No ambiente organizacional, os resultados obtidos são consequências diretas das pessoas que fazem parte dele, da estrutura disponível e das relações que são estabelecidas entre os profissionais e as suas atividades. Esse emaranhado de relações constitui um sistema, no caso, o sistema empresarial.

A organização das pessoas e dos sistemas de uma empresa é muito importante para que exista no ambiente uma dinâmica funcional, capaz de satisfazer as pessoas que convivem nele, bem como de produzir resultados positivos à empresa como um todo. É nesse contexto que surge o conceito de constelação organizacional. Para saber em que consiste esse conceito e por que ele é importante, continue a leitura a seguir!

O que é a constelação organizacional?

A constelação organizacional é uma forma de organizar uma empresa, os seus membros e os seus sistemas internos. Trata-se de um método bastante empregado nas consultorias corporativas, derivado da chamada constelação familiar. O filósofo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger desenvolveu esse conceito, que tem o propósito de solucionar os problemas empresariais.

A constelação familiar já era um sistema bastante eficaz na resolução de problemas que prejudicavam a dinâmica das famílias. Em 1995, atendendo ao pedido de um amigo, Hellinger topou utilizar os princípios da constelação familiar para promover melhorias em uma empresa. Ao perceber que o método também poderia ser aplicado nesse contexto profissional, Hellinger abraçou essa nova dimensão do seu estudo, desenvolvendo a chamada constelação organizacional.

O trabalho de Hellinger é resultante de anos de pesquisas dedicadas às dinâmicas e à estrutura das famílias e dos próprios ambientes organizacionais. Em diferentes lugares do mundo, o pesquisador identificou determinados padrões para diagnosticar e solucionar conflitos, resultando em seu trabalho “As Ordens do Relacionamento Humano”.

Quais são os princípios que norteiam as constelações organizacionais?

Assim como ocorre na constelação familiar, a constelação organizacional também é uma metodologia norteada por três princípios, também conhecidos como as três leis do relacionamento humano. Saiba mais sobre cada um deles na sequência.

1. Princípio do pertencimento

PSC

As pessoas pertencem a determinados sistemas e são mais funcionais quando criam vínculos com a estrutura em que estão inseridas. Pertencer a algo é uma necessidade básica do ser humano. Nas empresas, isso consiste em ser acolhido pela organização, em compreender a sua dinâmica de funcionamento e em mergulhar na sua cultura, sentindo-se parte dela.

Para que essa dinâmica seja positiva, é importante que cada membro do sistema compreenda as normas que o regem, adequando a sua conduta a elas. A lealdade aos colegas e à empresa, o respeito à cultura organizacional e a ação de acordo com as práticas e comportamentos da instituição são aspectos que evidenciam o pertencimento de um indivíduo a esse ambiente.

2. Princípio da hierarquia

O princípio da hierarquia, também conhecido como princípio da ordem, consiste na definição dos posicionamentos dos indivíduos na rede estrutural da empresa. Quem entrou primeiro geralmente recebe prioridades em relação a quem entrou depois. Algo similar ocorre com os indivíduos com mais tempo de carreira, mais experiência, mais conhecimentos, enfim, mais contribuições diretas à organização.

Assim, constitui-se uma cadeia hierárquica que contempla não apenas os cargos e salários, mas também a imagem que cada pessoa transmite e constrói no dia a dia. Dessa forma, mesmo que um funcionário novo ocupe um cargo de liderança, ele deve respeitar e admirar quem chegou antes dele, ainda que sejam funcionários de nível hierárquico inferior. Se essas relações não são respeitadas, surgem os conflitos e os eventos estressantes que tanto comprometem as dinâmicas das empresas.

3. Princípio do equilíbrio

Por fim, o princípio do equilíbrio, também conhecido como princípio da igualdade, estabelece que uma dinâmica positiva nas empresas é aquela em que cada um dá e recebe na mesma proporção, havendo justiça. Basicamente, essa lei afirma que quem se doa muito a uma empresa deve receber dela benefícios na mesma proporção.

O mesmo vale para a relação entre os colegas: se alguém dá algo a um colega, esse colega deve retribuir em igual intensidade, seja um favor, uma ajuda, um conhecimento etc. Contudo, se as pessoas da empresa perceberem que há algum desequilíbrio nessa lei, ou seja, que há quem dê muito e receba pouco e que há quem dê pouco e receba muito, aí sim haverá conflitos, desmotivação e perda de produtividade.

A ideia, basicamente, é que essas três leis sejam respeitadas para que a constelação organizacional seja eficaz e capaz de prevenir/resolver os conflitos identificados.

Em quais situações a constelação organizacional pode ser aplicada?

A constelação organizacional pode ser adotada em diferentes circunstâncias dentro das empresas. Sempre que for necessário identificar e resolver problemas nesse ambiente, as três leis acima podem ser resgatadas. Isso envolve os processos organizacionais, a comunicação interna, as relações entre os colaboradores, o relacionamento entre líderes e liderados, enfim, tudo aquilo que se refere aos sistemas da organização e que pode alterar os resultados que ela pode obter.

Assim, essa metodologia pode ser especialmente útil em situações como as mudanças na cultura organizacional, as definições de planejamentos estratégicos, as construções de projetos, as resoluções de conflitos, as avaliações de desempenho, os feedbacks, os projetos de retenção de talentos, as reestruturações pelas quais as empresas passam de tempos em tempos, a comunicação empresarial, o trabalho em equipe e a gestão de pessoas de maneira geral.

Por isso, sempre que algum problema envolvendo um ou mais dos aspectos acima for identificado em uma empresa, a organização poderá recorrer ao auxílio do constelador. O constelador é o profissional que conduz o processo de constelação organizacional, que consiste em uma representação esquematizada do local que cada membro da empresa ocupa no sistema.

Os envolvidos na constelação, por sua vez, afirmam onde realmente gostariam de estar e o que poderia ser diferente nesse sistema. A ideia é que todos exponham aquilo que pensam/sentem, sendo capazes de propor meios de solucionar os conflitos e alcançar o estado desejado. Esse processo tem o objetivo de conduzir todos a um estado mais satisfatório, em que haja mais equilíbrio e tranquilidade em todos os sistemas organizacionais.

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