Ser de luz, você já teve alguma dor ou sintoma físico que simplesmente não foi explicado pela medicina? Qualquer pessoa está sujeita a esse tipo de problema, que, na verdade, tem origem psicológica. Estamos falando dos chamados “transtornos somatoformes”.

Neste artigo, você vai entender o que são esses transtornos, quais são os principais tipos, quais são os sintomas de cada transtorno, quais são as causas e fatores de risco para os problemas desse tipo e quais são as possibilidades de tratamento que a medicina e a psicologia oferecem atualmente. Continue a leitura e saiba mais!

O que são transtornos somatoformes?

Os transtornos somatoformes são um grupo de distúrbios mentais caracterizados pela presença de sintomas físicos persistentes que não podem ser completamente explicados por uma condição médica ou por outras causas físicas.

Esses sintomas muitas vezes são associados a preocupações excessivas com a saúde, mas não têm uma base médica identificável. Assim, por mais que os exames clínicos e diagnósticos não revelem anormalidades, o sofrimento da pessoa é real e impacta a sua qualidade de vida.

Quais são os tipos de transtornos somatoformes que existem?

Conheça os principais tipos desse transtorno.

1. Transtorno de sintomas somáticos

Esse transtorno envolve múltiplos sintomas físicos, que causam angústia significativa e interferem nas atividades diárias, mas não têm uma explicação médica clara. As pessoas com esse transtorno geralmente sentem sintomas como dor crônica, fadiga, problemas gastrointestinais e outros desconfortos físicos. Elas focam excessivamente nos seus sintomas, muitas vezes acreditando que são graves, mesmo que os médicos não consigam encontrar uma causa.

Os pacientes podem passar por vários tratamentos e exames médicos, sem que os profissionais de saúde encontrem uma explicação clara. Além disso, os sintomas não precisam ser constantes. Podem surgir em diferentes momentos e partes do corpo. No entanto, a preocupação e a angústia associadas aos sintomas tendem a ser persistentes.

2. Transtorno de ansiedade de doença (hipocondria)

O transtorno de ansiedade de doença (antiga hipocondria) é caracterizado por uma preocupação intensa e persistente de que a pessoa tenha uma doença grave, mesmo quando exames médicos mostram que está tudo bem. Quem sofre desse transtorno interpreta sintomas físicos normais (como um pequeno desconforto, dor ou alteração corporal) como sinais de doenças graves.

Nesse caso, o paciente pode alternar entre a busca compulsiva por exames e consultas médicas e a evitação de médicos por medo de descobrir uma doença. Além disso, a pessoa sente ansiedade constante sobre a sua saúde e, muitas vezes, não se sente aliviada, mesmo quando recebe resultados negativos para doenças.

3. Transtorno de conversão

Neste transtorno, também conhecido como “transtorno de sintomas neurológicos funcionais”, os sintomas neurológicos, como paralisia, cegueira ou convulsões, aparecem sem que haja uma causa médica detectável.

Alguns dos sintomas mais comuns incluem: fraqueza ou paralisia muscular, movimentos anormais (como tremores ou convulsões que não têm origem em distúrbios neurológicos conhecidos), perda de visão, surdez, perda de sensibilidade ao toque, além de problemas com fala ou coordenação motora.

Geralmente, os sintomas ocorrem após situações de estresse ou trauma emocional, levando à hipótese de que o transtorno de conversão seja uma manifestação física de conflitos psicológicos.

4. Transtorno dismórfico corporal

Nesse transtorno, o foco está em uma preocupação exagerada com imperfeições percebidas na aparência física, que muitas vezes são mínimas ou inexistentes. Dessa forma, as pessoas com esse transtorno podem gastar horas do dia se preocupando com uma característica física que acreditam estar deformada ou imperfeita (como o tamanho do nariz, a pele, os dentes, etc.).

O paciente também tende a realizar comportamentos repetitivos, como olhar-se no espelho, tentar esconder ou corrigir a área de preocupação (com maquiagem, roupas ou cirurgias). Também é comum evitar situações sociais por medo de ser julgado ou ridicularizado pela aparência. Assim, esse transtorno pode causar isolamento social e baixa autoestima, levando a um comportamento compulsivo, como a busca por cirurgias plásticas, muitas vezes sem resultados satisfatórios.

5. Transtorno de dor somatoforme

Esse transtorno é caracterizado por uma dor persistente que não tem uma causa física aparente ou que é desproporcional a qualquer condição médica identificável. A pessoa pode sentir dor intensa em várias partes do corpo (cabeça, costas, articulações, etc.), que não responde bem aos tratamentos convencionais.

O sofrimento causado pela dor afeta significativamente a qualidade de vida, dificultando o trabalho, o convívio social e as atividades diárias. Por mais que a dor seja real, acredita-se que fatores emocionais, como ansiedade, depressão e traumas, desempenhem um papel importante em sua manifestação e manutenção.

Quais são as causas e fatores de risco para os transtornos somatoformes?

Os transtornos somatoformes podem ser influenciados por uma combinação de fatores, incluindo:

  • Estresse: traumas ou eventos estressantes podem desencadear ou piorar os sintomas.
  • Fatores psicológicos: ansiedade, depressão e outros transtornos mentais frequentemente coexistem com os transtornos somatoformes.
  • Experiências passadas: pessoas que tiveram doenças graves ou foram muito expostas a comportamentos de preocupação excessiva com a saúde na infância podem ter mais propensão a desenvolver esses transtornos.

Como tratar esses transtornos?

O tratamento dos transtornos somatoformes geralmente inclui uma combinação de:

  • Psicoterapia: a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é amplamente utilizada para ajudar as pessoas a entender e modificar pensamentos e comportamentos que contribuem para os seus sintomas.
  • Medicamentos: antidepressivos e ansiolíticos podem ser prescritos para aliviar sintomas de ansiedade e depressão que muitas vezes acompanham esses transtornos.
  • Educação e suporte médico: um acompanhamento médico frequente pode ajudar a tranquilizar o paciente e evitar exames e procedimentos desnecessários.

O objetivo do tratamento é ajudar o indivíduo a lidar com os seus sintomas de maneira mais saudável e a reduzir o impacto negativo na sua vida cotidiana.

Em conclusão, os transtornos somatoformes são condições complexas em que os sintomas físicos, embora reais e angustiantes, têm raízes psicológicas significativas. O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo psicoterapia, medicação (quando necessário) e apoio médico contínuo para tranquilizar os pacientes e ajudá-los a encontrar uma maneira saudável de lidar com as suas preocupações e sintomas.

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