Shawn Achor é um palestrante e autor estadunidense, defensor da psicologia positiva. Ele é autor de O jeito Harvard de ser feliz, um livro conhecido, em que elenca 7 princípios para que as pessoas vivam com mais felicidade e sucesso no dia a dia. O 4º desses 7 princípios é o título deste artigo: encontrar oportunidades na adversidade.

O conceito não é exatamente uma novidade, afinal de contas, quem é que nunca ouviu por aí aquela clássica frase “Se a vida lhe der limões, faça uma limonada!”, não é mesmo? Bem, a ideia não é nova, mas as reflexões propostas por Achor seguem sendo muito válidas e muito mais profundas do que as frases-clichê. Para saber mais sobre o tema, acompanhe-nos na reflexão a seguir!

Sortudo ou azarado?

Achor inicia o capítulo com uma situação hipotética e uma pergunta polêmica: imagine que você entre em um banco, onde havia outras 50 pessoas. Um assaltante entra no banco, dispara a arma e o acerta com uma bala no braço. De que maneira você se descreveria ao narrar o fato aos seus amigos — como um sortudo ou como um azarado?

Segundo o autor, a maioria das pessoas se descreve como azarado, afinal de contas, ninguém imagina que sairá de um banco baleado em uma ambulância. Todavia, aqueles que não pensam como a maioria conseguem se considerar pessoas sortudas, afinal de contas, o projétil poderia ter atingido um órgão vital e até mesmo ter posto um fim à própria vida.

Fatos alternativos

O propósito dessa reflexão é entender que as pessoas podem pensar de maneiras distintas, o que depende da forma como interpretam as ocorrências, mais do que dos fatos em si. Isso nos leva ao conceito de fato alternativo.

Na situação descrita, o pessimista poderia pensar “Por que eu? Outra pessoa poderia ter sido baleada”. O mais otimista pensa “Ainda bem que a bala só atingiu o braço. Ela poderia ter perfurado o meu coração!”. Perceba que o que define as versões negativas e positivas de um acontecimento são os fatos alternativos, ou seja, possibilidades que as pessoas imaginam e que comparam com a realidade.

PSC

Dessa forma, a escolha de um fato alternativo pode fazer com que as pessoas entendam os acontecimentos de forma mais positiva ou mais negativa. Por isso, uma atitude mental positiva nos predispõe a correr mais riscos e a ser mais otimistas, enquanto uma atitude mental negativa pode nos levar a enxergar os obstáculos da vida maiores do que de fato são.

O skate no alto do morro

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, solicitou que os participantes subissem em um morro com um skate e estimassem a inclinação do morro. Os cientistas constataram que aqueles que estavam mais amedrontados eram os que afirmavam que o morro parecia mais alto e íngreme. Em contrapartida, os participantes que pareciam estar menos tensos davam respostas mais próximas da realidade.

Dessa forma, os fatos alternativos que escolhemos, ou seja, as hipóteses com as quais comparamos a realidade, são decisivos nos nossos padrões mentais (pensamentos, emoções, sentimentos e atitudes). Eles têm o poder de alterar a nossa realidade, o que pode fazer com que os obstáculos exerçam sobre nós uma influência muito maior do que de fato seria esperado.

As diferenças entre um otimista e um pessimista

Dessa forma, podemos entender que há diferenças fundamentais nos processos mentais e comportamentais dos indivíduos mais otimistas em relação aos indivíduos mais pessimistas. A forma como lidam com as adversidades é, talvez, o exemplo mais nítido dessas maneiras distintas de pensar e agir sobre os fatos. Na sequência, você vai conferir as 3 diferenças básicas entre esses grupos de pessoas.

1. O tamanho dos problemas

Conforme pudemos notar no exemplo acima, os indivíduos que estavam com mais medo de descer do morro com o skate eram os que visualizavam a montanha de forma mais alta e íngreme. Portanto, a própria percepção dos problemas pode ser diferenciada de acordo com o nosso modelo mental.

Os mais estressados e ansiosos, portanto, podem enxergar os problemas de forma muito maior e mais complexa do que de fato são. Por isso, diante de uma adversidade, evite refletir sobre ela no calor do momento. A emocionalidade pode alterar a sua visão dos fatos, encobrindo uma análise mais racional e realista.

2. A duração das adversidades

Além do tamanho dos problemas, o autor também cita que a percepção do tempo pode ser alterada devido a essas predisposições otimistas ou pessimistas. Assim, quem tem uma mentalidade mais positiva tende a entender a adversidade como algo pontual e temporário. Por isso, previnem o desespero, já que compreendem que nada dura para sempre.

Em compensação, os que têm uma mentalidade menos positiva podem, ao passar pelas mesmas situações, enxergá-las como eternas ou muito duradouras. Parece que nada vai mudar e que vamos sofrer para sempre — o que não é verdade.

3. O poder de ação

Por fim, em consequência dos dois itens anteriores, entendemos que as atitudes desempenhadas por esses dois grupos também diferem consideravelmente. Se um indivíduo é otimista e sabe que os problemas não são gigantes e não vão durar para sempre, ele se sente mais motivado para agir no sentido de resolvê-los, com dedicação, calma e pensamento estratégico.

Em contrapartida, o indivíduo pessimista, que vê os problemas maiores e mais duradouros do que de fato são, pode, na verdade, mergulhar em um turbilhão de emoções negativas, que vão alimentar cada vez mais essa visão distorcida, em um círculo vicioso. Isso o levará a paralisar, desistir ou fugir de resolver aquele problema, bloqueando o seu poder de ação.

Como você pode notar, encontrar oportunidades nas adversidades é um processo de equilibrar as suas emoções e desenvolver um padrão mental positivo. Assim, devemos nos questionar: será que esse problema é assim tão grave? Por que acreditamos que ele vai durar para sempre? Recuperar a inteligência emocional nos leva a lidar melhor com essas situações adversas, contribuindo para que possamos viver com mais felicidade!

E você, querida pessoa, tem encontrado oportunidades nas adversidades, ou adversidades nas oportunidades? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!