Alguns pensadores das áreas da antropologia e da sociologia costumam agrupar as pessoas a partir de gerações, como a geração X, a geração Y, a geração Z, entre outras. O objetivo dessas categorizações não é o de classificar os seres humanos, pois isso seria uma tarefa incrivelmente complexa. A ideia é, na verdade, promover uma reflexão acerca de crenças, prioridades e estilos de vida, compostos por traços em comum às pessoas de determinadas décadas.

Entre essas gerações, existe a chamada geração X, que é uma das principais forças do mercado de trabalho atual. Por esse motivo, é importante que saibamos quem são essas pessoas e quais são as suas principais características e diferenciais. Para descobrir essas informações, é só dar continuidade à leitura a seguir!

Quem é a geração X?

Os indivíduos da Geração X nasceram a partir de 1965 até 1980, ainda que haja algumas divergências entre os teóricos acerca das datas exatas. São filhos de mães que trabalham fora ou de pais divorciados e são fãs de histórias em quadrinhos. Geralmente, mostram-se céticos em relação a quase tudo e preferem acordos informais, sendo menos leais à empresa do que os seus antecessores, os chamados baby boomers.

São indivíduos que não acreditam em hierarquia nas organizações, adoram o trabalho em equipe, gostam muito de dinheiro e não veem mistério nos computadores. A maioria nasceu depois da chegada do homem à lua (1969) e foi testemunha do surgimento do videocassete, dos CDs e do ‘computador pessoal.

A geração X não cresceu em meio a um ambiente estimulante, mas boa parte dela acaba conseguindo tirar proveito das coisas novas, ainda que não seja com grande eficiência. O processo de aprendizado, no entanto, é um pouco mais lento em comparação com as gerações mais jovens. Os profissionais sentem muito a falta de orientação e treinamento formal para as novas tecnologias.

Quais são as principais características dos membros dessa geração?

Na sequência, você vai conferir alguns dos traços mais marcantes das pessoas que fazem parte da geração X. É importante lembrar, contudo, que serão apresentadas tendências, e não de verdade absolutas. Não é porque uma pessoa nasceu nessa geração que ela obrigatoriamente apresenta todas essas características, OK?

1. Ceticismo

As pessoas da geração X são céticas, ou seja, precisam ver para crer. Elas não acreditam em qualquer coisa e, por isso, gostam de provas, de ciência e de informações que possam ser verificadas. Além disso, são desconfiadas por natureza, procurando investigar aquilo que lhes é apresentado.

São indivíduos que cresceram em meio à Guerra Fria, no cenário internacional, e à Ditadura Militar, no cenário nacional. Por isso, têm uma dificuldade considerável em acreditar em políticos e autoridades. Isso os leva a perder um pouco de coletividade, sendo, por conta desse efeito, considerados mais individualistas e competitivos.

2. Procura pelo equilíbrio pessoal-profissional

No aspecto comportamental, a geração X tem um bom equilíbrio entre a família e o trabalho, mas cuida desses dois elementos de forma separada. Misturar universos diferentes não é com eles. Dessa forma, é uma geração que precisa equilibrar o seu tempo na empresa, a fim de que o trabalho não atrapalhe a sua vida e que as pessoas não fiquem desmotivadas.

Em geral, são pessoas mais metódicas, acostumadas às regras impostas pela geração anterior, os baby boomers, mas com um pouco mais de flexibilidade. Por isso, gostam de definir muito bem o tempo que dedicam à carreira e o tempo que dedicam à vida pessoal. Procuram o equilíbrio entre essas duas áreas, agindo com responsabilidade sobre ambas.

3. Ação e persistência

No cotidiano, esses indivíduos têm um pouco de receio de compartilhar as suas ideias e experiências, com medo de perder créditos pelos seus trabalhos. Tampouco se sentem na obrigação de realizar esse tipo de troca. Têm tendência a não querer sofrer interferência em seu trabalho, gostam de trabalhar em horas definidas, desejam passar mais tempo junto da família, têm um perfil cético e individualista, mas também apreciam a informalidade.

São pessoas que preferem demonstrar as suas crenças pelas atitudes e comportamentos, mais do que pelas palavras. Por isso, costumam ser indivíduos determinados e persistentes quando definem um objetivo.

4. Versatilidade

Apesar de haver algumas desvantagens no confronto com a geração Y (millennials), os profissionais desse grupo têm a grande vantagem de ter atravessado crises e de contar com um conhecimento amplo em tecnologia. O profissional dessa geração já era adulto quando a revolução da informática chegou ao Brasil, por exemplo, e, com isso, consegue ter uma visão de mercado bastante ampla.

Por esse motivo, a geração X é considerada um exemplo de versatilidade: ela ainda carrega a disciplina e os valores dos baby boomers, mas, ao mesmo tempo, admira as inovações e aprende a dominar as novas tecnologias com os seus sucessores, os millennials.

5. Capacidade e desejo de aprender

A geração X é muito bem aproveitada na implantação e na supervisão de projetos já testados, pois tem uma grande habilidade de aprender com as velhas experiências. É uma geração cada vez mais requisitada em um mercado no qual as empresas buscam garantir estabilidade para retomar o crescimento, após o arrefecimento da crise.

Esses indivíduos são um “porto seguro” para os mais jovens, sobretudo nos momentos de adversidades, seja na vida pessoal, seja nos ambientes corporativos. Destacam-se em funções de liderança, sendo que muitos deles abriram as suas próprias empresas, tornando-se empreendedores. Gostam da independência e da autonomia ao dar rumos às suas vidas.

Os 5 traços acima são apenas alguns dos comportamentos típicos dos membros da geração X. Todavia, como qualquer geração, ela é composta por indivíduos diferentes entre si, que expressam toda a complexidade da espécie humana. Uma geração é apenas uma maneira de compreender a evolução da história da humanidade aos poucos, mas não deve ser tomada como um rótulo definitivo.

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