Você é muito crítico consigo mesmo? Saiba que, até certo ponto, isso pode ser saudável. No entanto, como em tudo na vida, o excesso pode transformar as coisas benéficas em nocivas. É o caso do aluno que estuda para dar o seu melhor na prova e, com isso, passa de ano com tranquilidade, conhecendo as suas fraquezas e esforçando-se para superá-las. Já se ele se obriga a tirar sempre uma nota 9 ou 10, a ansiedade dessa meta ousada pode produzir um desgaste mental elevado.

Isso nos leva à pergunta-título deste artigo: qual é o limite da autocrítica? Até que ponto ela é saudável? Quando começa a ser prejudicial? Para ajudá-lo nessas reflexões, acompanhe-nos nos parágrafos a seguir. Tenha uma ótima leitura!

O que é a autocrítica e qual é a sua importância?

A autocrítica é a capacidade que uma pessoa tem de lançar um olhar crítico sobre si mesma, o que pode ser feito sobre os seus sentimentos, pensamentos e atitudes nas diferentes áreas da vida. A autocrítica, portanto, permite que um indivíduo conheça mais a si mesmo e identifique os pontos que precisam de melhoria, o que pode ocorrer na vida pessoal, na vida profissional, na família, no amor, nas finanças, na saúde etc.

Assim, podemos compreender que a autocrítica é um componente que faz parte do desenvolvimento pessoal, afinal de contas, é diagnosticando o que precisa ser melhorado que nós efetivamente modificamos crenças e comportamentos para obter as melhorias desejadas.

O indivíduo que adota essa postura consegue perceber os pontos da sua trajetória que precisam ser mais trabalhados, dando início a um processo de crescimento e aprimoramento contínuos. É isso o que faz com que as pessoas superem as suas dificuldades e prosperem nas diferentes áreas das suas vidas.

Quais são os limites para essa atitude?

Ser autocrítico não pode, de maneira nenhuma, levar uma pessoa a deixar de gostar de si mesma, a desistir das suas metas ou a cobrar de si padrões de perfeição que são simplesmente inalcançáveis. A perfeição não existe, e todo mundo tem as suas falhas. É essencial aceitar isso. Procurar melhorar é diferente de querer ser perfeito.

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Outro aspecto em que a autocrítica torna-se a vilã do desenvolvimento humano é quando ela envolve a comparação com outras pessoas. Cada indivíduo tem a sua trajetória, as suas dificuldades e as suas competências. Se você comparar, por exemplo, um elefante e um peixe pela sua capacidade de nadar, isso não seria justo, não é mesmo? Então por que fazer isso com seres humanos?

Dessa forma, precisamos compreender que aceitar as limitações serve para que a pessoa aja para melhorar nesse aspecto, e não para que entre em uma crise de autoestima, que a leva a prestar atenção apenas nas falhas e a ignorar as suas qualidades. Cada pessoa deve ser generosa consigo mesma, sem se colocar para baixo.

O que acontece com quem extrapola os limites da autocrítica?

As pessoas que são excessivamente críticas consigo mesmas encaram uma consequência desagradável, que é a frustração. Elas impõem a si mesmas padrões de desempenho tão rigorosos e elevados que, quando não os alcançam, começam a acreditar que são incapazes, o que não é verdade.

Essa frustração ocorre não apenas com a imagem que a pessoa projeta sobre si, mas também com as suas expectativas em relação à vida em geral. É o caso daquele indivíduo que se preparou para uma reunião de negócios, mas que, devido a um acidente de carro na avenida da empresa, acabou chegando atrasado e perdendo a oportunidade. Perceba que é importante aceitar que nem tudo está sob o nosso controle. Há circunstâncias da vida que nos prejudicam, mas que não são nossa culpa.

O perfeccionismo também pode ter a sua origem em uma necessidade enorme de agradar a todo mundo, o que também é impossível. Ele geralmente atinge as pessoas mais inseguras, que querem dar o seu melhor em tudo aquilo que fazem, mas que são extremamente violentas consigo mesmas quando não conseguem. Isso gera desamor, baixa autoestima, culpa e mais frustração. Perceba como tudo é um círculo vicioso.

Esse processo gera um cansaço emocional, como se a pessoa se esforçasse ao extremo e não conseguisse alcançar as metas surreais que definiu. Ela começa a acreditar que é de fato incapaz e desiste das suas metas, quando, na verdade, eram as metas que estavam excessivamente elevadas. Assim, o pessimismo, o desânimo, as desistências e até mesmo os transtornos da mente podem aparecer nesse momento.

Como manter a autocrítica dentro de padrões saudáveis?

Como você pode perceber, a autocrítica é uma questão sensível, que só é saudável enquanto motiva a pessoa a melhorar, e não quando a leva a acreditar na sua completa incapacidade. Para manter esse fator dentro de níveis benéficos, coloque em prática as seguintes dicas:

  • Admita que, como ser humano, você tem pontos que precisam de desenvolvimento, e isso não é demérito nenhum, pois todo mundo é assim;
  • Defina metas estimulantes, mas dentro da realidade. Não almeje a perfeição, pois ela é só uma ilusão;
  • Faça as coisas por si mesmo, e não para impressionar a opinião alheia;
  • Lembre-se das suas qualidades e conquistas. Na busca pelas vitórias, acabamos nos esquecendo daquilo que já alcançamos;
  • Abandone qualquer ímpeto ou desejo de comparar-se a outras pessoas. Trajetórias completamente diferentes não devem ser comparadas. Isso não faz sentido e só gera uma ansiedade desnecessária;
  • Seja generoso consigo mesmo: se algo não der certo, tente novamente de outra maneira, faça ajustes e peça ajuda. Apenas não acredite que você é incapaz;
  • Procure ser melhor a cada dia, compreendendo que isso não significa buscar a perfeição. Se tiver dificuldades no processo, procure ajuda psicológica.

As dicas acima servem para que você compreenda que a autocrítica tem limites. Aprenda a reconhecer esses limites e a identificar os momentos em que ela o estimula a ser melhor e os momentos em que ela o deprime e gera ansiedade. Que você seja sempre capaz de manter a autocrítica dentro dos limites saudáveis, despertando a sua melhor versão!

E você, querida pessoa, tem conseguido estabelecer os limites da autocrítica? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!