Nas diferentes situações da vida, precisamos de algum tipo de inteligência para resolver os problemas e para alcançar os nossos objetivos. No entanto, você já percebeu que utilizamos tipos diferentes de inteligência, de acordo com as situações?
Especialistas passaram a estudar o conceito de inteligência ao longo do tempo, chegando à conclusão de que há dois tipos diferentes, sendo que ambos são importantes: a inteligência fluida e a inteligência cristalizada.
Neste artigo, você vai conferir a importância de cada um desses tipos de inteligência, conhecendo também as características que os diferem. Ficou curioso? Então, continue a leitura e saiba mais sobre o tema!
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Os dois tipos de inteligência
A Inteligência Fluida é a capacidade de resolver problemas novos de forma imediata, ou seja, fluindo com “destreza”, quase que de forma instintiva e automática, em dado momento. Portanto, utiliza-se de raciocínio lógico e intuitivo e inclui a formação de conceitos, sem a necessidade de receber instruções ou de influência socioculturais.
A Inteligência Cristalizada, que também podemos chamar de sabedoria, é a capacidade que uma pessoa tem de resolver problemas (simples ou complexos) de forma prática, baseando-se em conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, por meio de estudos (intelecto) e “solidificados” por meio de experiências vividas também. Normalmente, a Inteligência Cristalizada é influenciada por fatores socioculturais e desenvolve-se ao longo da vida, com a idade, por exemplo.
No que se refere a competências (que são o somatório da sigla CHA — Conhecimentos, Habilidades e Atitudes), a Inteligência Fluida está relacionada ao conhecimento, enquanto a Inteligência Cristalizada se relaciona a atitudes e habilidades.
A descoberta da inteligência fluida e da inteligência cristalizada
O psicólogo britânico Charles Sperman, no início do século XX, descobriu a teoria “bi-fatorial”; que é a ligação de dois fatores relacionados à inteligência. Isso significa que o desempenho de qualquer medida intelectual é vinculado ao nível geral de inteligência de uma pessoa e às habilidades específicas de cada um.
Dessa forma, ao resolver qualquer situação ou problema, do mais simples ao mais complexo, os dois tipos de fatores predominariam: um fator de inteligência geral (g), voltado para capacidades intelectuais, com base neurológica, e fatores específicos (s), relativos a tarefas específicas, representando as habilidades particulares de cada indivíduo.
A partir de estudos do “fator g”, Thornidike, Lay e Dean, em 1909, constataram que a inteligência envolvia mais do que os dois fatores apresentados por Sperman. Por sua vez, apresentaram a Teoria Multifatorial que constatou que a inteligência envolve um amplo número de capacidades intelectuais diferenciadas, porém totalmente interligadas.
Posteriormente a este estudo e propondo uma alternativa, o cientista Louis Thurstone, utilizando o método da análise fatorial múltipla, propôs a existência de fatores independentes relacionados à inteligência e às capacidades mentais primárias.
Tais fatores, ele resumiu em: “Espacial (fator S — Space)”, “Rapidez de Percepção (fator P — Perceptual speed)”, “Numérica (fator N — Number)”, “Compreensão Verbal (fator V — Verbal meaning)”, ”Fluência Verbal (fator W — Word fluency)”, “Memória (fator M — Memory)” e o fator “I (Inductive reasoning)”, representando o Raciocínio Indutivo.
No ano de 1942, o cientista Raymond Catell, a partir de estudos e correlações de capacidades primárias da inteligência, desenvolvidas por Louis Thurstone e o “fator g” da teoria “bi-fatorial”, de Spearman, constatou dois fatores gerais de inteligência. Em 1998, John Horn confirmou os estudos de Catell, e os fatores gerais receberam o nome de modelo “Gf — Gc” de Catell e Horn, passando a ser designados como Inteligência Fluida e Inteligência Cristalizada.
Características da inteligência fluida
A Inteligência Fluida (Gf — Fluid intelligence) está relacionada a fatores biológicos (genéticos). Por esse motivo, alterações orgânicas que acontecem com um indivíduo, decorrentes de lesões e desnutrição, entre outras situações relacionadas a problemas genéticos, influenciam diretamente a Inteligência Fluida e não a Inteligência Cristalizada.
A capacidade fluida, ou fluidez, melhor dizendo, pode atender a tarefas que exigem conceituações, a compreensão de algo que cause impacto maior, além de implicações e da realização de inferências (somar informações e chegar a conclusões). Em alguns casos, a carga fatorial da inteligência fluida (Gf) sobre o fator geral (g) pode ser equivalente.
Características da inteligência cristalizada
A Inteligência Cristalizada (Gc — crystallized intelligence) — Inteligência Social, “Senso Comum” exige uma capacidade maior para a solução da maioria dos problemas complexos que acontecem no “dia a dia”, no cotidiano, a partir de experiências culturais e educacionais.
Dessa forma, a Inteligência Cristalizada pode ser demonstrada mais em atividades escolares e tende a evoluir com a idade, por estar relacionada a atividades socioculturais. Em contrapartida, a Inteligência Fluida pode diminuir com o aumento da idade, por estar relacionada a fatores biológicos e gradual degeneração das estruturas fisiológicas.
É importante destacar que as pessoas podem apresentar entre si, um nível igual de Gf e diferentes níveis de Gc, pois este último está diretamente relacionado a como cada pessoa estimula e investe no desenvolvimento desse fator.
Para concluir
Para concluir, podemos compreender que a inteligência fluida é aquela que consiste na nossa habilidade de resolver problemas, de compreender o que se passa ao nosso redor, de inferir informações, de relacionar conceitos, de ter um raciocínio rápido e de manter a flexibilidade mental. Ela cresce desde a infância até a idade adulta, quando entra em declínio.
A inteligência cristalizada, por sua vez, é o somatório de todos os saberes que adquirimos ao longo da vida, o que inclui as experiências de vida, as leituras, os cursos, a vida escolar, a faculdade, enfim, tudo aquilo que a memória é capaz de armazenar. Ao contrário da inteligência fluida, a inteligência cristalizada não entra em declínio, pois se mantém na terceira idade.
Como você pode perceber, os dois tipos de inteligência são importantes. Um é mais prático e depende de questões biológicas sobre o raciocínio e as habilidades que trazemos, enquanto o outro é mais dependente de estudos e ensinamentos obtidos com as experiências de vida.
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