Querida pessoa, aqui vai uma pergunta um pouco delicada, mas que, de vez em quando, precisa ser feita: como vai a sua vida financeira? Você se considera uma pessoa rica? Pobre? De classe média?
Para chegar a uma conclusão, é preciso analisar os dados estatísticos do país em que vivemos. Recentemente, foram publicadas informações relevantes a esse respeito, revelando que o Brasil ainda é um país predominantemente pobre. Talvez você se surpreenda com os dados que verá a seguir. Continue a leitura e saiba mais!
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A realidade financeira do Brasil
De acordo com dados da Pnad contínua, pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2019, se você tem uma renda de R$ 10.313,00, você já está entre os 5% mais ricos do Brasil. Já se os seus rendimentos são iguais ou maiores a R$ 28.659,00, você está naquele 1% dos mais ricos do país.
Mas não é preciso ir tão longe. Se você ganha mais de R$ 3.422,00, já está entre os 10% mais ricos do país. Isso causa surpresa? É isso mesmo: 90% dos brasileiros ganham menos do que esse valor. Aliás, 70% ganham menos de R$ 1.871,00, ainda de acordo com o levantamento.
Talvez esses dados causem surpresa para aqueles que estão sempre comparando as suas vidas com as de milionários e bilionários nas redes sociais. Bem, além de esse hábito não ser saudável para a sua mente, ele ainda mascara a realidade do nosso país. Não julgue a sociedade inteira nem se considere pobre com base nas viagens dos famosos no Instagram.
Mas eu não sou rico!
Em 2020, a pesquisa “Nós e as desigualdades”, realizada pela Oxfam em parceria com o Instituto Datafolha, perguntou aos brasileiros sobre como eles percebem a sua própria realidade financeira. Mesmo quem ganhava mais de 5 salários mínimos se via na metade mais pobre do país, o que, como vimos acima, não é verdade. Como o Brasil é um país em que muita gente vive com pouco, não é preciso ganhar tanto para estar entre os 10% mais ricos do país.
Mas então, por que temos uma visão tão distorcida da nossa própria realidade financeira? Bem, segundo os especialistas, isso se deve ao fato de que a maior parte das pessoas tende a se ver como classe média, mesmo os que são mais pobres ou mais ricos. Na falta de dados estatísticos, as pessoas começam a se comparar umas com as outras, inclusive com celebridades, tomando as redes sociais como base.
O problema é que esses sites são totalmente enviesados, afinal de contas, não expressam a vida real das pessoas. Nas redes, postamos apenas os bons momentos: as festas, as viagens, o carro novo, a roupa de marca, e por aí vai. Talvez seja por isso que não percebamos a nossa verdadeira face financeira. A cultura da ostentação “embaça” uma visão realista.
Quem está no topo é realmente rico?
Se basta ganhar R$ 3.500,00 para estar entre os 10% mais ricos do Brasil, isso significa que quem tem esse salário é de fato rico? Bem, a análise é um pouco mais profunda do que isso.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou que o salário mínimo necessário para que um cidadão brasileiro pudesse sustentar uma família de 4 pessoas com qualidade de vida (mas sem luxo) seria de R$ 6.528,93. Os dados são referentes ao mês de julho de 2023. O instituto chega a esse valor com base nas informações divulgadas por sindicatos de diferentes setores, mensurando o custo de vida médio das principais capitais brasileiras.
Isso significa que até mesmo que está entre os 10% mais ricos do país pode encontrar dificuldades em fechar a conta ao fim do mês. Estar na parte de cima da tabela está muito longe de ser verdadeiramente rico ou de ter uma vida de luxo, sobretudo para quem mora nas grandes cidades, onde o custo de vida é naturalmente mais elevado.
Aliás, isso nos leva a questionamentos mais profundos: o que é ser rico para você? É realizar os seus sonhos? Cuidar da sua família? Poder parar de trabalhar? Ter uma reserva de emergência?
O Índice de Gini
O Índice de Gini é um número entre 0 e 1 que mensura a desigualdade social de um país. Quanto mais próximo de 0, melhor é a distribuição de renda dessa região, mas quanto mais próximo de 1 for o índice, mais esse local sofre com desigualdade social.
No Brasil, esse valor é de 0,518 (dados de 2022), o que indica que, mesmo que esse valor esteja gradativamente caindo, o nosso país ainda aparece entre os mais desiguais do mundo.
Segundo as informações do IBGE, também de 2022, o 1% mais rico da população ganha 32,5 vezes mais do que a metade mais pobre do país. Isso indica que há uma concentração de renda muito grande por aqui. Nesse caso, não estamos falando de quem ganha aqueles R$ 3.500,00 e sua a camisa para fechar as contas ao fim do mês, mas daquele 1% mais rico da população, que de fato ganha fortunas e ostenta uma vida luxuosa.
Em contrapartida, considerando os 5% mais pobres do país, havia, em 2022, 10,7 milhões de pessoas que contavam com apenas R$ 2,90 por dia para sobreviver. Portanto, vivemos em uma nação de poucos riquíssimos e muitos pobres.
Talvez essas estatísticas estejam surpreendendo você, ser de luz. Você pode estar na parte de cima da pirâmide brasileira, mesmo sem ganhar um salário que o permita ir além de pagar as suas necessidades básicas de todo mês, tamanha a desigualdade social do nosso país.
Gostou de saber mais sobre a realidade financeira do Brasil? Qual é a sua opinião sobre esses dados? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar dessa reflexão? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!