Pesquisas apontam que o medo de ser demitido é um dos mais fortes e frequentes entre os brasileiros. Por isso, se você sente esse receio, saiba que não está sozinho. De fato, é bastante aflitivo pensar em perder a ocupação e ficar sem salário, comprometendo a sua qualidade de vida e a dos seus dependentes.
No entanto, você não precisa viver em pânico. O trabalho pode ser até mesmo fonte de prazer e autorrealização, desde que você saiba conduzi-lo com inteligência emocional, sem medo de ser mandado embora a todo instante. Mas por que esse medo insiste em surgir? O que nós podemos fazer para afastá-lo? É o que você vai conferir no artigo a seguir. Boa leitura!
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Causas do problema
O medo de ser demitido pode ser paralisante, causando ansiedade, nervosismo, desistências e tristezas. Segundo os especialistas no assunto, ele pode ser causado tanto por fatores externos como por fatores internos.
- Fatores externos
Os fatores externos são aqueles que não dependem do indivíduo e que causam nele o medo de ser demitido. Uma relação problemática com o chefe, condições de trabalho inadequadas e um cenário de crise socioeconômica na empresa ou no país como um todo fazem com que a pessoa conviva com esse medo. Ela sente que está na corda bamba e que a qualquer momento será despedida, podendo entrar também em uma crise financeira.
Além disso, é fato que a competitividade no mercado de trabalho está bastante alta, de modo que as vagas de emprego têm exigido cada vez mais habilidades e comportamentos específicos. Isso causa pressão e preocupação nos colaboradores, especialmente porque as empresas têm aderido ao hábito de criar equipes de alta produtividade, mas sem um grande número de colaboradores.
- Fatores internos
Além das questões externas, esse medo de ser demitido pode ter muito a ver com o quadro psicológico do próprio indivíduo. Ele pode experimentar, por exemplo, uma sensação contínua de incompetência, quase sempre derivada da baixa autoestima. Nesse caso, ele acredita que as suas habilidades estão aquém das funções do cargo que ocupa, desvalorizando a si mesmo.
Sem autoconfiança, o trabalhador naturalmente adota uma postura mais retraída, sem assumir projetos de maior responsabilidade. Para ele, é melhor fazer o básico bem feito do que sair minimamente da zona de conforto. Além disso, ele vivencia uma falta de esperança, ou seja, não faz ideia de qual seria o seu plano B, caso perdesse o emprego que tem.
Por fim, ainda entre os fatores internos, também não poderíamos deixar de fora a baixa resiliência dessas pessoas. São profissionais que acreditam que os problemas são permanentes e que não confiam nas próprias habilidades de superação e adaptação.
Síndrome do Impostor
O medo de ser demitido sem um embasamento que faça sentido deu origem até mesmo a um quadro psicológico específico, conhecido como “síndrome do impostor”. Nesse caso, o indivíduo nunca se considera competente o suficiente para abraçar os desafios da sua vida. Mesmo que ele tenha grandes conquistas, ele não se sente merecedor delas, acreditando que teve mais sorte do que merecimento por competências.
Nesses colaboradores, mesmo ao olhar para trás e verificar uma carreira de sucesso, a insegurança persiste, pois a pessoa acha que o resultado veio por outros motivos, e não pelos seus conhecimentos e habilidades. Por isso, essa síndrome também tem sido bastante associada ao medo de ser demitido, como se a pessoa acreditasse que não merece ou que não tem o que é necessário para ocupar a vaga que conquistou.
Um problema comum
Se você acha que está sozinho por ter medo de ser mandado embora da empresa, saiba que tem muita gente nesse mesmo barco. Em maior ou em menor nível, todo mundo tem esse receio, e é bom tê-lo até certo ponto. O medo é uma emoção importante, que nos leva a tomar atitudes mais prudentes para evitar problemas.
As pessoas mais bem-sucedidas que você conhece também sentem medo. O corajoso não é o que não tem medo, mas aquele que consegue agir, mesmo tendo que lidar com essa emoção. Aliás, muitos profissionais se sentem até mesmo mais motivados diante das adversidades, pois os momentos difíceis engrandecem a conquista e permitem que você demonstre ainda mais as suas qualidades. O medo os ajuda a planejar estrategicamente os seus passos.
Todavia, o medo deixa de ser útil quando nos paralisa. Nesse caso, em vez de nos ajudar com a prudência, ele torna-se exagerado, levando o indivíduo a ter um receio tão grande de que as coisas deem errado, que acredita que é melhor desistir de vez delas. Dessa forma, tudo depende da maneira como administramos a intensidade desse sentimento. Por isso, se necessário, procure a ajuda de psicólogos para encontrar esse equilíbrio.
Sinais desse medo
O medo é uma emoção relativamente fácil de ser identificada, pois os seus sinais são comuns e clássicos. Entre os sinais físicos, podemos citar os tremores nas mãos e nas pernas, a boca seca, o suor intenso, o coração acelerado, a respiração ofegante, a tensão muscular, as dores de cabeça e até mesmo os distúrbios gastrintestinais.
Já no que diz respeito aos sinais emocionais, o que se vê é uma série de pensamentos negativos, em que a pessoa já se visualiza sendo demitida, decepcionando os familiares e sofrendo os efeitos de uma grave crise financeira. Isso gera preocupação, pessimismo, ansiedade, insônia, irritabilidade, desânimo, queda de produtividade e muita desmotivação para o trabalho.
Paradoxalmente, esses sinais produzem aquilo que a pessoa mais teme: o erro. Portanto, é importante monitorar esses sintomas do medo para administrá-los com mais eficácia.
Lidando com o medo de ser demitido
Para administrar esse sentimento tão ruim, não tem jeito, precisamos passar as nossas ideias pelo crivo da racionalidade. Esse medo faz sentido? Os seus resultados no trabalho estão mesmo sendo ruins? É possível melhorar antes de ser mandado embora? Alguém da empresa já deu algum sinal de que você será mesmo despedido? Você tem errado mais do que o comum, ou está cometendo falhas como qualquer ser humano normal? Algum colega foi demitido? A empresa está em crise?
Antes de mergulhar nesses cenários catastróficos, faça a si mesmo as perguntas acima. Elas o ajudarão a compreender melhor os fatores internos e externos, já citados neste artigo, que estão relacionados a esse medo de ser despedido. Confrontar o medo com os fatos é a melhor maneira de enfraquecê-lo. Isso permitirá que você diferencie o medo que faz sentido do medo que não faz.
Além disso, mesmo que as coisas deem errado e que você perca o emprego, isso será mesmo o fim? Você é capaz de recomeçar e de encontrar novas oportunidades, talvez até melhores do que a atual, em outros lugares. Confie em si mesmo, confie na vida e, se precisar, procure a ajuda de um psicólogo.
Por fim, também nunca é demais reforçar que as empresas também precisam cumprir as suas responsabilidades para amenizar esse medo dos funcionários. É importante fazer reuniões com transparência, explicando a situação da organização. Além disso, os feedbacks devem ser rotina, de modo que cada colaborador saiba como o seu desempenho tem sido avaliado pelos seus superiores. Isso aumenta a produtividade e a satisfação, amenizando o medo e os demais sentimentos negativos.
E você, ser de luz, tem sentido esse medo de ser demitido? Por quê? Será mesmo que essa emoção faz sentido? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!