O termo resiliência refere-se à capacidade de as pessoas superarem adversidades e seguirem em frente. Por isso, naturalmente, é importante desenvolvermos essa competência, como já citamos algumas vezes nos artigos aqui do blog.

No entanto, será que existe um limite para a resiliência? Será que existe um tipo de resiliência em excesso que pode ser prejudicial? Será que isso pode acabar gerando mais estresse e até mesmo a síndrome de burnout? Neste artigo, você vai conferir as respostas. Ficou curioso? Então, é só dar continuidade à leitura para saber tudo sobre o assunto!

O que é a resiliência?

A resiliência é, originalmente, um termo da física que se refere à propriedade de alguns materiais de retornarem à sua forma original depois de terem sido submetidos a uma deformação elástica. É o que acontece, por exemplo, com uma mola: mesmo que a estiquemos, ela logo retoma a sua forma original, como se nada tivesse acontecido.

Na psicologia, a resiliência é metaforicamente descrita como a nossa própria capacidade de “voltar ao estado original” após a superação de um problema. Por isso, o conceito tem muito a ver com a nossa capacidade de retomar o equilíbrio emocional depois de passar por problemas, retomando a coragem de seguir em frente.

Naturalmente, a resiliência se tornou assunto de muitos livros, artigos e publicações nas redes sociais, tornando-se uma ideia cada vez mais difundida. A noção de que, se formos resilientes, seremos mais fortes e felizes tem sido exaltada com força em diferentes meios, de modo que essa característica tem sido até mesmo exigida nas descrições de vagas de emprego.

Existe um limite para a resiliência?

Voltemos, então, à física: por mais resiliente que seja a mola do exemplo acima, ela também pode se quebrar em algum momento, caso a deformação aplicada sobre ela seja muito grande. Isso sugere que, por mais que a resiliência seja algo positivo, existe um limite para ela.

De fato, há momentos em que realmente precisamos ser flexíveis e nos adaptar a diferentes situações. Todavia, se você se adaptar com muita frequência às diferentes situações, pode acabar perdendo a capacidade de lutar pelas suas ideias e de fazer frente àquilo que você não concorda.

Assim, a resiliência em excesso faz uma pessoa suportar coisas que ela não precisa. Se você vive em um relacionamento abusivo, por exemplo, será que ser resiliente é bom nesse contexto? Será que é saudável para você reunir forças para continuar convivendo com quem é tóxico? Não seria melhor se afastar de vez desse indivíduo e terminar essa relação?

O mesmo vale para o trabalho. Todo mundo precisa ser resiliente de vez em quando. Mas se o seu chefe o trata com desrespeito, muda você de função todo mês e reduz o seu salário com frequência, é bom ser resiliente nesse ambiente?

Quais são as consequências de ser resiliente demais?

O excesso de resiliência torna as pessoas excessivamente tolerantes às adversidades. Estudos apontam que as habilidades adaptativas deixam de ser produtivas quando levadas ao extremo, tornando-se fraquezas. Isso pode gerar um esgotamento físico e mental.

O medo de perder o emprego, por exemplo, pode fazer com que as pessoas desenvolvam esse comportamento no trabalho. Dessa forma, acabam dizendo “sim” para tudo, acumulando mais funções do que dão conta, fazendo horas extras demais, enfim, transformando a resiliência em subserviência.

O que se vê nesses cenários é um desperdício de energia, que leva ao esgotamento. No âmbito profissional, isso recebe o nome de “síndrome de burnout”, aquela em que a pessoa não tem mais energias físicas e mentais para trabalhar, de tão exausta que está.

Já nos relacionamentos, o excesso de resiliência faz com que uma pessoa abra mão das suas vontades e da própria identidade para agradar a outra pessoa. É o caso de quem sempre deixa o parceiro escolher o restaurante. Isso parece uma saída mais fácil para evitar brigas, mas está levando o indivíduo a uma anulação de si mesmo. Toda relação saudável é uma via de mão dupla, em que cada um cede 50%. Sacrifícios em excesso geram infelicidade, mais cedo ou mais tarde.

Quais são os sinais de que a resiliência passou do ponto?

Confira 5 sinais de que você está sendo resiliente em excesso:

  1. Você apresenta sintomas físicos e emocionais de estresse, como irritabilidade e dores generalizadas pelo corpo;
  2. Você insiste em objetivos fora da realidade, confundindo otimismo com insistência;
  3. Você tem desperdiçado tempo com tarefas de pouca importância, apenas para agradar aos outros;
  4. Você é tolerante demais e aceita imposições sem contestá-las;
  5. Paradoxalmente, você está se tornando uma pessoa mais dura e insensível, sobretudo consigo mesmo.

Como encontrar o equilíbrio?

Trata-se de um equilíbrio muito delicado: resiliência demais pode transformar você em uma “massinha de modelar” na mão de outras pessoas, que fazem o que bem entendem com você. Já a resiliência de menos pode fazer de você uma pessoa excessivamente rígida, difícil de lidar, que sempre está em pé de guerra com as pessoas ou se recusando a aceitar mudanças na vida.

Para desenvolver esse equilíbrio, há 3 pilares importantes:

  1. Conte com uma rede de apoio: converse com as pessoas da sua confiança, de modo que você tenha acesso a outras perspectivas acerca das situações, identificando momentos de resiliência excessiva;
  2. Desenvolva o autoconhecimento: conheça bem os seus valores e objetivos de vida ao escolher os seus caminhos. Isso o tornará mais independente e capaz de dizer “não” ao que não for benéfico para você;
  3. Lembre-se do verdadeiro significado da resiliência: ser resiliente é recuperar o equilíbrio emocional depois de uma situação adversa que despertou sentimentos negativos. Às vezes, precisamos nos recuperar, mas, às vezes, precisamos dar um basta e promover mudanças mais significativas.

Como você pode notar, a resiliência continua sendo importante para que recuperemos o nosso estado original depois de determinados acontecimentos. No entanto, se o cenário em que você estiver inserido estiver fazendo mal a você, essa volta ao estado original não é uma boa ideia. Nesse caso, não tenha medo da mudança. Siga as dicas acima e aprenda a discernir uma situação da outra!

E você, ser de luz, como tem utilizado a resiliência? Em doses moderadas ou em excesso? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!