Quando pensamos nos heróis do cinema e dos quadrinhos, a imagem que nos vêm à mente é de alguém, forte, inteligente e corajoso, pronto para resolver os problemas da cidade. Assim, é comum que as pessoas queiram ser ou ficar perto de um herói. No entanto, quando falamos de um líder com características de herói, a coisa pode não ser tão maravilhosa quanto parece.

Neste artigo, vamos compreender as características do líder herói e os motivos pelos quais ele não é bom para o time. Ficou curioso? Então, continue a leitura a seguir e descubra!

Quem é o líder herói?

O líder herói é aquele líder que quer ter todas as respostas, esconder todos os erros e assumir a responsabilidade por todas as funções — e consequentemente receber todos os méritos. Ele se considera o protagonista da equipe, deixando para os demais membros o papel de coadjuvantes, com funções burocráticas e de pouca complexidade.

Ele controla tudo, centraliza todas as decisões e confere pouca ou nenhuma autonomia aos seus liderados. Mostra-se forte e imbatível, não reconhecendo os próprios erros e não mostrando as suas vulnerabilidades. Ele também pode ficar sobrecarregado, devido à centralização das tarefas sobre si mesmo, ficando mais suscetível a adoecimentos e problemas pessoais.

Por que essa liderança não é boa para a equipe?

Confira na sequência 9 motivos que revelam os malefícios do líder herói — para a equipe e para si mesmo.

1. Superioridade e distanciamento

O líder herói tende a esconder as suas vulnerabilidades e a não reconhecer os próprios erros. Assim, ele se coloca continuamente em uma posição de superioridade, como se fosse um ser perfeito. Essa postura gera um distanciamento, ou seja, um afastamento dos liderados, como se fossem os súditos de um rei inacessível. Dessa forma, a comunicação é reduzida, o que traz muitos problemas para o dia a dia. Essa vontade de parecer perfeito é muito prejudicial, pois a perfeição não existe.

2. Falta de incentivo à autonomia

PSC

Esse tipo de líder tende a ser centralizador. Como ele se considera superior a tudo e a todos, ele não confia nos membros da sua equipe, querendo fazer tudo sozinho. Encontra uma enorme dificuldade em delegar atividades, passando para a equipe apenas aquilo que é mais fácil ou menos importante. Isso pode deixar a equipe entediada e pouco estimulada. Além disso, essa atitude evita que os colaboradores desenvolvam as suas habilidades e competências, mantendo-se sempre no mesmo lugar.

3. Ideia de perfeição e idolatria

Querer ser perfeito, como citamos, é um dos defeitos mais clássicos do líder herói. Isso impacta a sua relação com os colaboradores. Alguns deles podem acreditar nessa “perfeição”, adotando uma verdadeira idolatria pelo chefe, tornando-se incapazes de notar os erros dele. Por outro lado, outros membros da equipe podem ficar intimidados na presença do líder. Se ele é assim tão perfeito, os liderados também ficam com medo de errar e de expor as suas vulnerabilidades.

4. Sobrecarga e burnout

O que o líder herói talvez não perceba é que ele prejudica a si mesmo com essa postura. Dessa forma, ele fica sobrecarregado, pois não delega tarefas e assume mais responsabilidades do que pode dar conta. Consequentemente, ele fica física e mentalmente sobrecarregado, chegando à exaustão com tantas preocupações na mente e com tantas horas extras trabalhadas. Isso pode provocar problemas de saúde físicos e mentais, como a síndrome de burnout (esgotamento associado ao trabalho).

5. Alta rotatividade na equipe

Se os colaboradores ficam intimidados, desmotivados, entediados e sem perspectivas de crescimento diante de um líder herói, qual ânimo eles encontrarão para permanecer ali? Nenhum. Na primeira oportunidade para sair, eles sairão, à procura de empresas que realmente estejam interessadas em desenvolver o potencial dos seus liderados. Consequentemente, só ficarão na equipe os colaboradores que realmente estão acomodados e que não querem fazer nada, prejudicando os resultados da organização.

6. Microgerenciamento

O microgerenciamento é a postura do líder que quer controlar absolutamente tudo aquilo que o colaborador faz. Ele dá palpite em cada detalhe e quer tomar todas as decisões, não confiando e não dando autonomia para que o liderado trabalhe longe da sua presença. Essa supervisão excessiva e sufocante é semelhante a um pai superprotetor, que controla tudo o que o filho faz. Isso eleva no colaborador o medo de errar, a dependência e a incapacidade de agir por conta própria.

7. Falta de inclusão e democracia

O líder herói não é democrático. Ele gosta de tomar todas as decisões sozinho, pois se julga o único na equipe com conhecimentos válidos. Dessa forma, ele não faz reuniões para apresentar as situações e pedir sugestões de solução. Ele faz reuniões apenas para apresentar o que cada um deve fazer — o que, em geral, não é muita coisa, já que a maioria das atividades importantes é executada por ele mesmo. Por isso, esse modelo de gestão não é nada democrático ou inclusivo.

8. Restrição de conhecimentos

Por querer ser o único protagonista da equipe e por não confiar em mais ninguém, esse tipo de líder nunca compartilha os seus conhecimentos. Na visão dele, ensinar o que sabe aos menos experientes significa criar um exército de concorrentes. Por isso, ele mantém os seus saberes restritos à sua própria mente, mantendo os liderados sempre com os mesmos conhecimentos e impedindo-os de crescer.

9. Problemas pessoais

Por fim, não é difícil imaginar as consequências para a vida pessoal desse líder herói: fazer muitas horas extras, estar sempre cansado e sem energia, ter pouco tempo para a família, abrir mão dos momentos de lazer, afastar-se dos amigos, dormir e descansar por períodos insuficientes, esgotar o corpo e a mente, estressar-se com facilidade, aumentar as probabilidades de adoecer física e mentalmente e, provavelmente, ficar isolado.

Agora, compreendendo todas as desvantagens desse perfil de liderança, você ainda quer ser um líder herói? Quer ter esse tipo de líder por perto? Provavelmente, não! Não seja esse tipo de líder que impede os seus liderados de progredir e que, por vaidade, deixa de compartilhar conhecimentos e de dividir a carga das obrigações.

E você, querida pessoa, já teve alguma experiência com lideranças do tipo? Como foi a sua experiência? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!