A culpa e o arrependimento são sentimentos saudáveis, na maioria das vezes. Eles surgem como um chamado para a reflexão de que alguma das nossas atitudes não foi bacana e prejudicou outras pessoas. Como esse sentimento é negativo, ele serve como uma lição para que não cometamos o mesmo erro novamente. Se você sente culpa de vez em quando, alegre-se: você não é um psicopata!

No entanto, há casos em que o sentimento de culpa é muito intenso e até mesmo desproporcional aos fatos. Há pessoas que se culpam por coisas que nem sequer estavam ao seu alcance. Nesse caso, estamos diante de uma culpa improdutiva, que tende a comprometer a qualidade de vida e a saúde mental do indivíduo.

Para lidar adequadamente com esse sentimento, ou seja, de forma funcional e saudável, separamos as 8 dicas a seguir. Boa leitura!

1. Repare o seu erro

A primeira recomendação é a mais óbvia de todas: repare o seu erro. Ao identificar que cometeu uma falha, assuma que errou, peça desculpas às pessoas afetadas pela sua atitude, repare o erro cometido (se for possível) e extraia os aprendizados que essa situação tem a oferecer, de modo que o erro não se repita.

Nem sempre você vai obter o perdão prontamente. Nesse caso, respeite a decisão do outro e seja paciente. Com o tempo, você conseguirá fazer as pazes consigo mesmo e recuperar uma consciência tranquila, pois reparou o mal que causou.

2. Compreenda que você não sabia o que sabe hoje

É comum vermos as pessoas se arrependerem de erros que cometeram no passado, citando frases como: “Como eu fui burro!” e “Ah, se eu soubesse naquela época o que eu sei hoje!”. Portanto, entenda que os erros cometidos no passado foram produtos dos conhecimentos que você tinha no passado.

Hoje, você tem conhecimentos e habilidades que não tinha naquela época. Aliás, pode ser que você só tenha adquirido esses conhecimentos justamente pelos erros que cometeu no passado. Sendo assim, seja paciente com o seu “eu mais jovem”. Ele não sabia o que você sabe hoje!

3. Não se culpe pelos problemas dos outros

Imagine que um colega da faculdade lhe pediu ajuda para estudar para uma prova, mas você disse que não poderia ajudá-lo, pois teria um compromisso no momento em questão. Ao chegar o resultado da prova, o seu colega descobre que foi mal, correndo o risco de ser reprovado. Pode ser que você se sinta culpado por esse problema.

Contudo, questione-se: a prova dependia diretamente de você? Você era o único que poderia ajudar o amigo naquela situação? É justo culpar-se diante disso? A resposta é “não”! Você não deve se culpar pelos problemas de outra pessoa. Talvez você pudesse ter ajudado, mas isso é diferente de assumir a responsabilidade pelo problema que ocorreu. Tenha essa diferença em mente para não desestabilizar-se emocionalmente.

4. Não se culpe por não ter sido atingido por algo ruim

Existe um fenômeno psicológico conhecido como “culpa do sobrevivente”. Ele surge quando pessoas morrem por um determinado motivo (como um acidente de carro/avião ou uma epidemia de alguma doença), mas algumas pessoas sobrevivem, sentindo-se culpadas porque a tragédia não as atingiu.

Se passar por isso, é importante repetir a si mesmo que a sua sobrevivência não tem relação com a morte do outro, pois foi obra do acaso. É comum sentir o pesar e a tristeza pelo ocorrido, mas não faz sentido vivenciar a culpa. Você não provocou as mortes e, portanto, não deve culpar-se por nada. O mesmo vale, por exemplo, para crises financeiras que não afetam você ou para provas em que os seus colegas foram mal, mas a sua nota foi boa.

5. Lembre-se de que todo mundo erra

Todo mundo erra. Se você pegou emprestado o carro de um amigo e o bateu, por exemplo, saiba que isso infelizmente ocorre. Acidentes acontecem e, se não foi intencional, você não tem por que se culpar. Todo comete alguns erros, de modo que eles fazem parte da experiência humana.

Contudo, se você de fato tem alguma culpa no ocorrido, como se você tivesse consumido bebidas alcoólicas antes de dirigir, aí sim a sua culpa faz sentido. No entanto, em vez de punir-se, prefira extrair aprendizados das situações. Não há como mudar o que aconteceu, mas você pode assumir, a partir de agora, um novo comportamento, de modo que a falha não ocorra novamente.

Não se culpe mais do que o necessário. Não é porque você deixou de se culpar que vai cometer os erros novamente. Pelo contrário, quanto mais você restabelecer o seu equilíbrio mais emocional, mais reduzirá as chances de erros.

6. Desista de ser perfeito

A culpa surge quando nós mesmos percebemos que as nossas atitudes foram contra os nossos próprios valores e princípios. Entretanto, será que os seus princípios fazem sentido? Ou será que eles foram impostos pela sua cultura, pela sociedade e pela sua família?

É importante questionar quais valores você segue. Eles devem fazer com que você seja uma pessoa melhor, mas isso é diferente de querer ser perfeito. Se você se submeter a padrões inalcançáveis de moralidade, qualquer atitude parecerá errada. Entenda que, como ser humano, o erro faz parte do seu ser. Esforce-se para melhorar, mas naturalize alguns deslizes.

7. Entenda que é natural defender a si mesmo

Em algumas circunstâncias da vida, precisamos dizer “não” a outras pessoas para nos protegermos. Também precisamos defender os nossos próprios interesses em determinados momentos. Isso não significa ser egoísta, mas lutar pela sua sobrevivência e pelo seu progresso. Como ser humano, você é biologicamente programado para isso.

Você pode e deve ser generoso e ajudar os outros, mas não é saudável colocar as outras pessoas acima de si. Infelizmente, não faltam “exploradores” por aí, prontos para abusar da sua boa vontade. Faça o bem aos outros, mas não descuide de si mesmo. Não se culpe por pensar em si. Lutar pelos seus interesses não significa puxar o tapete de ninguém.

8. Faça as pazes com a sua criança interior

Você sabia que boa parte da forma como nos relacionamos com a culpa tem a sua origem ainda na infância? Pode ser que as repreensões que você recebeu neste período — dos pais, dos professores, da religião etc. — tenham produzido em você esses padrões de culpa que você carrega até hoje.

Hoje em dia, porém, você é um ser humano adulto, capaz de ter a sua própria compreensão do que é moral e eticamente aceitável, muitas vezes reconhecendo que os padrões que lhe foram ensinados na infância podem ser injustos. Portanto, “atualize” esses sistemas internos e confie no seu julgamento, superando as lições desatualizadas que recebeu.

O sentimento de culpa pode ser muito benéfico, mas também muito perigoso. Siga as 8 dicas acima para que você lide com ele de maneira saudável e funcional. A ideia é que ele o leve a repensar nas suas atitudes, de modo a evitar os erros já cometidos. Você não deve culpar-se mais do que o necessário, porém. Permita-se errar e aprender com o seu erro. Você é um ser humano, e a perfeição não existe!

E você, ser de luz, como lida com as situações de culpa e arrependimento? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!