A economia é a área do conhecimento que estuda e promove a troca de produtos e serviços, considerando as necessidades da sociedade, a transformação da matéria-prima e a entrega dos itens finais ao consumidor, movimentando o dinheiro.  O problema é que, muitas vezes, o avanço econômico entra em conflito com a sustentabilidade ambiental, como se fossem forças antagônicas.

A economia circular tem entrado em cena nas últimas décadas justamente para se opor a esse antagonismo, procurando conciliar o progresso simultâneo nas duas áreas. Neste artigo, você vai conhecer melhor este conceito, as suas etapas de funcionamento e os benefícios que produz. Siga em frente e tenha uma boa leitura!

Economia linear e economia circular: o que são e o que as difere?

A economia linear é o processo mais tradicional e conhecido da economia, sendo constituído por 5 fases: extração de recursos naturais, processamento dos recursos naturais em matéria-prima, transformação da matéria-prima em produto, consumo do produto e descarte.

Esse sistema, segundo estudos, está associado a boa parte dos problemas ambientais atuais, como a poluição, o desmatamento e o aquecimento global. Ele tem começo e fim, sendo que o fim do processo é o descarte do produto ao perder a sua vida útil, o que nem sempre é feito de maneiras sustentáveis.

Em oposição a esse sistema, a economia circular é uma alternativa que torna o processo cíclico, ou seja, em que cada fim torna-se um recomeço — daí o conceito “circular”. As matérias-primas e os próprios produtos são utilizados, reciclados e reaproveitados até realmente não ser mais possível transformá-los, reduzindo o consumo e evitando o desperdício dos recursos naturais.

Dessa forma, um produto, como uma garrafa plástica, pode ser reaproveitado pela indústria em alguma outra finalidade. Se o produto como um todo não puder ser reaproveitado, ele pode ser “desmontado”, de modo que os seus materiais sejam reutilizados para dar origem a novos itens. Isso evita o descarte precoce de matérias que levam longos períodos para se decompor na natureza — como o alumínio (500 a 600 anos) e o vidro (até 1 milhão de anos).

Como funciona a economia circular?

A economia circular funciona inicialmente à base de pesquisas. Nela, as empresas realizam estudos sobre como obter matérias-primas mais resistentes, que prolonguem a vida útil dos produtos. Assim, é possível amenizar a extração dos recursos naturais. Ao mesmo tempo, a empresa se preocupa em desenvolver bens cujos componentes e embalagens sejam facilmente reciclados.

Ao final do que seria o processo da economia linear, o produto não é descartado, mas sim reaproveitado de alguma maneira: conserto, reúso, readequação ou reciclagem dos seus componentes/materiais. A ideia é diminuir o consumo dos recursos naturais e os efeitos nocivos dos descartes inapropriados dos itens na natureza. Assim, cumpre-se o objetivo de preservar os recursos da natureza para as gerações futuras, o que é a base da sustentabilidade.

Um exemplo de economia circular é o Nespresso, que investiu na construção de um centro de reciclagem. Das embalagens recolhidas, o alumínio é reciclado diversas vezes, enquanto os resíduos de pó de café se transformam em adubo.

Quais são as etapas do processo?

A dinâmica da economia circular é inicialmente semelhante à da economia linear, mas com algumas diferenças. As suas etapas são:

  1. Extração de recursos naturais (de forma planejada e consciente);
  2. Transformação dos recursos em produtos;
  3. Consumo;
  4. Manutenção e reparação;
  5. Reutilização;
  6. Reciclagem ou tratamento para um descarte apropriado (não prejudicial ao meio ambiente).

Perceba que, por mais que as etapas iniciais sejam parecidas, o diferencial promovido pela economia circular é estender ao máximo a vida útil do produto de todas as maneiras possíveis, evitando a necessidade de novas extrações de recursos da natureza.

A manutenção e o reparo permitem que o produto continue sendo utilizado por mais tempo. A reutilização, por sua vez, possibilita que o item seja reaproveitado, mesmo que em outro contexto e com outra função. Por fim, a reciclagem é o reaproveitamento das partes e materiais de um produto que já perdeu a sua vida útil. O descarte verdadeiramente só ocorre depois que todas essas alternativas tiverem sido esgotadas.

Quais são os princípios desse modelo?

A essência da economia circular consiste em 3 pilares, conforme você verá a seguir:

1. Redução de resíduos

A economia circular é focada não apenas em reduzir o consumo de recursos naturais, mas também em diminuir o material a ser descartado. As transformações do produto que prolongam a sua vida útil reduzem a poluição dos processos produtivos, diminuindo também a produção de lixo e os desperdícios.

2. Prolongamento da vida útil dos materiais

A vida útil mais longa dos produtos diminui a necessidade de produzi-los com frequência alta ou em grande quantidade. Mesmo que um item não possa mais ser utilizado na finalidade para a qual foi projetado, os mecanismos de reparação, reutilização e reciclagem permitem que novos usos sejam executados.

3. Regeneração dos sistemas naturais

Em consequência dos itens anteriores, a economia circular permite que a natureza tenha tempo para reequilibrar a produção dos seus recursos, tão devastadoramente consumidos pela humanidade nos últimos tempos. Isso favorece a recuperação dos ecossistemas e da biodiversidade, promovendo a preservação do meio ambiente.

Quais benefícios esse sistema produz?

Entre os benefícios que a economia circular promove, podemos citar:

  • Confecção de produtos mais longevos e, ao mesmo tempo, mais fáceis de serem reciclados;
  • Redução da extração de recursos naturais e do desmatamento;
  • Oferecimento de possibilidades de reutilização dos produtos, amenizando os desperdícios de materiais;
  • Redução da produção de lixo e das consequências negativas dos descartes inadequados (poluição, queimadas, contaminação de mananciais, perda de biodiversidade etc.);
  • Regeneração dos ecossistemas e recuperação dos recursos naturais extraídos de forma mais equilibrada;
  • Reposição apropriada dos recursos extraídos, sem comprometer o equilíbrio natural e o habitat de diversos seres vivos;
  • Preservação da qualidade do ar, da água, dos alimentos e das condições gerais de vida no planeta Terra, inclusive para os seres humanos;
  • Melhorias na imagem das empresas, que passam a ser vistas como social e ecologicamente responsáveis, o que lhes confere uma vantagem competitiva;
  • Valorização da indústria nacional, por meio da geração de empregos, da redução de custos e da elevação da eficiência operacional.

E você, querida pessoa, conhece algum exemplo de iniciativa de economia circular? O que pensa sobre o assunto? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!