Identificar os estágios da depressão, em que estágio estamos após o momento em que fomos diagnosticados, é importante porque conseguimos encontrar o auxílio e o tratamento específicos para cada um deles, impedindo que a doença se agrave, principalmente porque alguns casos leves podem passar despercebidos apenas como uma tristeza ou desânimo corriqueiro, mas podem evoluir de grau e causar bastante problema no futuro.

Mesmo sendo um transtorno cuja causa principal é a herança genética, ele pode ser desencadeado por acontecimentos pessoas, como perdas, traumas, condições difíceis de trabalho ou desemprego, bullying, dificuldades financeiras ou de estabelecer fortes vínculos (relacionamentos, amizade, família), entre outros.

ESTÁGIOS DA DEPRESSÃO

  • Leve

Como nos sugere o estágio, essa é a forma de manifestação da doença mais leve. Quem foi diagnosticado nesse ponto da doença, recebe o nome de chato, pessimista, mal-humorado e triste pelas pessoas ao redor.

Esse estágio demonstra bem que nem sempre o depressivo só consegue ficar calma o dia inteiro. Ele consegue desempenhar suas funções e atividades diárias normalmente sem aparentemente demonstrar prejuízos.

O grande problema do estágio leve é que não existe o alarde, ou seja, muitos daqueles que possuem a doença não procuram ajuda e não veem como algo para se preocupar. No entanto, é nesse estágio que o tratamento se torna mais efetivo para que não se agrave o caso.

  • Moderada

Quando passamos para a fase moderada da doença, já podemos ver uma diminuição significativa das atividades diárias, uma perda do rendimento profissional e um aumento nos problemas com relacionamentos, relações familiares, amizades, entre outras coisas. Além disso, parece que gastamos muito mais energia do que a que nosso corpo consegue suportar.

PSC

Este período é sentido em todo o corpo, o cansaço vai aumentando e o depressivo, aos poucos, cresce um estado de inércia, do qual não consegue mais encontrar forças para reagir.

  • Grave

A última fase da doença tem características bem definidas, como descontrole, isolamento e prejuízo de vínculos afetivos, familiares e profissionais. A pessoa com depressão grave se sente impotente e pode chegar ao extremo de ter um comportamento com instintos suicidas.

Pode até ser que pensemos em esconder os que estamos sentindo e tentemos parecer saudáveis diante dos outros, a depressão grave provoca uma mudança muito brusca no comportamento e na rotina, quase impossível de se passar despercebido.

TIPOS DE DEPRESSÃO

Os estágios da doença têm relação direta com os tipos que até hoje foram identificados da doença, pois os vários tipos de depressão variam conforme a intensidade e gravidade da doença, assim como podem variar em sintomas, momento de aparecimento e persistência. Mesmo assim, apesar de apresentar características diferentes, eles se apresentam bem semelhantes.

As diferentes formas de manifestação da depressão podem pedir tratamentos distintos. Foram constatados, ainda, diferenças no jeito como os indivíduos vivenciam a doença e manifestam os sintomas, que dependem bastante da faixa etária, do gênero, da classe social e do meio cultural ao redor.

Os tipos que tem origem em perturbação da natureza psicológica, como depressão neurótica, reativa ou minor, são tratáveis principalmente com o acompanhamento de psicoterapia. Por outro lado, as as depressões somáticas e psicóticas, quase sempre associadas a desequilíbrios químicos, tem como tratamento o medicamento.

OS TIPOS MAIS COMUNS DE DEPRESSÃO

  • Episódio Depressivo

Essa é a forma mais comum e típica da depressão. Um episódio depressivo simples ocorre ao longo de um período que varia de semanas a anos e se manifesta por meio de uma combinação de sintomas, com duração superior a 2 semanas.

Os episódios depressivos simples são descritos como unipolares. Chamamos de unipolar aquele que não apresenta variação no humor, ao contrário do bipolar, que pode experimentar momentos de ótimo bom-humor entre o período em que manifesta a doença.

Foi constatado que 1/3 das pessoas que são afetadas pela doença vivenciam um episódio ao longo da vida. Contudo, se após esse episódio, a pessoa não recebeu tratamento adequado, esses episódios podem se tornar mais frequentes.

Uma característica que apresenta qualquer episódio é incapacitar para o trabalho. Isso pode acontecer em maior ou em menor grau, durante muito ou pouco tempo, mas ele torna a pessoa impossibilitada de exercer qualquer tipo de função.

  • Perturbação Depressiva Recorrente

Retomando o que dissemos sobre episódio depressivo, quando ele se torna frequente, passa a ser chamado de perturbação depressiva recorrente ou perturbação depressiva major.

Ela começa habitualmente durante a adolescência ou no início da idade adulta. Os indivíduos que foram diagnosticados com esse tipo de depressão se veem diante de fases depressivas, que podem durar meses ou até mesmo anos, intercaladas com fases de humor normal.

Este tipo de perturbação depressiva, chamada pelos médicos de depressão clássica ou clínica, tem natureza unipolar (ou seja, não apresenta episódios de mania ou hipomania) e torna aquele que a possui um ser completamente incapacitado de exercer qualquer função.

  • Distimia

Esse tipo tem como característica apresentar sintomas menos evidentes, se formos comparar com os tipos descritos anteriormente. Porém, a perturbação é persistente, por isso que é chamada também de transtorno depressivo persistente, e os sintomas podem ser sentidos durante muito tempo (2 anos, até mesmo décadas).

Denominada também por depressão crônica, esse tipo é unipolar e afeta o funcionamento da vida, mas é visto como menos incapacitante que os tipos já descritos, pois está em estágio moderado.

As pessoas conseguem desempenhar suas funções normal, mas ela pode se tornar um estágio para o desenvolvimento de uma depressão maior, que pode se manifestar entre os períodos de sintomas menos graves.

  • Depressão Bipolar tipo I

Este tipo ocorre na perturbação bipolar, que tinha o nome de perturbação maníaco-depressiva, e é menos comum. Ele envolve uma alternância entre fases depressivas, fases de humor normal e as chamadas “fases maníacas”.

As fases maníacas podem ser descritas por um humor extremamente eufórico, hiperatividade, inquietação e uma ausência de necessidade de dormir. Isso tudo pode afetar o raciocínio, o julgamento e comportamento sociais, o que pode gerar problemas graves.

Essa fase maníaca ainda pode influenciar práticas sexuais indiscriminadas e inseguras; até mesmo aumento de gastos. O resultado da mania é, quase sempre, o desenvolvimento de depressão.

Mesmo que seja menos comum, os sintomas das fases de depressão bipolar são difíceis de separados dos sintomas de uma depressão unipolar.

  • Depressão Bipolar tipo II

A Depressão Bipolar do tipo II apresenta mais semelhança com a perturbação depressiva recorrente do que com a perturbação bipolar. Isso porque as pessoas com a doença parecem apresentar apenas fases de um humor triste.

Ela é uma síndrome que faz com que a pessoa afetada manifeste episódios depressivos repetitivos marcados pelo que a comunidade médica chama de hipomania, que significa um estado de euforia mais moderada que a mania.

A grande dificuldade nesse caso é que as pessoas que estão ao redor do portador da doença podem confundir esse estado como um simples estado de humor normal ou de alegria, mas não é.  

  • Episódio Depressivo Psicótico

A depressão psicótica ou delirante é uma manifestação singular de episódio depressivo. A psicose envolve a visão ou a audição de coisas irreais (alucinações) e/ou o desenvolvimento de ideias ou crenças falsas (delírios).

As pessoas diagnosticadas com a doença desenvolvem crenças falsas, como uma culpa exacerbada (delírio da culpa), a ruína financeira (delírio da pobreza) ou uma doença grave e incurável (delírio hipocondríaco), apesar de médicos e evidências mostrarem o contrário.

As pessoas com depressão delirante precisam, quase sempre, de internamento numa unidade psiquiátrica. Os episódios psicóticos podem ser de natureza unipolar ou bipolar.

  • Depressão Atípica

Caracteriza esse tipo uma hipersensibilidade e mudanças de humor, um apetite que pode ser considerado excessivo, assim como o desejo de dormir demais, podendo até acontecer ataques de pânico.

Ela é considerada atípica porque as pessoas que a possuem são capazes de sorrir, viver momentos alegres e se mostram sociáveis, porém, por trás de tudo isso, há sentimentos suicidas.

Chamada também de “depressão sorridente”, o seu diagnóstico é bem mais complicado, pois se torna difícil identificar aqueles que são acometidos pela doença. Isso porque os sintomas estão camuflados por trás de falsas demonstrações de felicidade e porque, muitas vezes, são pessoas sem motivo aparente para estarem deprimidas: têm um trabalho, uma casa, amigos e até cônjuge e filhos.

  • Perturbação Depressiva Sazonal

Esse tipo de depressão é semelhante à depressão atípica, mas sua ocorrência acontece, como o próprio nome sugere, sazonalmente, em estações do ano. Ela se manifesta em alterações do clima, como por exemplo em estações como outono e inverno. Geralmente, quando a estação muda, as pessoas que possuem esse tipo de depressão retomam o ritmo natural da vida.

Sabemos que, quanto mais para o extremo do Planeta fomos (seja para Norte ou para o Sul), mais afastado um país fica da Linha do Equador e maior é o risco do desenvolvimento desse tipo, pois, com a chegada do Outono e do Inverno, os períodos de convívio com a luz do Sol ficam reduzidos e aumentam os momentos em que ficamos isolados.

Estas alterações resultam numa maior segregação de melatonina, hormônio denominado de sonífera (que regula o sono) e que é produzida em períodos de baixa ou nenhuma luminosidade e numa diminuição da produção de serotonina, neurotransmissor associado ao bem-estar e à felicidade, que costuma atingir níveis maiores quando estamos expostos ao sol.

A depressão sazonal, que costuma se repetir todos os anos, é acompanhada de retraimento social, aumento do sono e ganho de peso.

  • Transtorno disfórico pré-menstrual

Conhecida como TDPM, ele vem à tona todos os meses no período que antecede o ciclo, acompanhando a TPM, e termina assim que o ciclo se inicia. Ele decorre, como a própria TPM, de uma baixa de estrogênio, o hormônio feminino.

Os sintomas, no entanto, são muito mais graves e perturbadores que a TPM comum, podendo levar o paciente diagnosticado a ser incapaz de exercer suas atividades diárias por conta da imensa tristeza, irritabilidade, vontade de isolamento e indisposição.

O D vem de “disfórico” que é o oposto da euforia, o que caracteriza o estado de alguém com depressão. De 3 a 8% das mulheres sofrem com TDPM. E, claro, algumas delas podem apresentar TPM em paralelo.

  • Depressão profunda

A depressão profunda é considerada a fase mais crítica da doença e apresenta algumas características como fadiga, falta de energia para fazer as atividades do dia a dia, tristeza contínua, pensamentos de culpa ou autoextermínio, dificuldade para manter o autocuidado, como tomar banho, trocar de roupa e escovar os dentes.

Ela é a depressão mais perigosa, por pode levar ao suicídio. A depressão profunda não é rara. Uma em cada 5 pessoas passa por uma depressão profunda clinicamente grave em alguma época da vida, tendo quadros tão severos que podem levar à hospitalização.

Os sintomas depressivos podem variar de pessoa para pessoa, mas quase todos os casos vivenciam sentimentos de tristeza, desesperança, desamparo, raiva, irritação e desânimo. Eles podem mudar ao longo da doença.

 

Copyright: 1324048220 – https://www.shutterstock.com/pt/g/kittirat+roekburi