Quando falamos em empreendedorismo, quase sempre nos vem à mente a imagem de uma pessoa abrindo o seu próprio negócio, não é mesmo? De fato, esse é o chamado empreendedorismo clássico, aquele em que uma pessoa abre uma empresa para vender um produto/serviço e trabalhar para que a organização prospere.

Contudo, você também já deve ter ouvido falar no intraempreendedorismo, ou empreendedorismo interno, não é mesmo? Neste artigo, você vai entender em que ele consiste e como pode ser desenvolvido e estimulado dentro de organizações já existentes. Continue a leitura e saiba mais!

O que é intraempreendedorismo?

O intraempreendedorismo é o desenvolvimento de características empreendedoras nos funcionários de uma empresa que já existe. Mas quais são essas características empreendedoras? Podemos citar várias delas: proatividade, criatividade, responsabilidade e sentimento de “dono” do negócio.

Basicamente, estimular o intraempreendedorismo consiste em fazer com que cada colaborador de uma empresa se sinta um pouco dono dela. Dessa forma, cada funcionário deve trabalhar, dentro das suas funções, no sentido de propor melhorias, dar sugestões e ser um membro ativo da organização. É o oposto das instituições autocráticas, em que os funcionários apenas fazem o que devem, e ponto final.

Empreender significa identificar problemas e criar soluções, transformando-os em oportunidades. Assim, o funcionário intraempreendedor jamais se limitará a fazer aquilo que lhe for pedido. Se ele identificar um problema, ele terá proatividade para resolvê-lo. Se ele tiver uma ideia que possa representar melhorias aos processos da organização, ele não hesitará em comunicar a sua ideia aos chefes e colegas.

Por que o intraempreendedorismo é importante?

As empresas contratam diariamente diversos colaboradores, que chegam à organização com diferentes formações, experiências profissionais e referências. Você tem noção de quantas ideias essas pessoas podem ter, compartilhar, somar e enriquecer umas com as outras, a fim de fazer a empresa prosperar? Então por que limitá-las a obedecer às ordens de alguns poucos líderes?

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O intraempreendedorismo promove a construção de uma cultura muito mais democrática e aberta à inovação. Nela, qualquer funcionário, até mesmo estagiários, pode dar as suas sugestões. Isso faz com que os colaboradores se sintam cada vez mais úteis, importantes, motivados e engajados. Dessa forma, eles tendem a trabalhar com mais dedicação, o que aumenta a produtividade da empresa.

Como o intraempreendedorismo pode ser estimulado nas organizações?

Há 4 passos básicos para que uma empresa estimule o intraempreendedorismo nas suas dependências. Confira-os a seguir.

1. Empodere os seus funcionários

O primeiro passo consiste em empoderar os colaboradores da organização. Isso significar conceder a eles certa liberdade para propor ideias e dar sugestões aos seus líderes. O objetivo é mostrar-lhes que as ideias de todos serão bem-vindas, independentemente do cargo ocupado.

Isso fará com que cada colaborador se sinta um pouco mais “dono” da empresa em que trabalha, pois eles sabem que os seus líderes confiam nas suas capacidades. Esse processo de empoderamento, como o nome sugere, é o que literalmente dá poder aos funcionários. Eles não podem passar por cima das lideranças, é claro, mas têm total liberdade para contribuir com as suas ideias.

2. Estimule a diversidade

A prática intraempreendedora não fará muito sentido se todos os funcionários pensarem de forma parecida, não é mesmo? Por isso, ela tende a ser mais bem-sucedida em ambientes diversificados, em que há heterogeneidade entre os colaboradores.

Sendo assim, procure construir equipes de trabalho em que as pessoas sejam diferentes entre si. Quanto mais elas tiverem distintas formações, experiências, visões de mundo e competências individuais, mais ricas serão as relações de trocas que poderão ser estabelecidas no convívio diário. Evite o senso comum e estimule todos a dizerem o que pensam, mesmo que seja o oposto do que a maioria pensa. É importante combater essa unanimidade para estimular um debate construtivo.

3. Incentive as discussões e colaborações saudáveis

No intraempreendedorismo, é natural que as pessoas exponham o que pensem. Deixe claro que todas as ideias serão ouvidas, ainda que nem todas sejam acatadas. Isso não quer dizer que a pessoa seja um profissional ruim, mas apenas que aquela ideia não pôde ser desenvolvida.

Por isso, estimule os seus funcionários a pensarem bem e a reunir argumentos ao defender as suas ideias. No entanto, jamais devemos permitir que as discussões de ideias se tornem brigas de vaidades, OK? A contraposição de ideias faz parte do ato de empreender, mas todo mundo deve colaborar em prol do sucesso da organização, antes de querer um reconhecimento individual.

4. Reconheça os méritos de todos

Em qualquer empresa, os líderes precisam compartilhar conhecimentos e corrigir as falhas apresentadas pelos seus colaboradores. Nas iniciativas de intraempreendedorismo, não é diferente. No entanto, para incentivar essa nova cultura, também é importante reconhecer os méritos, ou seja, valorizar as boas ideias que forem compartilhadas.

Esse reconhecimento servirá como estímulo e motivação para que cada funcionário dê o melhor de si, de acordo com os seus conhecimentos e habilidades profissionais. Se as pessoas se sentem à vontade, confortáveis e seguras para expor as suas ideias, elas certamente o farão.

Quais traços compõem o perfil de um intraempreendedor?

Há 5 traços básicos que constituem o perfil de um funcionário intraempreendedor. É importante conhecê-los e divulgá-los, se você deseja que essa seja uma característica na sua empresa.

  • Proatividade: é o ato de tomar decisões por conta própria e agir, sem esperar que alguém mande (exceto em casos em que é preciso aguardar a ordem do líder, é claro);
  • Pensamento crítico: consiste em avaliar as ideias de si mesmo e dos colegas, ponderando as suas vantagens e desvantagens e verificando se vale a pena colocá-las em prática;
  • Inovação: empreender significa oferecer algo novo às pessoas, diferente do que a concorrência já faz. Por isso, é importante inovar, ser criativo e pensar em novas formas de fazer as coisas, seja para o cliente, seja dentro da própria empresa;
  • Motivação: o colaborador deve sentir que faz parte daquela empresa como se ela fosse de fato sua (mas não apenas sua). Isso o motivará a dar o melhor de si, pois os resultados da organização são em parte seus;
  • Iniciativa: amiga da proatividade, a iniciativa consiste em não ter medo de propor novas maneiras de agir dentro da empresa e de colocá-las em prática, caso sejam aprovadas.

Diante dessas características, pode-se concluir que o intraempreendedorismo é uma postura desejada pela maioria das empresas hoje em dia. Um funcionário não é mais um robô que obedece a ordens, mas um ser pensante, que pode contribuir com ideias para tornar a organização cada vez mais competitiva e bem-sucedida. Isso é ótimo para as empresas, mas também para que os próprios trabalhadores se sintam mais úteis, participativos e desafiados a crescer.

E você, ser de luz, consegue identificar iniciativas intraempreendedoras no seu ambiente de trabalho? Qual a sua opinião sobre esse modelo de negócios? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!