A forma como uma pessoa enxerga o próprio corpo exerce uma forte influência sobre a sua autoestima, os seus relacionamentos e as suas escolhas diárias. Em um contexto social marcado por padrões estéticos rígidos, filtros digitais e comparações constantes, nem sempre a percepção que alguém tem de si corresponde à realidade. Em consequência, um transtorno chamado “dismorfia corporal” ganha espaço, muitas vezes de forma silenciosa.

Esse transtorno vai além de uma simples insatisfação com a aparência e pode gerar um sofrimento emocional significativo. Por isso, compreender os seus sinais, causas e possibilidades de tratamento é um passo importante para promover a saúde mental e a qualidade de vida. Continue a leitura a seguir e saiba mais sobre esse transtorno!

O que é dismorfia corporal?

A dismorfia corporal, também conhecida como transtorno dismórfico corporal (TDC), é uma condição psicológica caracterizada por uma preocupação excessiva com supostos defeitos físicos, que geralmente são mínimos ou inexistentes aos olhos de outras pessoas.

Quem convive com esse transtorno tende a enxergar o próprio corpo de forma distorcida, atribuindo grande importância a detalhes específicos, como o formato do nariz, a pele, o peso, entre outros. Dessa forma, essa percepção negativa pode consumir grande parte do tempo e da energia mental do indivíduo, interferindo na sua vida social, profissional e afetiva. Trata-se de um transtorno reconhecido pela psiquiatria, com impactos reais na saúde mental.

Quais são as causas da dismorfia corporal?

As causas da dismorfia corporal são multifatoriais e envolvem a interação entre fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. Nesse sentido, predisposições genéticas, alterações neuroquímicas e alguns traços de personalidade, como perfeccionismo e baixa autoestima, podem aumentar a vulnerabilidade ao transtorno.

Além disso, experiências de bullying, críticas constantes à aparência e ambientes familiares ou sociais excessivamente exigentes contribuem para a formação de uma autoimagem negativa. Aliás, a influência da mídia e das redes sociais, que frequentemente reforçam padrões estéticos irreais, também desempenha um papel relevante. Por isso, em muitos casos, a dismorfia corporal surge como uma tentativa distorcida de alcançar aceitação e valor pessoal.

Quais são os sintomas dessa condição?

Os sintomas da dismorfia corporal vão além de uma insatisfação estética comum. É frequente que a pessoa passe horas por dia pensando no “defeito” percebido, verificando-se repetidamente no espelho ou, ao contrário, evitando completamente a própria imagem, sem mesmo aparecer em fotografias. Além disso, as comparações constantes com outras pessoas, a busca excessiva por procedimentos estéticos e a necessidade de validação externa também são sinais comuns.

Em níveis mais intensos, esse transtorno pode gerar, ainda, isolamento social, queda no desempenho profissional, ansiedade, depressão e comportamentos compulsivos. Nesses casos, o sofrimento emocional costuma ser significativo, mesmo quando o aspecto físico alvo da preocupação não apresenta alterações relevantes.

A formação DSP – Desperte Seu Poder, do IBC, ajuda as pessoas a ressignificarem as suas crenças limitantes, fortalecerem a autoestima e desenvolverem uma relação mais saudável consigo mesmas, promovendo equilíbrio emocional e clareza interior. Não substitui qualquer tratamento médico ou psicológico.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da dismorfia corporal é realizado por profissionais da saúde mental, como psicólogos e médicos psiquiatras, a partir de uma avaliação clínica criteriosa. Para isso, são analisados a intensidade da preocupação com a aparência, o impacto desse pensamento na rotina e o grau de sofrimento emocional envolvido. Nesse sentido, instrumentos diagnósticos, entrevistas estruturadas e critérios estabelecidos em manuais como o DSM-5 auxiliam nesse processo.

Ao longo desse processo, é fundamental diferenciar a dismorfia corporal das insatisfações passageiras ou de outros transtornos, como os alimentares. Portanto, somente um especialista pode fechar um diagnóstico adequado, permitindo direcionar o tratamento de forma eficaz e humanizada e respeitando a singularidade de cada indivíduo.

Como é feito o tratamento da dismorfia corporal?

O tratamento da dismorfia corporal geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar. A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, é amplamente utilizada para ajudar o indivíduo a identificar os pensamentos distorcidos, desenvolver uma relação mais saudável com a própria imagem e aprender estratégias de enfrentamento.

Em alguns casos, o uso de medicação, como antidepressivos, pode ser indicado por um médico psiquiatra para reduzir os sintomas associados, como ansiedade e depressão. Além disso, o acompanhamento contínuo e o fortalecimento do autoconhecimento são fundamentais para promover mudanças duradouras. Em contrapartida, procedimentos estéticos isolados, sem suporte psicológico, raramente resolvem o problema de base.

É possível prevenir esse transtorno? Como?

Ainda que nem todos os casos possam ser prevenidos, é possível reduzir os riscos da dismorfia corporal por meio de ações educativas e da promoção da saúde mental. Nesse sentido, incentivar o desenvolvimento da autoestima desde a infância, valorizar a diversidade corporal e estimular o pensamento crítico em relação aos padrões midiáticos são medidas importantes.

Isso deve ser feito nos ambientes familiares, educacionais e organizacionais, priorizando o diálogo e o respeito. Em complemento, vale a pena reforçar que a mídia, sobretudo com as avançadas tecnologias digitais, impõe padrões estéticos inalcançáveis. Por isso, é preciso usar essas mídias, incluindo as redes sociais, com cautela e senso crítico, evitando as comparações. São locais em que cada um mostra uma versão idealizada de si mesmo, quase sempre editada de alguma forma.

Por fim, além de limitar o tempo e a importância atribuída a essas redes, trabalhar o autoconhecimento, a aceitação e a inteligência emocional ao longo da vida ajuda a construir uma relação mais equilibrada com o próprio corpo. Isso diminui a probabilidade de distorções persistentes da autoimagem.

Concluindo, a dismorfia corporal é um transtorno que afeta profundamente a forma como a pessoa se percebe e se relaciona com o mundo. Ao distorcer a imagem mental, ela compromete a autoestima, o bem-estar emocional e a qualidade de vida. Assim, reconhecer os seus sinais, compreender as suas causas e buscar ajuda especializada são atitudes fundamentais para interromper esse ciclo de sofrimento.

Se você deseja aprofundar o autoconhecimento, fortalecer a sua identidade e lidar com padrões emocionais que impactam a sua autoestima, a formação DSP – Desperte Seu Poder, do IBC, é o próximo passo. É um convite à transformação interna, ao desenvolvimento emocional e à uma vida mais consciente. Não substitui qualquer tratamento médico ou psicológico.

FAQ – Perguntas frequentes sobre dismorfia corporal

1. Dismorfia corporal é apenas vaidade excessiva?

Não. A dismorfia corporal vai muito além da vaidade. Trata-se de um transtorno psicológico em que a pessoa desenvolve uma percepção distorcida do próprio corpo, focando em defeitos inexistentes ou mínimos. Essa condição gera sofrimento intenso, prejuízos emocionais, isolamento social e comportamentos repetitivos, como checagens constantes no espelho ou tentativas de camuflagem.

2. Qualquer pessoa pode desenvolver a dismorfia corporal?

Sim. Por mais que seja mais comum na adolescência e no início da vida adulta, a dismorfia corporal pode afetar pessoas de todas as idades, gêneros e contextos sociais. Fatores como pressão estética, experiências traumáticas, baixa autoestima e predisposição psicológica podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno em diferentes momentos da vida.

3. O coaching pode substituir o tratamento clínico da dismorfia corporal?

Não. O coaching não substitui o acompanhamento médico e/ou psicológico nos transtornos mentais, como a dismorfia corporal. No entanto, fora dos momentos de crise, ele pode ajudar no fortalecimento do autoconhecimento, na construção da autoestima, no desenvolvimento emocional e na ressignificação de crenças limitantes relacionadas à autoimagem.

4. Como o desenvolvimento pessoal pode ajudar quem sofre com a distorção da autoimagem?

O desenvolvimento pessoal auxilia ao promover consciência emocional, identificação de padrões de pensamento disfuncionais e fortalecimento da própria identidade. Além disso, ao trabalhar crenças, valores e a percepção de si, a pessoa passa a se relacionar de forma mais saudável com a sua imagem, emoções e comportamentos, reduzindo a autocrítica excessiva e ampliando o senso de equilíbrio interno.