De acordo com Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, 60% dos problemas das empresas são derivados de falhas em comunicação. Contudo, sabemos que essa estatística pode ser estendida a outras áreas da vida. Isso ocorre porque verificamos que pequenas falhas de comunicação também podem comprometer amizades, relacionamentos amorosos e até mesmo vínculos familiares.

Talvez você mesmo já tenha enfrentado uma situação problemática que poderia ter sido facilmente evitada ou solucionada se a comunicação tivesse sido mais clara, não é mesmo? É por isso que tanto se fala atualmente em comunicação assertiva. Neste artigo, vamos compreender melhor o significado e as características desse tipo de comunicação. Boa leitura!

Características da comunicação assertiva

A comunicação assertiva é clara, objetiva e relativamente planejada, de modo a evitar os problemas ao máximo possível. Os seus benefícios se sentem em todas as áreas da vida. Uma comunicação é considerada assertiva quando ela permite que os interlocutores exponham os seus pontos de vista com eficácia, sem ofender o outro.

Esse tipo de comunicação engloba os aspectos verbais (a seleção das palavras) e também os aspectos não verbais (expressões faciais, linguagem corporal, tom e volume de voz etc.). Essa comunicação é clara e empática, sendo extremamente útil tanto na vida profissional como no trabalho. Assim, ela é particularmente recomendada aos contextos mais delicados e/ou mais complexos, pois facilita o entendimento entre as partes envolvidas.

Características de uma comunicação não assertiva

Uma comunicação não é considerada assertiva quando uma das partes simplesmente não demonstra interesse no assunto abordado. Se a mensagem não for relevante, não será possível manter a atenção dos envolvidos. Ela também não é considerada assertiva quando o canal de comunicação escolhido é inadequado. Você convidaria alguém para o seu casamento por WhatsApp? Comunicaria um grave problema de saúde a um paciente por e-mail? Perceba como essas escolhas são inadequadas.

Quando a mensagem é mal-elaborada, isso também compromete a assertividade da comunicação. Antes de falar ou escrever, precisamos considerar o contexto, ou seja, as informações que o interlocutor já sabe, bem como o seu nível de linguagem. Por isso, é importante que você conheça bem o receptor da sua mensagem antes de emiti-la. É necessário adaptar as suas ideias a quem vai recebê-las.

4 práticas fundamentais da comunicação assertiva

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A comunicação assertiva, portanto, deve ser desenvolvida por todas as pessoas em todos os contextos das suas vidas. Contudo, ela é particularmente necessária na vida profissional, em que pessoas completamente diferentes se unem para alcançar objetivos coletivos. Líderes e liderados precisam se entender, o que demanda um diálogo claro e objetivo. Para que isso seja possível, conheça as 4 práticas fundamentais da comunicação assertiva.

1. Saber ouvir

Em primeiro lugar, antes de saber emitir a sua comunicação (falada ou escrita), é importante ser um bom ouvinte. Analise o contexto de comunicação em que você está inserido e preste atenção naquilo que o seu interlocutor diz. Além disso, observe as expressões faciais dele, o tom de voz e a linguagem corporal. Esse conjunto de elementos permite que você identifique o contexto geral da comunicação — se ela é mais tensa, séria, formal, alegre, descontraída, entre outros.

É por isso que as interações presenciais são mais ricas do que as mensagens escritas. A comunicação face a face permite que possamos identificar todos esses recursos que a linguagem escrita não contempla. Assim, seja um ótimo leitor do contexto antes de falar o que você pensa.

2. Saber sintetizar

Depois de ouvir o seu interlocutor e compreender o contexto em que você está inserido, você deve pensar naquilo que deseja comunicar a ele. Assim, defina o conteúdo da sua mensagem, sempre conhecendo bem quem será o receptor dela e qual é o objetivo que você pretende alcançar.

Elabore a sua mensagem da maneira mais sucinta possível: introdução, desenvolvimento e conclusão. Fale ou escreva tudo aquilo de que a pessoa precisa saber, mas sem detalhes desnecessários. Vá direto ao ponto, sem rodeios. Utilize sempre um nível de linguagem que você sabe que o receptor da mensagem vai compreender. Especialmente no dia a dia de trabalho, quando não há tempo a perder, é fundamental saber sintetizar as informações e comunicá-las com total clareza.

3. Saber se posicionar

Saber se posicionar significa utilizar a comunicação para defender o seu ponto de vista, mas sem ser agressivo ou ofensivo em relação às outras pessoas. Administre as palavras que você usa e o seu tom de voz para comunicar-se de forma enfática, porém, sem ser autoritário ou grosseiro. Se desejar, faça testes com as pessoas e pergunte se elas acharam que a sua comunicação foi rude.

Por isso também é essencial ler as mensagens escritas antes de enviá-las e tirar as dúvidas que possam ter ficado. Caso alguém tenha interpretado a sua mensagem de forma equivocada, verifique qual foi a falha que você cometeu e treine para ser mais assertivo da próxima vez. Esse exercício é fundamental para fortalecer a empatia, ou seja, a capacidade de colocar-se no lugar do outro, evitando comunicar-se de um jeito que você mesmo não gostaria de ouvir.

4. Saber selecionar o momento e o canal de comunicação

De que maneira você pediria um aumento salarial ao seu chefe? Em uma tarde em que ele está estressado, você simplesmente manda uma mensagem de texto pedindo um aumento? Ou você espera para abordar o assunto em um momento em que ele esteja mais tranquilo e, de preferência, marca uma hora para um bate-papo presencial? Perceba que o contexto da comunicação é feito de escolhas: o lugar, o momento e o canal de comunicação.

É importante que essas escolhas sejam bem pensadas, pois elas influenciam diretamente o resultado da comunicação. Ou você acha que conseguiria o aumento salarial por uma mensagem de texto? Os contextos mais sérios ou mais complicados precisam de uma interação olho no olho. Todavia, os comunicados mais simples ou menos importantes podem ser resolvidos com um e-mail, por exemplo.

Conclusão

Como você pode perceber, a comunicação assertiva é fruto de uma série de escolhas e estudos:

  • Compreender quem é o seu interlocutor;
  • Ouvir o que ele tem a dizer e compreender a situação;
  • Elaborar a sua mensagem da maneira mais clara e objetiva possível, respeitando o contexto e o nível de linguagem do receptor;
  • Posicionar-se de forma enfática ao defender o seu ponto de vista, mas sem ser grosseiro ou agressivo — lembrar-se da empatia;
  • Escolher o melhor momento e o melhor canal de comunicação, de acordo com o assunto e com o contexto.

Avaliando bem todas essas questões, muitos problemas podem ser evitados, o que certamente torna os seus relacionamentos e até mesmo o desempenho profissional da sua equipe muito mais eficazes. Coloque a comunicação assertiva em prática e desfrute dos seus benefícios!

E você, querida pessoa, consegue comunicar-se de forma assertiva? O que poderia ser melhor? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!