A autonomia no trabalho significa que o funcionário tem algum grau de liberdade para agir de acordo com o seu próprio senso crítico, sem limitar-se a fazer o que lhe mandam. Sendo assim, equipes profissionais em que a autonomia se faz presente costumam apresentar colaboradores mais motivados e autoconfiantes, pois sabem que os seus líderes confiam plenamente em suas capacidades.

Mas quais são as outras vantagens que a autonomia oferece em uma equipe de trabalho? Será que esse processo pode trazer alguma desvantagem? As respostas para essas perguntas você conferirá neste artigo. Siga em frente e boa leitura!

Como funciona a autonomia na vida profissional?

A autonomia no trabalho funciona quando um líder delega as tarefas aos seus liderados, mas não interfere na realização delas constantemente, sem apontar o que cada um deve fazer e de que forma deve ser feito. Na verdade, o líder está ali para tirar dúvidas e ajudar no que for preciso, mas sem roubar a liberdade de agir e de decidir do próprio colaborador.

Assim, se um gerente de marketing pede que os seus funcionários desenvolvam uma campanha de comunicação para o lançamento de um produto, por exemplo, ele vai confiar plenamente nas habilidades desses funcionários para criá-la. Ele vai supervisionar o projeto e certamente vai querer uma apresentação da campanha, apontando o que está bacana e o que pode melhorar. Contudo, ele não vai interferir no processo criativo, pois confere autonomia aos colaboradores.

Sendo assim, a autonomia é a capacidade que um funcionário tem de fazer escolhas e agir por conta própria, desde que tenha consentimento da empresa e competência para isso. Naturalmente, isso depende dos valores da empresa e da cultura organizacional. Há instituições extremamente rígidas, em que o funcionário deve basicamente obedecer às ordens recebidas. Já no caso das organizações mais flexíveis, é natural que haja mais autonomia.

Quais benefícios ela oferece?

A autonomia caminha de mãos dadas com a motivação e com o propósito. Especialmente as gerações Y e Z (os que nasceram depois de 1980) esperam que o trabalho seja uma fonte de realização pessoal, e não apenas de renda. Por isso, essas gerações são as que mais procuram a autonomia no trabalho, pois conhecem os benefícios que ela oferece. São eles:

1. Autoconfiança

Nas empresas em que os funcionários podem agir com autonomia, o colaborador percebe que o líder confia em suas capacidades, caso contrário, não concederia a ele toda essa liberdade de ação e certamente microgerenciaria as atividades. Por isso, a autonomia oferece autoconfiança aos funcionários.

Nas empresas em que ela não existe, o líder controle e interfere nas atividades a todo instante, o que revela que não há confiança no colaborador. Isso inibe qualquer iniciativa própria e qualquer ato criativo, acabando com a liberdade de agir.

2. Felicidade e autorrealização

Como citamos, as gerações mais jovens querem um trabalho que as torne realizadas, ou seja, que faça sentido em suas vidas. A autonomia permite que isso aconteça, pois o colaborador é um criador na empresa em que trabalha, e não uma máquina programada para fazer exclusivamente o que lhe mandarem.

Um líder que permite que o colaborador aja de forma autônoma está retribuindo esse profissional com confiança. Isso demonstra valorização das qualidades desse colaborador, que certamente vai se sentir mais feliz e motivado para trabalhar cada vez mais e melhor.

3. Produtividade

Nas empresas em que a autonomia não se faz presente, o funcionário apenas espera que o líder lhe diga o que fazer. Já nas organizações em que há autonomia, o colaborador toma a frente de projetos, propõe ideias, leva sugestões ao líder e age no sentido de promover melhorias contínuas no ambiente de trabalho.

Além disso, sem a interferência constante do líder, o trabalhador consegue desenvolver as suas ideias com mais facilidade, organização e independência, o que tende a acelerar a realização das tarefas. Velocidade e inovação, portanto, são duas consequências positivas da autonomia, que naturalmente culminam em um aumento na produtividade dos funcionários.

4. Retenção de talentos

Quem chega hoje ao mercado de trabalho deseja ser visto com respeito, confiança e autonomia. Os mais competentes procuram empresas em que existam desafios, possibilidades de crescimento e um ambiente que favorece a inovação. Por isso, as empresas que têm a autonomia em seu DNA conseguem atrair e reter esses profissionais competentes.

Essas pessoas querem um ambiente em que a valorização da liberdade supera a rigidez hierárquica. Nas empresas que promovem isso, a rotatividade diminui, e a retenção de colaboradores aumenta.

5. Alcance de objetivos empresariais

Agora, pense: se uma empresa consegue que os colaboradores ajam com autonomia, sejam mais rápidos e eficientes, proponham novas ideias e retenham talentos, é óbvio que ela alcançará os seus objetivos com mais rapidez e eficácia.

Quando o colaborador gosta do ambiente de trabalho em que está, ele veste a camisa da empresa e age com disciplina, maturidade, responsabilidade e foco. Confiantes, identificados com os valores da organização e sem uma supervisão tão rígida, esses colaboradores realizam as suas atividades com liberdade e autonomia, acelerando o alcance das metas. A organização como um todo sai ganhando.

6. Capacitação profissional

Quando uma instituição oferece liberdade de ação ao seu funcionário, ele mesmo perceberá que tem pontos a desenvolver para enfrentar os desafios do dia a dia. Sair da zona de conforto é rotina nessas empresas, o que demanda a descoberta de talentos e o desenvolvimento de novas habilidades.

Assim, esses funcionários naturalmente vão fazer cursos, ler, ter sessões de mentoria, enfim, buscar recursos para que possam desenvolver e lapidar as suas capacidades profissionais. Isso é benéfico para o funcionário, que cresce continuamente, e para a empresa, que conta com um quadro de trabalhadores cada vez mais qualificados.

7. Responsabilidade individual e coletiva

Outra vantagem da autonomia é que, sem um chefe supervisionando tudo o que se faz a cada instante, os próprios colaboradores são estimulados a desenvolver o seu senso crítico sobre o que é certo ou errado, benéfico ou prejudicial, eficaz ou ineficaz. Assim, a própria equipe desenvolve a responsabilidade por agir e por lidar com os resultados.

Essa responsabilidade é individual, no sentido de que cada colaborador precisa desenvolvê-la, mas também coletiva, já que a decisão de um impacta os resultados de todos. Portanto, a autonomia favorece a disciplina e a responsabilidade, caso contrário, os bons resultados não aparecem.

Há alguma desvantagem nesse processo?

Ao ler a lista de benefícios acima, você deve estar se perguntando: há alguma desvantagem nesse processo? Se um gestor não confia em sua equipe, se os colaboradores não se importam com o futuro da empresa, se os trabalhadores não são autoconfiantes e se a cultura organizacional é rígida, será difícil oferecer autonomia a todos.

Nas empresas que não estão preparadas, a autonomia pode ser confundia com “vale tudo”, o que não é verdade. Sem um preparo adequado e sem uma mudança gradual na cultura organizacional, haverá colaboradores que pensarão que, sem a rigidez do controle, não precisam mais se dedicar tanto. Esse falso raciocínio é comum nas equipes imaturas e nas empresas rígidas. Portanto, antes de adotar a autonomia no trabalho, certifique-se de desenvolver a responsabilidade e a disciplina nos funcionários.

A autonomia no trabalho pode florescer nas empresas que têm essa cultura, que sabem fazer boas contratações, que capacitam continuamente os seus colaboradores, que comunicam as suas metas e objetivos, que mapeiam competências e que ensinam que “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”, como diz o Homem-Aranha.

E você, querida pessoa, trabalha em um ambiente autônomo? O que pensa sobre o tema? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!