O estadunidense Philip Kotler é considerado o maior nome do marketing contemporâneo. Ele é responsável, entre várias outras contribuições, pela definição dos conceitos de marketing 1.0, 2.0, 3.0, 4.0 e 5.0, que traduzem a evolução dessa área, acompanhando as mudanças tecnológicas e comportamentais da sociedade.
Sim, chegamos ao chamado marketing 5.0, um contexto bastante específico, que reflete as particularidades das relações de consumo da nossa era. Neste artigo, vamos compreender melhor essa fase do marketing, além de conferir um breve histórico sobre as etapas pelas quais já passamos. Ficou curioso? Então, continue a leitura e saiba tudo sobre o tema!
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Breve histórico sobre o marketing
O marketing é a área do conhecimento que estuda as relações de consumo estabelecidas entre as empresas e as pessoas. Ele avalia os desejos e as necessidades das pessoas, o desenvolvimento de produtos e serviços, as estratégias de precificação e distribuição, bem como os meios de divulgação dessas soluções à sociedade.
Segundo Kotler, já passamos por 4 fases do marketing, até chegarmos ao atual marketing 5.0:
- Marketing 1.0: surgido logo no início da atividade industrial, foi a primeira fase do marketing, em que havia pouca concorrência e em que as empresas não se preocupavam muito em conhecer o consumidor e em construir marcas. O foco era em desenvolver produtos e anunciá-los nos meios de comunicação de massa;
- Marketing 2.0: amadurecimento das empresas, que começaram a pesquisar mais sobre as necessidades do consumidor para melhor satisfazê-lo. Assim, as organizações passaram a segmentar melhor o seu público, reduzindo a comunicação de massa;
- Marketing 3.0: foi o momento em que o público passou a ditar as regras do jogo. A comunicação passou a ser uma via de mão dupla, e não mais unilateral. A internet e o universo digital deram voz ativa ao consumidor. Assim, o marketing passou a desenvolver uma comunicação cada vez mais personalizada, abraçando também causas sociais e ambientais;
- Marketing 4.0: consolidação do marketing na internet, favorecendo, sobretudo, a interatividade, a conexão e o engajamento entre marcas e pessoas. O cliente avalia a qualidade do conteúdo que as empresas produzem.
O marketing 5.0
Por fim, chegamos à era atual, que Kotler chama de Marketing 5.0. Ele teve início com a pandemia de Covid-19, um contexto de isolamento social que só reforçou o ambiente digital como um espaço de convivência, interação, informação e consumo. Nesse contexto inédito e delicado, as empresas identificaram a necessidade de ser disruptivas em meio às adversidades e de analisar os cenários ao planejar estratégias. Empresas que não estavam na internet perderam muito nesse contexto.
Novos modelos de negócios acompanham o desenvolvimento da tecnologia e as mudanças no comportamento humano. Isso engloba conceitos como: inteligência virtual, realidade aumentada e virtual, internet das coisas, automação, segmentação extrema, reconhecimento facial e tecnologia por voz, histórias transmídia, blockchain e ativismo corporativo.
Para aproximar as marcas de pessoas com grande potencial para se tornarem clientes, o marketing 5.0 também explora o processamento de dados, a gestão de conteúdos e os algoritmos digitais para padronizar as entregas. No entanto, engana-se quem pensa que a tecnologia torna esse marketing mais frio. A verdade é que a empatia, os gatilhos emocionais, o apoio às causas sociais e ambientais e a valorização do consumidor nunca estiveram tão em alta como agora.
Os 5 pilares do marketing 5.0
Iwan Setiawan, colaborador de Kotler nas publicações sobre marketing 5.0, sintetiza essa fase do marketing em 5 pilares, conforme você verá a seguir.
1. Decisões baseadas em dados
Os dados que as empresas obtêm diariamente sobre o seu próprio desempenho e sobre o mercado em que estão inseridas são essenciais para que as decisões de marketing sejam tomadas com precisão. O mapeamento da jornada do cliente, a precisão do lucro, a segmentação do público o engajamento dos usuários na web e os dados dos pontos de vendas são valiosas fontes de informação. É essencial utilizá-las para definir estratégias, abandonando a ideia de que o marketing é puramente “intuitivo”.
2. Marketing preditivo
Consiste em analisar o cliente, o produto e a marca. A análise do cliente envolve avaliar as taxas de conversão, cancelamento e fidelização, desenvolvendo ações personalizadas. A análise do produto envolve fazer alterações, adaptações e personalizações, com base nas necessidades do público. Por fim, a análise da marca se refere ao que define o sucesso de uma campanha: conteúdos relevantes, identidade institucional, seleção de canais estratégicos e acompanhamento da jornada do cliente.
3. Marketing contextual
Esse aspecto consiste em pesquisar a fundo a realidade do cliente, de modo a estabelecer com ele um relacionamento profundo e duradouro. A internet das coisas, por exemplo, permite compreender os hábitos do consumidor: os canais de comunicação que ele usa, os locais que frequenta, os assuntos do seu interesse, e por aí vai. Conhecendo essa realidade de forma mais profunda, fica mais fácil personalizar os produtos, os preços, as promoções, os conteúdos, as experiências etc.
4. Marketing aumentado
O marketing aumentado consiste na condução dos leads (potenciais clientes) pelo funil de marketing: capturar leads por meio de materiais ricos, nutrir esses leads por meio de conteúdos relevantes e agir para converter os leads em clientes, por meio dos esforços da equipe de vendas. Os departamentos de marketing, vendas e sucesso do cliente, portanto, devem estar mais integrados do que nunca, a fim de gerar confiança aos clientes e fechar negócio.
5. Agilidade
Por fim, esse tipo de marketing é ágil, pois monitora os dados do desempenho de cada ação em tempo real. O universo digital permite que as empresas experimentem novas estratégias e rapidamente mensurem os resultados. Se forem positivos, a estratégia pode ser continuada. Se forem negativos, adaptações e substituições podem ser realizadas, antes de haver prejuízos consideráveis. Isso favorece a agilidade e abertura à inovação, além de mais aproximação e satisfação do consumidor.
O marketing não para de evoluir, pois ele depende essencialmente da capacidade de as empresas acompanharem a tecnologia e o comportamento humano, que é dinâmico por natureza. Assim, as características acima compõem o marketing 5.0, que traduz as relações de consumo estabelecidas na nossa sociedade, na era atual.
E você, querida pessoa, identifica essas características na sua empresa? Como? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!
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