Você pode até negar e dizer que nunca fez, mas o fato é que qualquer pessoa neste planeta fala da vida de outras pessoas. Podem ser conhecidos, amigos, colegas de trabalho, familiares ou até mesmo celebridades, mas o fato é que a fofoca faz parte da vida de todos nós.

No entanto, é importante que esse hábito seja combatido, pois ele só serve para disseminar informações nem sempre verídicas e para provocar conflitos entre as pessoas. No ambiente de trabalho, em especial, esse problema é ainda mais nocivo, pois pode prejudicar o andamento das atividades diárias das empresas.

Para entender os malefícios da fofoca no ambiente de trabalho e para descobrir como é possível combater este problema, continue acompanhando este artigo.

A fofoca no ambiente de trabalho

Antes de começar o expediente, nas pausas para o café ou no horário para o almoço, grupos informais de profissionais se reúnem e compartilham suas ideias. Nem sempre, porém, essas ideias são construtivas.

Falar da vida pessoal de pessoas que não estão presentes, de seus relacionamentos, de suas condições financeiras, das roupas que vestem, da foto que postaram nas redes sociais, entre outros, é um hábito que, embora bastante frequente, não produz nada de construtivo, seja dentro ou fora do ambiente de trabalho.

Comentários críticos, ácidos, negativos e até mesmo cruéis podem magoar as pessoas e, caso sejam ouvidos, despertar intensos conflitos entre colegas. Além disso, falar de alguém sem que a pessoa possa se defender é um ato de deslealdade e falta de ética, o que diz muito sobre a pessoa que faz a fofoca. Como se diz popularmente, “Se Pedro me fala de Paulo, sei mais sobre Pedro do que sobre Paulo”.

Problemas com a lei

Toda empresa, incluindo seus líderes e seu departamento de recursos humanos, deve garantir a todos os seus funcionários um ambiente seguro e de bem-estar individual e coletivo. Por isso, se algum funcionário se sente desconfortável por questões de fofocas ou de comentários maldosos, discreta ou indiscretamente, ele pode acionar a lei contra a empresa.

A intimidade, a honra, a vida privada e a imagem das pessoas são questões invioláveis, de acordo com a Constituição Federal Brasileira. Portanto, expor esses itens sobre alguém é uma violação a esse direito, configurando um dano moral.

Uma fofoca que parece inocente pode, na verdade, esconder crimes contra a honra, como injúria, calúnia e difamação. Se um funcionário alegar que sua honra foi violada em ambiente de trabalho, a reputação da empresa pode ser severamente prejudicada, e ela poderá ter que pagar uma indenização.

Os malefícios da fofoca na vida profissional

Mesmo que uma fofoca não chegue ao ponto de se tornar uma ação judicial, ela já é, por si só, um grande estrago. Em ambiente profissional, ela cria discórdia entre os envolvidos, o que, frequentemente, dificulta a separação das divergências profissionais das questões pessoais. Isso é especialmente dificultoso quanto se trata de dois indivíduos de uma mesma equipe ou que trabalham juntos num mesmo projeto.

Além disso, muitas das informações compartilhadas não passam de boatos ou mentiras deliberadamente construídas para prejudicar alguém, o que destrói o clima organizacional. Contudo, mesmo que uma informação seja verdadeira, não faz sentido compartilhá-la se for algo sobre a vida pessoal do indivíduo (a menos que ele próprio deseje compartilhar o fato).

Quando a fofoca não envolve a vida pessoal dos colaboradores, ela pode ser pautada em rumores sobre a própria empresa. Informações como “o chefe não gosta de você”, “a empresa está falindo”, ou “vai haver demissões em seu departamento” só servem para criar um clima de ansiedade, pânico, medo e desconfiança entre os funcionários. Aliás, casos de depressão podem ser resultado desse tipo de fofoca.

Boatos do tipo podem provocar até mesmo uma competitividade desleal entre dois ou mais colaboradores.

Por fim, quando uma pessoa é vítima de fofocas em ambiente profissional, ela terá mais dificuldade de sentir-se bem, de fazer amizades e até mesmo de concentrar-se em seu trabalho, reduzindo sua produtividade.

5 dicas para que as empresas evitem a fofoca

Já deu para perceber o quanto a fofoca é um aspecto extremamente prejudicial para os funcionários de uma empresa, seja individualmente ou coletivamente, não é mesmo? Por isso, confira a seguir 5 dicas para prevenir problemas do tipo em sua organização:

1. Ignore

Quando alguém fala mal de outra pessoa para você, não se engane: ela também fala mal de você para outras pessoas. Por isso, e também pelo fato de que qualquer fofoca é sempre algo negativo e antiético, reaja com o silêncio. Assim, você evita que o compartilhamento daquela informação ganhe força, ao mesmo tempo em que comunica aquele indivíduo de que esse tipo de informação não te agrada.

Se desejar, reaja com desaprovação. Mostre que saber quem é o namorado da fulana não vai fazer a menor diferença em sua vida. Desconstrua a “empolgação” de quem fofoca.

2. Faça comentários positivos ou construtivos

Se você tiver que criticar alguém, procure fazer isso na frente da pessoa e de forma construtiva. Se realmente sentir essa vontade de colocar para fora a sua desaprovação perante alguém, fale diretamente com a pessoa, mostrando que não gostou da atitude X pelos motivos Y e Z.

Se quiser falar de alguém sem a presença dela, procure fazer isso quando o assunto for um elogio ou comentário positivo. É um tipo de “fofoca positiva”, que, caso descoberta, deixará a pessoa feliz.

3. Respeite a coletividade

Entenda que o respeito é o principal elemento da construção de um clima organizacional agradável. Quando ele falta, falta tudo. Por isso, o raciocínio básico que cada pessoa deve ter é o bom e velho “não fazer aos outros aquilo que não gostaria que fizessem comigo”.

O respeito é uma noção que se cria no processo de educação do indivíduo, o que deve ocorrer ainda na infância. Portanto, não é obrigação da empresa ensinar ninguém a respeitar o outro. Cabe a cada indivíduo exigir que os demais o respeitem.

4. Incentive o reconhecimento do RH

A área de recursos humanos é muito importante nas empresas, especialmente na intermediação de conflitos. Mais do que isso, ela deve ser um setor da empresa em que todos os funcionários se sintam à vontade para fazer seus desabafos, sugestões e críticas construtivas.

Por isso, é essencial que esse departamento seja justo, imparcial e transparente. Além disso, o RH, assim como todos os líderes da empresa, devem sempre dar o exemplo. Se essas pessoas fazem fofoca, não faz sentido cobrar que os demais funcionários não façam.

Cabe ainda ao RH, mais especificamente à área de comunicação interna, definir uma política interna. Essa política não deve ser um papel que fica num mural como enfeite, mas um conjunto real de diretrizes a serem postas em prática. Todos os colaboradores devem estar a par destas regras, e aquele que não cumpri-las deve ser punido.

5. Construa projetos de bem-estar aos colaboradores

Se o ambiente de trabalho não possui regras bem definidas, se os líderes não dão exemplo e se não há nenhum tipo de punição a quem tem uma postura inadequada ao espaço profissional, vai ficar difícil evitar a fofoca.

Por isso, a empresa também deve promover programas de incentivo à construção de um clima organizacional de respeito e coleguismo, seja por premiações àqueles que apresentem um bom desempenho, seja por punições àqueles que quebram a harmonia da empresa. É importante que a alta administração de uma empresa tenha um sistema de comunicação claro e também que seja justa e transparente para evitar os boatos entre seus funcionários.

Agora que você já entende os impactos terríveis da fofoca na vida profissional das pessoas e conhece também meios de combatê-la, responda: você já foi vítima de fofoca? Já participou de alguma conversa sobre a vida privada de outras pessoas no trabalho? Qual das dicas acima você já começou a colocar em prática para tornar-se um ser humano melhor? Deixe suas respostas no espaço abaixo.

Por fim, compartilhe as dicas do artigo acima com seus amigos, familiares e colegas de trabalho. Juntos, vamos construir ambientes de trabalho mais felizes, construtivos e menos tóxicos por conta da fofoca.