bem-estar.

Como lidar com o FOMO?

Lidar com o FOMO envolve uma combinação de autoconsciência, mudança de hábitos e desenvolvimento de uma atitude mais equilibrada em relação à vida digital. Aqui estão algumas estratégias eficazes para colocar isso em prática.

1. Cuide da sua saúde mental

Cuidar da saúde mental, por meio de terapia ou outras práticas de bem-estar, é uma maneira eficaz de reduzir os sentimentos de FOMO. A ansiedade e a comparação social são mais facilmente gerenciadas quando você desenvolve o autoconhecimento e uma autopercepção mais saudável. Nesse sentido, uma sugestão eficaz é a prática do mindfulness, que ajuda você a se desconectar da preocupação constante com o que acontece ao seu redor e a apreciar o que está acontecendo aqui e agora.

2. Limite o uso de redes sociais

Reduza o tempo que você passa nas redes sociais ou estabeleça horários específicos para verificar essas plataformas. Use ferramentas de monitoramento de tempo ou até mesmo períodos de “detox digital” para se desconectar conscientemente, permitindo que você se afaste da sobrecarga de informações que contribui para o FOMO. Assim, você condicionará a sua mente a preocupar-se menos com os assuntos do momento e com as vidas alheias. É um processo gradativo, cujos benefícios surgem aos poucos.

3. Aceite que você não pode estar em todos os lugares

Entender que é impossível estar em todas as situações ou experiências é uma parte essencial de lidar com o FOMO. Aceitar que não há problema em perder alguns eventos ou novidades permite que você viva com mais paz e equilíbrio, em vez de se sentir pressionado a fazer tudo. Por isso, reflita sobre o que realmente importa para você e direcione o seu tempo e a sua energia para aquilo que estiver mais alinhado com os seus valores e objetivos pessoais. Defina as suas prioridades.

4. Foque em relações significativas

Além de definir as suas prioridades nas atividades com as quais se envolve, invista em relacionamentos que realmente importam para você, em vez de tentar estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Como vimos acima, o FOMO muitas vezes promove conexões superficiais, enquanto relacionamentos profundos e autênticos são mais gratificantes e satisfatórios.

5. Desenvolva o JOMO

O conceito de JOMO (Joy of Missing Out ou “alegria de ficar de fora”) é a antítese do FOMO. Trata-se de aprender a apreciar o tempo longe de eventos sociais ou do mundo online e encontrar prazer em momentos de tranquilidade, introspecção e autocuidado. Aprenda a ficar bem sozinho de vez em quando! Além do mais, lembre-se de ser grato. Ao concentrar-se nas coisas boas que você já tem na sua vida, fica mais fácil se desconectar da sensação de estar perdendo algo.

Em conclusão, as consequências do FOMO afetam tanto o bem-estar mental quanto a qualidade das relações e a capacidade de se desconectar e viver o momento presente. Por isso, é importante equilibrar a vida online e offline, além de praticar a autocompaixão e a aceitação para lidar melhor com esse medo. Coloque as estratégias acima em prática para lidar melhor com o FOMO e redirecionar a sua atenção para aquilo que realmente agrega valor à sua vida!

E você, ser de luz, sofre de FOMO? Como isso tem impactado a sua vida? O que faz para enfrentar essa questão? Colabore deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!