A alimentação é um ato essencial à manutenção da vida de qualquer espécie. Esse fato corriqueiro pode passar despercebido, mas ele é de extrema importância para a manutenção de nossa saúde. Aliás, cada vez mais, a medicina tem comprovado as associações entre nossos hábitos alimentares com a saúde do corpo e com a saúde da mente.
É a partir dos alimentos que ingerimos que conseguimos obter vitaminas, proteínas, sais minerais, carboidratos, fibras, gorduras e demais nutrientes essenciais ao correto funcionamento de nosso organismo. No entanto, é possível desenvolver alguns hábitos alimentares nocivos ao nosso corpo e, frequentemente, eles estão associados às nossas emoções.
O papel dos neurotransmissores
Os neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelo organismo que controlam diferentes funções. Quando eles estão em quantidades inadequadas, sejam elas excessivas ou insuficientes, alguns problemas são manifestados, sobretudo em questões emocionais.
Níveis inadequados de neurotransmissores como dopamina, serotonina, cortisol e GABA, por exemplo, têm sido associados a problemas como estresse, depressão e ansiedade. Por isso, é importante que, em qualquer um desses problemas que afetam as emoções, os níveis dessas substâncias sejam reequilibrados.
E o que isso tem a ver com hábitos alimentares?
Boa parte das pessoas com excesso de peso, ou que não têm uma relação muito saudável com os alimentos, de maneira geral, costuma apresentar algum tipo de alterações nessas substâncias.
Quando nos alimentamos, especialmente diante do consumo de determinados alimentos mais ricos em açúcar ou gorduras, disparamos substâncias associadas ao prazer. Consequentemente, isso ameniza temporariamente os problemas de depressão e ansiedade.
Essa “solução”, no entanto, é extremamente nociva. Quanto mais uma pessoa tem um sentimento negativo e utiliza a alimentação para relaxar ou sentir-se melhor, mais o cérebro vai fortalecer essa associação. Resultado: essa pessoa vai, cada vez mais, sentir desejo por aqueles alimentos que lhe proporcionam prazer.
Como esses alimentos geralmente não são muito saudáveis, é frequente o ganho de peso, além da dificuldade em emagrecer, seguir dietas e optar por alimentos de teor nutricional mais saudável.
Tratamentos, dietas e exercícios
Como é possível perceber, o sobrepeso, a obesidade e os hábitos alimentares inadequados estão fortemente ligados às nossas emoções. O estresse diário, somado às facilidades do fast food, cria uma combinação perfeita para uma alimentação nada saudável.
Por isso, quando uma pessoa está em busca de emagrecimento, não basta apenas a recomendação clássica de dieta e de prática regular de exercícios físicos. É claro que essas questões são importantíssimas, mas não são as únicas.
É preciso identificar, antes, se a pessoa está manifestando algum problema de ordem emocional que a faz utilizar os alimentos como um mecanismo de “recompensa”, que a ajuda a relaxar e a amenizar os sintomas desagradáveis.
Antes de iniciar um projeto de emagrecimento, o indivíduo precisa refletir sobre suas emoções. Um tratamento para quadros de ansiedade ou depressão vai reequilibrar os níveis dos neurotransmissores, evitando que a pessoa “desconte” suas questões emocionais na comida.
Enquanto seus sentimentos e emoções não estiverem em equilíbrio, ficará muito difícil seguir dietas ou rotinas de atividade física. Em contrapartida, quando essas questões estiverem resolvidas, a pessoa será capaz de entender que a alimentação é um processo de obtenção de nutrientes e de manutenção de saúde, e não uma “recompensa” sobre as adversidades da vida.
Assim, ficará mais fácil escolher os alimentos de forma mais racional, bem como encontrar energia e motivação para a realização de exercícios físicos. Os resultados serão: um corpo mais saudável, mais autoestima e realização pessoal.