As metáforas são figuras de linguagem em que podemos estabelecer comparações. Assim, quando afirmamos que “fulano é um touro”, estamos dizendo que ele é forte e cheio de energia, pois atribuímos ao indivíduo a característica do elemento com o qual fazemos a comparação (no caso, o touro).

Muitas histórias contêm metáforas. É o caso de fábulas e contos que atribuem a determinados elementos da natureza, como animais e plantas, características essencialmente humanas. O objetivo dessas histórias metafóricas é justamente utilizar contextos diferenciados para proporcionar lições e aprendizados que podem ser extraídos e aplicados nas nossas próprias vidas.

“O grão de areia e a ostra” é uma dessas metáforas que, em uma simples reprodução do que acontece na natureza todos os dias, podem trazer significados mais profundos para o nosso dia a dia. Confira a metáfora a seguir e os aprendizados que podemos extrair dela. Boa leitura!

O grão de areia e a ostra

Uma ostra é um tipo de molusco que vive no mar e que é também um alimento muito apreciado. Esse animal tem uma concha que lhe serve de proteção e vive dentro dela sozinha. A concha e o mar são as suas casas. Às vezes, um grão de areia consegue passar pela barreira de proteção e entrar na concha da ostra, alojando-se dentro dela.

Ele se fixa em seu corpo e se recusa a sair. O grão de areia se aconchega naquela maciez e se agarra ao interior da ostra com todas as forças. Esse grão incomoda muito. Ele é áspero, pontiagudo e fere a ostra. Machuca, causa dor. As tentativas de se livrar dele são em vão. Não há nenhum meio de ele sair e cessar o sofrimento.

A única solução para a ostra, já que ela não consegue expulsá-lo é aprender a conviver com o grão de areia. Ela se resigna e entende a situação. Assim, a ostra cria, cuidadosamente, um invólucro de um material chamado madrepérola, ou seja, uma cobertura lisa e brilhante, que envolve o grão de areia e que a protege do mal-estar.

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Envolto por essa camada criada pela ostra, o grão de areia já não causa mais a dor de antes, e a ostra pode hospedar, tranquilamente, esse novo ser. A dor da ostra acaba por se tornar uma linda, desejada e valiosa pérola.

O que podemos aprender com a história?

Às vezes, são curiosos os meios que a natureza tem de agir, não é mesmo? Com a metáfora acima, podemos aprender 4 grandes lições. Confira-as na sequência!

1. Não podemos prevenir todos os problemas

A ostra é um molusco bivalve, ou seja, ela tem uma concha subdividida em duas partes para proteger o animal das ameaças externas. Essa é uma defesa que a própria natureza concedeu às ostras. Entretanto, por mais que sejam recursos eficazes, as conchas nem sempre impedem que algo invada o seu interior, como ocorreu com o grão de areia.

Isso significa que, na vida, nem tudo está sob o nosso controle. Nós devemos, sim, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para prevenir os problemas e fazer a coisa certa. Contudo, isso não produz uma certeza de que situações adversas jamais ocorrerão. A vida é imprevisível, de modo que aceitar que não podemos controlar tudo se faz necessário. Os problemas podem surgir, mesmo sem que tenhamos alguma culpa.

2. A revolta não resolve as nossas adversidades

Ao perceber que o grão de areia havia se instalado no interior da concha, a ostra sente dor, se incomoda e faz o que for possível para evitar a presença daquele agente invasor. A sua revolta, no entanto, é inútil. Ela não consegue expelir o corpo estranho do seu interior.

Quantas vezes, na vida, também nós nos debatemos, negamos, revoltamos, choramos, enfim, expressamos a nossa dor de alguma maneira, não é mesmo? É importante desabafar de vez em quando, mas precisamos compreender que isso não resolve o problema. Podemos cair, mas, depois, é de hora nos reerguermos para encontrar as soluções para as nossas dificuldades.

3. Adaptar-se a um novo contexto pode ser a melhor solução

Ao perceber que não teria como se livrar mais cedo do problema identificado, a ostra se aquieta e percebe que precisará aprender a conviver com aquele novo contexto provocado pelo grão de areia. É aí que, em vez de enfrentar, a ostra se adapta à nova realidade, produzindo o invólucro de madrepérola que a protege.

Os problemas têm esse poder nas nossas vidas. Quando não conseguimos eliminá-los, desenvolvemos recursos intelectuais e emocionais para que possamos lidar melhor com eles, enquanto existirem. É assim que desenvolvemos a paciência, a resiliência e a capacidade de nos adaptarmos a diferentes situações, sendo mais flexíveis.

4. Dos grandes problemas, podem surgir coisas boas

Por fim, como resultado de todo o sofrimento da ostra, surge uma delicada pérola, um material muito valioso, trabalhado na joalheria. Se o grão de areia não tivesse “invadido” a ostra, esse material belíssimo na existiria.

Isso significa que se tudo tivesse dado certo nas nossas vidas, nós não teríamos desenvolvido as competências e habilidades de que precisamos para viver bem: inteligência, criatividade, inteligência emocional, raciocínio lógico, clareza de comunicação, entre muitas outras. É nas adversidades que extraímos aprendizados e que desenvolvemos diferentes conhecimentos e competências — sem os quais não alcançaríamos resultados extraordinários.

E você, ser de luz, como lida com os “grãos de areia” da sua vida? Se revolta e tenta expeli-los, ou dá tempo ao tempo para transformá-los em lindas pérolas? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!