A motivação é a força interna que nos leva a agir e, portanto, é fundamental para tudo aquilo que fazemos, seja na vida pessoal, seja na vida profissional. No trabalho, é importante vivenciá-la, pois colaboradores desmotivados tendem a produzir menos e a ser menos felizes nas suas carreiras. Ninguém quer isso, certo?

A discussão adquiriu tamanha importância que foi criado até mesmo um cargo responsável pela felicidade dos funcionários das organizações: o CHO — Chief Happiness Officer. Na sequência, você vai compreender quem é esse profissional, quais são as suas funções e quais benefícios ele oferece aos ambientes profissionais. Boa leitura!

CHO: Chief Happiness Officer

Quem conhece as nomenclaturas internacionais dos diretores das empresas certamente já ouviu falar no CEO (Chief Executive Officer), no CFO (Chief Financial Officer), e por aí vai, não é mesmo?

O CHO segue a mesma lógica, sendo que Chief significa “chefe”, Happiness significa “felicidade” e Officer significa “oficial”. Portanto, o CHO é o “chefe oficial da felicidade” ou, trazendo para uma nomenclatura mais brasileira, o “diretor da felicidade corporativa”.

Origens da profissão

A ideia de busca da felicidade sempre esteve diante da humanidade, sobretudo na vida pessoal. Mais recentemente, entretanto, o universo profissional também absorveu esse conceito, de modo que os colaboradores mais produtivos e bem-sucedidos são os que se sentem mais felizes no ambiente de trabalho, trazendo melhores resultados. Já um colaborador infeliz tende a trabalhar menos e a sair da empresa rapidamente.

Nesse cenário, surgiu a necessidade de que as organizações passassem a adotar ações de estímulo à motivação e à plena realização dos seus colaboradores. A importância reconhecida foi tamanha que até mesmo um profissional especializado nessa função foi designado: o CHO.

O primeiro registro desse cargo é de uma empresa dinamarquesa, em 2003, o que significa que é uma posição relativamente recente. Contudo, ela já tem começado a se popularizar, marcando presença em conhecidas corporações, como o Google, o Airbnb e a Amazon.

Funções do CHO nas empresas

A felicidade é um conceito relativo, o que não é diferente na vida profissional. Por muito tempo, acreditava-se que a satisfação de uma pessoa na sua carreira dependia exclusivamente do seu cargo e da sua remuneração. No entanto, os tempos são outros, e ser feliz no trabalho passou a englobar vários outros fatores.

Trabalhar com propósito e ser reconhecido por esse trabalho são elementos que entraram nessa lista. Por isso, o CHO deve garantir que esse tipo de satisfação seja concedido. Isso impacta positivamente a empresa, já que aumenta a produtividade, o engajamento e a noção de pertencimento do colaborador. Consequentemente, o processo reduz o absenteísmo e a rotatividade de funcionários, ao mesmo tempo em que aumenta a lucratividade da organização.

Sendo assim, a função do CHO faz parte da gestão estratégica de pessoas, com vistas a manter os colaboradores sempre felizes no seu dia a dia profissional.

Método de atuação

Como citamos, falar em felicidade é abstrato em qualquer contexto, sobretudo nas empresas. Por isso, o trabalho do CHO depende da análise do perfil e das necessidades dos colaboradores. Assim, a sua metodologia de atuação é dividida em quatro fases:

  1. Pesquisa: é preciso fazer questionários qualitativos e quantitativos para conhecer as prioridades dos colaboradores, compreendendo o que é felicidade para eles e o que a empresa pode fazer para aumentar a sua satisfação;
  2. Diagnóstico: com os resultados das pesquisas em mãos, o CHO será capaz de identificar os pontos positivos e negativos da empresa no quesito “felicidade corporativa”;
  3. Estratégia: depois de identificar o que precisa melhorar, cabe ao CHO definir ações que resolvam os problemas apontados, definindo o tipo de atividade, a duração de cada uma, os recursos necessários, os mecanismos de implementação e os meios de monitoramento de resultados;
  4. Ação: quando todas as ações estiverem adequadamente planejadas e justificadas, é hora de colocá-las em prática, o que geralmente se faz em parceria com os líderes de cada departamento e com a área de recursos humanos.

Benefícios de contar com um CHO nas organizações

As organizações costumam acreditar que o que o colaborador deseja são festas, aumentos salariais e brindes. Eles até podem querer isso, mas as pesquisas conduzidas pelos CHOs costumam encontrar aspectos muito mais amplos na composição da felicidade corporativa. Entre eles, podemos destacar um bom ambiente de trabalho, regras mais claras, feedbacks de desempenho, reconhecimento, autonomia, planos de carreira, e por aí vai.

Com esse conhecimento, o CHO torna-se capaz de elevar a felicidade e a motivação dos profissionais. Especialmente em tempos de assédio, síndrome de burnout e depressão associada ao trabalho, o ofício do CHO torna-se importantíssimo na manutenção da saúde mental dos colaboradores, conferindo-lhes amparo, tranquilidade e motivação.

Consequentemente, o quadro de funcionários tende a manifestar menos doenças físicas e mentais, o que produz ótimos resultados, como:

  • Redução na taxa de turnover, aumentando a retenção de talentos;
  • Diminuição no absenteísmo e nos atrasos;
  • Melhoria no clima organizacional;
  • Promoção do sentimento de pertencimento;
  • Aumento na produtividade individual e coletiva;
  • Melhoria no employer branding (a reputação da empresa enquanto empregadora no mercado);
  • Melhores resultados no desempenho geral da empresa.

Habilidades necessárias para exercer a profissão

Ao contrário do que muita gente pensa, não é preciso ter uma formação acadêmica específica para exercer a profissão de CHO. É natural que muita gente associe ao cargo ao estudo dos recursos humanos, sendo que, na maioria das empresas, é exatamente nesse setor que esse profissional atua oficialmente. Contudo, a graduação em si não é tão importante ao CHO quanto um curso específico na área.

Há organizações que já oferecem formações relativamente rápidas e com certificações oficiais. Esses cursos abordam: psicologia positiva, a ciência da felicidade, liderança em ambientes agradáveis, felicidade corporativa e planejamento/execução de atividades voltadas à promoção da felicidade no ambiente de trabalho.

Independentemente da sua formação, o importante é que esse profissional tenha as seguintes características: empatia, simpatia, bom relacionamento interpessoal, habilidades de liderança, clareza de comunicação, motivação, capacidade de analisar dados, organização, planejamento estratégico, proatividade e um profundo interesse pelo desenvolvimento humano.

CHO e Recursos Humanos

A área de recursos humanos cuida de diversos aspectos da vida dos funcionários, como contratações, desligamentos, organização de férias, remunerações, promoções, treinamentos de capacitação, entre outras rotinas. Dessa forma, o CHO torna-se o líder de mais uma subárea do RH, geralmente contemplando também as ações de endomarketing.

Como você pode perceber, o trabalho do CHO nas empresas é bastante complexo, especialmente porque o conceito de felicidade é muito relativo. Assim, ele deve investir em comunicação interna, treinamento e desenvolvimento profissional, atividades voltadas à saúde física e mental dos colaboradores, iniciativas de feedback e reconhecimento, clima organizacional positivo, promoção de autonomia, planos de carreira, e por aí vai. É ouvindo o colaborador que descobriremos de que ele precisa.

E você, querida pessoa, conhecia esse cargo tão importante e que tem se popularizado? O que pensa a respeito dele? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!