Muitas pessoas alcançam cargos de liderança porque têm uma verdadeira vocação para tal. São seres iluminados, que de fato desejam formar equipes vencedoras e extrair o melhor de cada indivíduo. Estudam sobre gestão de pessoas, sobre comunicação, sobre métricas, enfim, sobre como conduzir equipes rumo ao alcance dos objetivos.

No entanto, será que o ego pode atrapalhar esse processo? Será que algumas pessoas ficam deslumbradas com o poder a ponto de perder a humildade e assumir uma posição de superioridade? Neste artigo, vamos compreender melhor esse “risco” e entender como podemos encontrar o equilíbrio para exercer lideranças eficazes. Confira!

Ego: o que é isso?

Na teoria psicanalítica, Sigmund Freud definiu o ego como uma das três estruturas da mente. Ele é responsável por intermediar os impulsos primitivos do “id” frente às demandas da realidade, representadas pelo “superego”. Assim, o ego é entendido como o equilíbrio de cada ser, representando a sua identidade.

Apesar desse ponto de vista teórico, o termo “ego” é popularmente utilizado para designar a personalidade de uma pessoa, considerando a sua autoestima e autoimagem. Assim, é comum ouvirmos por aí que “Fulano tem um ego enorme”, o que indica que ele pode ser arrogante, prepotente e egocêntrico. Em contrapartida, alguém com um “ego pequeno” pode ser entendido como alguém com baixa autoestima e falta de confiança.

Ego e liderança: qual é a relação?

Compreendendo o conceito de ego, podemos estabelecer algumas relações entre essa personalidade e a capacidade de exercer a liderança.

Do ponto de vista positivo, alguém com um ego saudável pode ser um bom líder, uma vez que consegue tomar decisões precisas a partir do próprio julgamento, inspirar confiança na equipe, tornar-se consciente das próprias limitações, dar e receber feedbacks construtivos, fortalecer a motivação de todos, comunicar-se com confiabilidade e agir de forma racional e democrática.

Por outro lado, alguém que apresenta um “ego excessivo” pode ser um líder muito problemático. Esse indivíduo corre o risco de ignorar as falhas (suas e da equipe), recusar-se a receber feedbacks, impor as suas vontades de forma autoritária, humilhar outras pessoas para afirmar o poder, desmotivar as equipes, governar “por medo”, agir com arrogância, ser egoísta e não reconhecer os méritos das demais pessoas da equipe.

Como equilibrar ego e liderança?

Como podemos notar, o ego saudável pode formar líderes maravilhosos, mas, como tudo o que aparece em excesso, pode ser prejudicial em alguns casos. Confira, na sequência, alguns meios de manter as lideranças em equilíbrio com o próprio ego.

  • Autoconhecimento

Um bom líder precisa ser um profundo conhecedor de si mesmo e dos membros da sua equipe. Quanto mais ele compreender essas pessoas em profundidade, mais ele será capaz de reconhecer os méritos e desenvolver os pontos de melhoria — tanto em si mesmo quanto nos liderados. Portanto, o autoconhecimento nos torna mais conscientes e humildes, pois temos autoestima para valorizar as nossas qualidades, mas sem esbarrar na arrogância e na ideia de que jamais erraremos.

  • Humildade e empatia

Por falar em humildade, essa é uma grande característica dos líderes de sucesso. Eles reconhecem a contribuição de cada membro da equipe para os resultados alcançados. Por isso, esse líder deve assumir a sua parcela de responsabilidade pelos erros, bem como reconhecer os acertos de todos quando bons resultados são obtidos. Além disso, é necessário ter empatia, ou seja, colocar-se no lugar dos colaboradores. Todo líder já foi liderado um dia, e é muito bom que ninguém se esqueça disso.

  • Escuta ativa

Os líderes de sucesso desenvolvem a chamada “escuta ativa”. Isso significa que eles oferecem a todos os liderados tempo e espaço para que expressem aquilo que sentem. Críticas, elogios, sugestões e propostas de trabalho podem ser extremamente enriquecedores. Um líder que ignora a participação dos outros e confia exclusivamente no seu próprio julgamento tende ao individualismo e ao egocentrismo. Isso não condiz com os modelos de liderança mais democráticos e inclusivos da atualidade.

  • Feedback construtivo

Para segurar o ego, é interessante que os líderes se abram aos feedbacks — tanto dos liderados quanto de outros líderes. Assim, eles podem perceber como o seu trabalho está sendo avaliado, reconhecendo as suas vitórias e identificando o que podem melhorar na sua forma de liderar. Isso os torna mais humildes e conscientes também na hora de fornecer feedbacks aos seus colaboradores — novamente enaltecendo os pontos positivos e comunicando com empatia o que deve ser melhorado.

  • Promoção do desenvolvimento da equipe

Um dos sinais de um ego descompensado ocorre quando um líder pensa apenas no próprio progresso. Por isso, um meio de evitar o egocentrismo e alcançar esse equilíbrio desejado é compreender que todos da equipe querem prosperar. Dessa forma, cabe ao líder oferecer meios de desenvolver a equipe, por meio do compartilhamento de informações, dos cursos, dos treinamentos e das oportunidades de promoção. Isso não gera apenas benefícios individuais, mas também faz com que toda a equipe cresça.

  • Foco nos objetivos comuns

Infelizmente, há pessoas que só se utilizam dos cargos de liderança para atender aos seus próprios interesses. Agem com egoísmo e, muitas vezes, abusam da autoridade que foi concedida a elas. Nesse sentido, é preciso deixar o egoísmo e a vaidade de lado, entendendo que liderar é servir. Assim, mantenha o foco nos objetivos da equipe, colocando-se à disposição de todos para ajudar, prestar esclarecimentos e contribuir na prática para o sucesso coletivo, em vez de focar no reconhecimento individual.

  • Gratidão e equilíbrio emocional

Por fim, é fundamental que um líder em equilíbrio saiba administrar as suas emoções, sem “descontá-las” sobre os demais colegas. Terapias, mentorias e meditações podem fazer com que qualquer pessoa amenize o estresse e aumente a serenidade no dia a dia. Por isso, é recomendável que os líderes invistam nessas estratégias de alívio emocional. Além do mais, é importante manifestar a gratidão pelas contribuições dos outros membros da equipe. Isso fortalece a harmonia e o senso coletivo.

Concluindo, o ego é algo que está na nossa mente e que precisa manter-se equilibrado em qualquer indivíduo, sobretudo nos que ocupam posições de liderança. Líderes com um ego saudável despertam o que há de melhor em todos, enquanto os que apresentam um ego excessivo podem gerar resultados catastróficos. Atente-se aos pontos acima e seja um líder exemplar!

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