Quando falamos em erro, automaticamente associamos essa palavra a algo extremamente negativo. Mas, afinal de contas, o que é exatamente um erro? Será que os erros são todos iguais? Eles variam em gravidade? Quais são as causas deles? Por que erramos tanto? Será que todo mundo erra? Será que o erro é sempre algo ruim?
Uma palavra tão simples, de apenas 4 letras, e usada com tanta frequência em qualquer área da vida: esse é o erro. Ainda com mais questionamentos do que respostas, vamos dar um mergulho na compreensão de uma verdade incontestável: todo mundo erra.
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O conceito de erro
De forma geral, podemos entender o conceito de erro como uma ação, decisão ou resultado que não é compatível com um padrão preestabelecido do que é correto ou esperado. Se Joana tem 2 bonecas, e Maria tem 3, uma criança da educação infantil ou dos primeiros anos do ensino fundamental deve responder que as duas meninas têm juntas 5 bonecas. Esse valor é o correto, sendo que qualquer outro está errado.
No entanto, a vida é um pouco mais complexa do que a matemática básica, não é mesmo? Assim, além dessa área, também podemos falar em erros na ciência, na linguagem, na operação das máquinas, no comportamento humano, além de muitos outros contextos.
A natureza e a gravidade dos erros
Como você pode notar, o termo “erro” pode ser compreendido de determinadas maneiras. Há diferentes origens ou naturezas para os erros, sendo que eles também variam em gravidade.
Por exemplo, se um aluno erra na prova de geografia ao afirmar que a capital de Goiás é Cuiabá, ele será penalizado, mas não se trata de um erro grave. O mesmo não pode ser dito de um piloto de avião que confunde as duas cidades e compromete a vida de 200 passageiros, não é mesmo?
Assim, alguns erros são simples equívocos, que não causam muitas consequências, mas que nem por isso deixam de ser erros. Todavia, há outros que podem trazer consequências muito mais sérias.
Também podemos analisar os erros sobre o fato de serem evitáveis ou não. Alguns são inevitáveis e fazem parte da vida. É como tropeçar na rua, algo que acontece com todo mundo: o popular “deslize”. No entanto, há erros que podem ser evitados, desde que a pessoa aja com mais prudência, preparação e conhecimento.
Todo mundo erra
Sim. Todo mundo erra. Não há um ser humano que não cometa erros nesta ou em qualquer outra era histórica do nosso planeta. Diz a maior parte das religiões que nós estamos aqui no Planeta Terra justamente para que possamos aprender. Assim, uma pessoa que já sabe de tudo e que nunca erra não teria razões para estar aqui, não é mesmo?
Portanto, sim, a natureza humana é errante, mas isso não significa que devamos “gostar de errar”. Devemos aceitar que os erros fazem parte da experiência, mas procurar acertar, ou ao menos dar o nosso melhor no processo para que alcancemos os melhores resultados possíveis.
A perfeição não faz parte deste mundo, e a falibilidade é inerente à nossa espécie. Dessa forma, devemos fazer o possível para não errar, mas, caso aconteça, precisamos também desenvolver estratégias que nos permitam lidar adequadamente com a falha cometida.
A esse respeito, é importante pontuar que a aceitação dos erros não quer dizer, de forma alguma, ignorar responsabilidades ou justificar comportamentos prejudiciais. Na verdade, trata-se de abordar os erros de maneira construtiva, buscando soluções, aprendendo com cada vivência e evoluindo como indivíduo. Da mesma forma, evoluir pessoalmente envolve também perdoar o erro de si e do outro, a fim de manter relacionamentos saudáveis.
O lado positivo dos erros
Em geral, o erro é visto como algo negativo, afinal de contas, ele não corresponde ao padrão esperado do que é correto. No entanto, podemos, sim, dar ao erro contornos não tão graves, olhando para ele de forma mais construtiva e otimista. A própria percepção de “erro” pode variar muito dependendo do ponto de vista da situação enfrentada. O que pode ser uma falha em uma situação pode ser entendido até como algo positivo em outra.
Ao longo da história, muitos erros desempenharam um importante papel no avanço do conhecimento e na inovação. Muitas descobertas ou aprimoramentos a itens já existentes surgiram justamente a partir de acidentes ou da análise e correção de erros anteriores.
Portanto, uma sucessão de erros pode, na verdade, “fechar o cerco”, excluindo possibilidades até restar apenas o “jeito certo” ou o “resultado esperado” de algo. Para que isso seja possível, porém, precisamos desenvolver duas características comportamentais importantes: a coragem de correr riscos calculados e a humildade para reconhecer e aprender com os próprios erros.
As causas comuns dos erros
As causas de um erro podem ser tão diversas quanto a sua natureza. Muitas vezes, um erro pode ser provocado por mais de um fator, o que torna as suas análises muito complexas e multifacetadas. A seguir, você vai conferir as principais dessas causas.
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Fatores humanos
Existem muitos pensamentos e atitudes tomadas pelos próprios seres humanos que podem provocar erros. Estamos falando de comportamentos como: falta de atenção, distração, fadiga, conhecimentos insuficientes, falta de treinamento adequado, pouca ou nenhuma experiência, interpretação equivocada de dados, pressões externas, gestão ineficaz do tempo, erros de julgamento, precipitação, impulsividade, entre outros. O erro humano é uma das causas mais comuns de falhas em diversas situações.
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Fatores ambientais
Existem algumas condições adversas do ambiente que também podem favorecer a ocorrência de erros. Iluminação inadequada, excesso de barulhos, condições de trabalho extremas, ambientes desconhecidos, poucos dados e informações disponíveis, materiais e ferramentas inadequados, entre outros, podem aumentar a probabilidade de ocorrência de falhas. Por isso, um ambiente organizado e adequadamente preparado previne muitos erros na execução de tarefas diversas.
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Fatores de comunicação
Quando falhas não são provocadas pela própria pessoa ou pelo ambiente em que ela se encontra, elas podem ser causadas pelas interferências de terceiros, nas chamadas “falhas de comunicação”. Informações insuficientes, pouco claras ou em conflito com outros dados podem induzir as pessoas ao erro. O mesmo vale para a falta de confiabilidade, de precisão e de atualização dos dados utilizados. Seja ao falar ou ao escrever, qualquer interpretação fora da original pode facilmente gerar erros.
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Fatores tecnológicos
Na atualidade, é impossível falarmos em executar uma tarefa sem tecnologias, mesmo as mais simples, como uma tesoura para abrir uma embalagem. O fato é que falhas na tecnologia também podem gerar erros. É o caso de instrumentos que não estão adequadamente calibrados, falhas na programação ou na integração dos sistemas, instabilidade operacional, erros de hardware, erros nos formatos dos arquivos, e por aí vai. Mais um item para ficar de olho!
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Fatores organizacionais
O conceito de erro também pode ser entendido em uma perspectiva mais ampla, que vai além do erro individual. No caso das empresas e demais instituições coletivas, há falhas que são originadas de fatores organizacionais. É o caso de políticas internas confusas ou desatualizadas, falta ou excesso de supervisão, cultura organizacional inadequada, burocracia excessiva, entre outros fatores diretamente relacionados à organização que podem induzir os seus colaboradores a falhas ou mau desempenho.
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Fatores de projeto
Muitas vezes, os erros surgem porque faltou planejamento. Pensar no que deve ser feito é muito importante para que as pessoas ou empresas ajam da melhor maneira possível. O que deve ser feito? Quem fará? Quando fará? Onde fará? Por que fará? De que forma fará? Quais recursos materiais e humanos serão necessários? Quais conhecimentos e informações a pessoa precisa ter antes de efetivamente agir? Tudo isso precisa ser respondido antecipadamente para evitar projetos mal concebidos ou ambíguos.
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Fatores externos inesperados
Por fim, não podemos deixar de fora o fato de que há determinados acontecimentos que simplesmente não estão sob o nosso controle. O clima, os desastres naturais, os eventos inesperados do mercado financeiro e até mudanças abruptas nas condições sociais podem gerar erros. Dessa forma, há aspectos que simplesmente não estão no nosso controle. Ainda assim, podemos e devemos estudar os contextos e acompanhar as notícias nos fatores que sejam relevantes aos nossos planos e ações.
Compreender as origens dos erros é primordial para que possamos adotar medidas preventivas e corretivas eficazes. Em muitas circunstâncias, uma abordagem sistemática para identificar e aprender com as falhas identificadas pode conduzir a melhorias significativas e à redução da probabilidade de ocorrência de erros no futuro.
Os erros nas diferentes áreas da vida
Se os erros fazem parte da experiência humana, precisamos esclarecer que isso ocorre em toda e qualquer área da vida. A maneira como lidamos com esses erros é o que realmente faz a diferença no nosso crescimento e bem-estar. Na sequência, confira como os erros podem se manifestar na vida pessoal, profissional, familiar, amorosa, social, financeira e espiritual.
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Vida pessoal
Tomar decisões impulsivas, não prestar atenção aos próprios gostos e paixões, querer ser alguém que não é, negligenciar a saúde física e mental, não descansar o necessário — esses são alguns exemplos de erros que cometemos na vida pessoal. Consequentemente, temos problemas de saúde, de relacionamento com o outro e até da própria identidade. O maior erro que podemos cometer nesse sentido é levar uma vida inautêntica. Esses erros nos lembram da importância do autoconhecimento e do equilíbrio.
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Vida profissional
Os erros da vida profissional também são muito comuns, especialmente quando somos novos em algum emprego ou na área escolhida. Aliás, a própria escolha da profissão pode ser um erro, se optarmos por uma área apenas por pressão de outras pessoas ou pelos salários prometidos, mas ignorando as nossas aptidões, habilidades e interesses. Falhas de comunicação e falta de planejamento também podem gerar perdas de oportunidades valiosas, se não soubermos aprender com tais falhas.
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Vida familiar
Na vida familiar, os erros podem ser provocados por falta de tolerância com os pais, impaciência com os filhos, não passar um tempo de qualidade com as pessoas a quem amamos, deixar de ajudar aqueles que precisam de nós, não perdoar os erros, criar intrigas, ter inveja de alguém etc. A família é o primeiro grupo ao qual somos chamados a fazer parte. Dessa forma, devemos sempre procurar manter um relacionamento saudável com os nossos familiares, por meio da comunicação e da compreensão.
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Vida amorosa
A vida amorosa também é uma das campeãs em erros, justamente porque viver um grande amor envolve confiar no próprio juízo em relação à pessoa escolhida. Além disso, mesmo para quem tem um relacionamento estável, algumas falhas se mostram muito comuns, como: traição, ciúme, divisão inadequada das tarefas domésticas, ausência de tempo de qualidade, distanciamento emocional, impulsividade, falta de perdão em relação às falhas do outro etc. Tudo isso pode acabar com os relacionamentos.
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Vida social
O que se aplica à vida amorosa também vale para a vida social. Aqui, estamos falando dos nossos amigos, vizinhos e demais pessoas do nosso convívio. O respeito e a tolerância são ingredientes fundamentais nessa área, e os erros surgem quando esses ingredientes estão ausentes. Confiar em pessoas erradas, dar liberdade a quem não nos quer bem, pensar apenas em si, excluir pessoas e julgá-las com base na característica X ou Y são erros que podem nos prejudicar e gerar muitos conflitos.
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Vida financeira
A vida financeira também é uma área em que muitas pessoas cometem erros. Os mais frequentes são: não acompanhar os gastos e ganhos mês a mês, não construir uma reserva de emergências, não saber nada sobre investimentos, investir naquilo sobre o qual há pouco ou nenhum conhecimento, procurar opções de “enriquecimento fácil”, fazer compras impulsivas, entre outros. Os resultados desses erros podem ser dívidas gravíssimas, das quais pode ser muito difícil sair.
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Vida espiritual
Por fim, chegamos à vida espiritual. É relativamente complicado falar em erros nesse aspecto, tendo em vista que não devemos categorizar as crenças das pessoas em termos de certo ou errado. Dessa forma, os erros que cometemos aqui são os de fingir que acreditamos em algo apenas para agradar outras pessoas, não viver de acordo com os próprios valores, julgar a crença alheia como inferior, e por aí vai. Tudo isso pode gerar conflitos com o outro, além de uma sensação de vazio espiritual e desconexão.
Como você pode notar, o conceito de erro é muito abrangente, já que ele pode ter diversas causas e estar presente em todas as áreas da vida. Por mais que seja algo indesejável, podemos ressignificá-lo e aprender com ele, afinal de contas, é assim que nós evoluímos individualmente e enquanto sociedade. No mais, aceite a sua natureza errante, lembrando-se de que todo mundo erra!