Carl Jung foi um psicoterapeuta e médico psiquiatra suíço, conhecido por criar a psicologia analítica. Ao longo da sua carreira, dedicou-se ao estudo da mente e do comportamento das pessoas. Com base nos seus estudos e observações, identificou 12 arquétipos, isto é, 12 personagens que simbolizam as principais características humanas.

Qualquer pessoa tende a se identificar com um ou mais dos 12 arquétipos, como “o sábio”, “o amante” e “o criador”. Todos eles são resultado do chamado “inconsciente coletivo”, ou seja, de todas as imagens mentais que a humanidade criou coletivamente com o passar do tempo. Os arquétipos também auxiliam na criação de filmes, telenovelas, romances e até mesmo campanhas publicitárias.

Quem é o criador?

O criador é um dos 12 arquétipos identificados por Jung. Ele representa todos os indivíduos que têm a criatividade como a sua característica principal, isto é, que gostam de criar coisas de valor duradouro. São pessoas que desenvolvem uma visão diferenciada para resolver problemas e que gostam de inovar.

Além disso, aqueles que se identificam com o arquétipo do criador têm elevada imaginação e senso artístico. Contudo, podem sofrer um pouco com o perfeccionismo ao apurar as próprias ideias, em busca da originalidade. São pessoas inovadoras e inspiradoras, que desejam acreditar em algo maior do que elas mesmas.

Quais são as principais características desse arquétipo?

Confira, na sequência, as 7 características mais marcantes do arquétipo criador.

1. Inovação

Inovar significa fazer algo diferente, ou seja, algo que você nunca experimentou o que ninguém nunca fez. Os criadores têm essa característica, justamente porque valorizam a originalidade como uma virtude importante.

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Essas pessoas são reconhecidas por lançar sobre coisas comuns um olhar diferente, enxergando elementos que, muitas vezes, passam despercebidos pela maioria das pessoas. Assim, conseguem enxergar oportunidades de inovar onde ninguém mais vê. Isso permite que tenham aquelas ideias que provocam na sociedade aquela clássica reação: “como ninguém tinha pensado nisso antes?”.

2. Inspiração

A criatividade depende em parte da inspiração. Por isso, os criadores estão sempre se expondo a tudo aquilo que o mundo oferece que possa ser verdadeiramente inspirador. Esses indivíduos são, portanto, mais sensíveis à música, à arte e até mesmo às belezas naturais. Tudo isso os inspira a ter ideias criativas.

Além de buscarem inspiração, os criadores também são inspiradores por natureza. Eles estimulam aqueles que estiverem ao seu redor a também serem mais originais e inovadores, desenvolvendo soluções diferenciadas e mais eficazes aos problemas do dia a dia.

3. Experimentação

Fazer o que ninguém faz exige correr alguns riscos. Por isso, o criador é, em geral, um arquétipo que sabe a hora de ser corajoso e de experimentar coisas novas. Para essas pessoas, a rotina não é agradável. Tudo aquilo que é repetido perde a graça.

Dessa forma, quem se identifica com esse arquétipo gosta de experimentar tudo aquilo que é novo. Uma nova rede social, um novo esporte, um novo restaurante, um novo estilo musical, um novo destino para conhecer, uma nova cultura, um novo passeio, um novo tipo de filme, enfim, tudo o que é novo é atraente. São pessoas sem preconceito e com a mente aberta, que desejam conhecer o que o mundo pode oferecer.

4. Repertório rico e diversificado

Algumas pessoas acreditam que a criatividade é um dom sobrenatural, que alguns indivíduos têm e que só aparece diante de um momento milagroso de inspiração. Na verdade, qualquer pessoa pode ser criativa, desde que enriqueça o seu repertório mental.

O repertório mental do criador é extremamente rico. Esse tipo de pessoa assiste a diferentes filmes, lê vários livros, conversa com várias pessoas, ouve músicas de ritmos variados, conhece locais diversificados, enfim, explora o que aparecer para enriquecer o seu repertório. Quanto mais referências a pessoa tiver na sua mente, mais conseguirá ter ideias criativas quando quiser ou precisar.

5. Apego às artes e à cultura

É justamente pode gostar tanto da experimentação e do enriquecimento do repertório mental que o criador é um arquétipo quase sempre associado às artes e à cultura. Dessa forma, esses indivíduos tendem a ser apreciadores e também potenciais produtores da música, da literatura, da dança, do desenho, da escultura, do cinema, da arquitetura, entre outras expressões essencialmente criativas.

O criador é, portanto, o arquétipo que mais investe, incentiva e constrói a cultura de uma localidade, sendo também aquele que mais consome essa cultura. Assim, é natural que essas pessoas ocupem profissões, como: arquitetos, músicos, publicitários, escritores, dramaturgos, desenhistas, e por aí vai.

6. Imaginação para criar e fazer diferente

Alguém, um dia, percebeu que era possível construir um vaso bonito e funcional a partir de uma garrafa pet. Esse é um exemplo simples de que o criador não precisa criar uma obra de arte a ser exposta no museu do Louvre para ser considerado criativo. É possível ser inovador mesmo em aspectos comuns do dia a dia.

Por isso, tudo o que esse arquétipo desenvolve é a imaginação para fazer diferente. Enquanto 99% das pessoas descartariam a garrafa de alguma maneira, aquele 1% criador certamente pensaria em um novo uso àquele material.

7. Possível tendência ao tédio e ao perfeccionismo

Para não dizer que tudo é um mar de rosas na vida do criador, é claro que também existem alguns pontos de atenção ao indivíduo com esse perfil — como, aliás, ocorre com todos os arquétipos.

No caso do criador, ele deve tomar cuidado para não cair no perfeccionismo. Ele pode ficar tão obcecado em dar o melhor de si na sua criação que pode nunca ficar satisfeito com ela — como corre com alguns pintores, músicos e escritores.

Além disso, outro ponto de atenção ao criador é o tédio. A vida não é feita só de momentos inovadores e estimulantes. Em alguns momentos, precisamos mesmo fazer aquilo que todos fazem: ir ao supermercado, pagar as contas, fazer faxina, e por aí vai. É bacana ser criativo, mas não é sempre que conseguimos.

Concluindo, o criador é um arquétipo inovador na sua essência. Ele busca o que é novo, experimenta formas diferentes de agir e sempre alimenta o seu repertório mental. Assim, ele consegue enxergar o que ninguém mais vê e ter ideias que nem passaram pela cabeça de outras pessoas. Só é preciso ter cuidado com as armadilhas do tédio e/ou do perfeccionismo.

E você, ser de luz, se identificou com o perfil do criador? Por quê? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!

Imagem: Veja