Como muitos dizem por aí, a única certeza que temos na vida é de que vamos morrer um dia. Pode parecer muito impactante começar um artigo dessa forma, porém, é apenas a realidade. A morte ainda é considerada um grande mistério para muitas pessoas, pois não é possível prever o dia em que ela ocorrerá na vida de cada um. É possível prever o nascimento de uma pessoa, mas dificilmente poderemos prever a morte, mesmo que “os dias de vida” sejam contados e previstos por médicos.
Talvez seja por isso que nós não nos preparamos para esse momento. Ele simplesmente acontece, assim, como um sopro ou um último suspiro, e já não estaremos mais aqui, no mundo físico. Por isso, é sempre difícil compreender essa passagem das pessoas, especialmente quando se trata de entes queridos, como amigos e familiares. É aí que entra o conceito de luto.
Neste artigo, vamos entender melhor o que é o luto, por que passamos por ele, quais são as suas fases e como podemos lidar com cada uma delas. Continue a leitura e saiba mais!
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Luto: o que é esse processo tão cheio de sentimentos?
O luto é um processo natural de adaptação emocional e psicológica diante da perda de algo significativo, como uma pessoa querida, um animal de estimação, um emprego, um relacionamento, ou mesmo a perda da saúde ou de um sonho importante. Que fique bem claro que o artigo não tem a intenção de comparar os tipos de perda, já que são extremamente diferentes.
Para quem fica, o luto é considerado um momento de dor e vazio, como uma despedida forçada e eterna, mas é um processo fundamental para lidar com a perda. É uma experiência universal e inevitável na vida de qualquer ser humano. Assim, nós passamos pelo luto porque faz parte do processo de aceitar a perda, de lidar com a dor emocional e de buscar maneiras de seguir em frente.
Além disso, o processo de luto é único e individual para cada pessoa, e não existe uma forma “certa” ou “errada” de passar por ele. Cada um tem a sua própria maneira de lidar com a dor e com as emoções que surgem após a perda. Assim, é importante lembrar que esse processo não tem um prazo definido. Ele pode ser longo e doloroso, mas, com o tempo, é possível encontrar um novo sentido na vida.
Quais são os 5 estágios do luto?
As 5 fases do luto são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação (NRBDA). Os especialistas no assunto apontam que elas nem sempre ocorrerão nessa ordem e também não têm um prazo preestabelecido para acontecerem, pois depende do tipo de perda e de como cada pessoa reage a ela. No entanto, uma pessoa sempre apresentará ao menos duas dessas fases, também consideradas estágios. Conheça-os melhor a seguir.
1º estágio: negação
Essa é a primeira e mais dolorida fase. É também considerado o estágio do isolamento, pois a pessoa pode não querer falar sobre o assunto e se afastar. É o momento dos questionamentos e do famoso “e se”. Nessa hora, parece impossível lidar com a perda ou mesmo acreditar no que aconteceu. Esse período é considerado um mecanismo de defesa temporário do ego, contra a dor psíquica, diante da morte.
Aqui, a dor normalmente não persiste por muito tempo, sendo logo substituída por uma aceitação parcial. É importante lembrar que isso varia de pessoa para pessoa, pois depende da intensidade do sofrimento de cada um e de como elas são capazes de lidar com a dor. Assim, durante a transição desse estágio para o próximo, é comum a pessoa falar sobre a situação em um momento e, de repente, negá-la completamente.
2º estágio: raiva
Esse é o período da revolta, da rebeldia, do descontrole emocional e dos ressentimentos. É agora que a pessoa se sente injustiçada e inconformada com a perda, pelo fato de o ego não conseguir manter a negação e o isolamento. É a fase de perguntas, como “por que isso aconteceu comigo?”, “com tanta gente ruim para morrer, por que eu, que sempre fiz o bem, perdi a pessoa a quem mais amo?”.
Nesse momento, é importante que quem esteja em volta compreenda que a pessoa não está simplesmente “difícil”. Está tomada por emoções, com a racionalidade em segundo plano. Além do mais, é importante lembrar que a angústia é transformada em raiva porque a pessoa sente que as suas atividades de vida foram interrompidas pela perda em questão. Sabemos que não é fácil lidar com quem está nesse período, porém, isso vai mostrar quem realmente é leal e está disponível para ajudar.
3º estágio: barganha
Esse estágio também é conhecido como “negociação” da dor pela perda, pois a negação e o isolamento foram deixados de lado, e a pessoa percebe que a raiva não resolveu. Então, começa a “barganha” com ela mesma. São reflexões como: “vou ser uma pessoa melhor”, “serei mais gentil e simpático com as pessoas”, “terei uma vida saudável”, e por aí vai, na esperança de que eventos traumáticos não se repitam.
Nesse estágio, uma pessoa que, por exemplo, está passando por uma doença que a mantém impossibilitada de continuar as suas atividades, começa a ficar mais serena, reflexiva e humilde. Se a saúde dessa pessoa não se restabelece, mesmo tendo “barganhado” consigo mesma, ela passa a utilizar inconscientemente outros recursos, tais como pactos, promessas, sacrifícios e acordos para que tudo volte ao normal.
4º estágio: depressão
Esse é o momento em que o indivíduo toma consciência do que perdeu e de que não há como “voltar atrás”. É o momento em que “a ficha cai”. Algumas pessoas podem demorar décadas para sair dessa fase, ou nunca vão aceitar a perda. Para quem está na condição de uma doença terminal, por exemplo, é o momento em que já não consegue negar as perspectivas da morte.
Quem está em volta deve ficar mais próximo, pois, nessa etapa, a pessoa em questão pode se isolar totalmente do mundo e do convívio social. Assim, sentimentos de melancolia, desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro e impotência são comuns.
5º estágio: aceitação
Nesse momento, há finalmente a aceitação da perda, com paz e tranquilidade, pois já não se nega mais, não se revolta e nem se negocia. O estado de depressão foi substituído pela aceitação, mudando a perspectiva e preenchendo o vazio. Para a pessoa que está doente, ela não experimenta mais o desespero, nem nega a sua realidade.
É comum que o estado de aceitação venha acompanhado de uma ressignificação do momento vivenciado. A perda ainda é sentida, mas a tristeza se converte em saudade ou em memórias positivas, que já não geram dor.
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Reflexão
Por mais que não entendamos por que as pessoas e as coisas se vão e nunca mais poderemos tê-las de volta, ou por que uma doença chega exatamente em nós, o importante é saber que o luto é necessário, e, muitas vezes, inevitável.
Dessa forma, saber passar por cada estágio e sair dele é um processo que exige muito autoconhecimento e coragem para reagir diante do que aconteceu. Somente assim podemos extrair grandes aprendizados, o que tende a tornar a vida melhor e com mais propósito e significado.
Concluindo, valorizar o que temos, enquanto temos, e dar importância a cada pessoa à nossa volta são atitudes importantes para continuar existindo. Na maioria das vezes, não será possível reviver todos os momentos plenamente. Portanto, é necessário ressignificá-los. Para isso, a escolha depende de cada um de nós e de como reagimos diante de cada situação.
Na vida, assim como na morte, devemos estar preparados para a mudança e para o encerramento dos ciclos, entendendo a clareza do nosso papel no mundo. Isso é importante para evoluirmos como seres humanos e aproveitarmos ao máximo o que a vida nos oferece — enquanto oferece!
Quando a dor da perda parece grande demais, às vezes o que falta é olhar para dentro com acolhimento e clareza. No Desperte Seu Poder – DSP, do IBC, você encontra ferramentas para ressignificar traumas, cultivar autoconhecimento e redescobrir forças internas. É uma oportunidade de transformar o luto em aprendizado e recomeço. Participe!
FAQ – Perguntas frequentes sobre os 5 estágios do luto
1. Todos precisam passar por todas as 5 fases do luto?
Não necessariamente. O modelo dos 5 estágios — negação, raiva, barganha, depressão e aceitação — oferece um panorama comum da dor e da perda, mas cada pessoa vive o luto de forma única. Algumas pessoas podem experimentar apenas parte das fases, outras podem revisitar estágios diferentes, ou vivenciar sentimentos fora da ordem tradicional. O importante é permitir o próprio ritmo do luto.
2. Quanto tempo dura o processo de luto?
Não existe um prazo fixo, pois o luto é profundamente pessoal e varia conforme a perda, o contexto e a bagagem emocional de cada um. Há quem sinta alívio em semanas; outros demoram meses ou anos para encontrar a paz. O importante é respeitar o próprio tempo, permitir-se sentir e buscar apoio sempre que necessário.
3. Como saber se é hora de buscar ajuda profissional?
Quando a dor e o sofrimento não diminuem com o tempo e passam a prejudicar o sono, o trabalho, os relacionamentos e a saúde mental, pode ser sinal de que o luto evoluiu para algo mais grave, como depressão ou transtorno de ansiedade. Nesses casos, buscar a ajuda de um psicólogo ou profissional de saúde mental é um ato de autocuidado.
4. É possível seguir em frente sem “esquecer” a perda?
Sim. O estágio da aceitação, segundo o modelo, não implica apagar memórias, mas aprender a conviver com a ausência e integrar a perda na própria história. A saudade e a lembrança continuam, mas sem paralisar. Desse modo, a pessoa ressignifica o luto, preserva os afetos e encara o futuro com serenidade e significado.

