Ser criticado constantemente, de forma excessiva e sem fundamento; ser alvo de chacotas e humilhações por sua forma de falar, vestir e agir; ser tratado de maneira diferente e desrespeitosa; ser vigiado, excluído e exposto a gritos, piadas e ofensas… Só de falar já sentimos um mal estar, não é mesmo?

Mas isso não é ficção. Esses exemplos são alguns dos fatos e relatos que se repetem, diariamente, no cotidiano do profissional que sofre bullying no trabalho. Neste artigo, vamos compreender o que é esse problema, quais são as suas consequências e como podemos evitá-lo. Para saber mais sobre o tema, continue a leitura a seguir!

Entendendo o conceito de bullying

O bullying consiste em qualquer tipo de provocação física ou psicológica que um indivíduo sofre por outra pessoa ou grupo de pessoas. As motivações para isso são as mais variáveis, mas quase sempre têm em comum a dificuldade de lidar com quem é diferente. Gênero, faixa etária, etnia, raça, condição socioeconômica, presença de deficiências, orientação sexual, crenças, opiniões, jeito de se vestir, origem, sotaque, preferências, personalidade e comportamento podem motivar esse tipo de atitude.

O problema pode ser comum nas escolas, durante a infância e a adolescência, em que os estudantes são vítimas de piadas de mau gosto, exclusão, ridicularização, agressões físicas e até mesmo exposições na internet. Contudo, alguns casos se perpetuam na vida adulta, chegando até mesmo ao ambiente de trabalho.

Esses comportamentos, que para muitos gestores e colegas parecem apenas uma “brincadeirinha para descontrair”, na verdade representam a mais pura expressão do desrespeito e da violência física e psicológica a que muitos colaboradores estão expostos. No ambiente profissional, o indivíduo pode sofrer bullying também pelo cargo que ocupa, pela área em que atua, pelo salário que ganha e até mesmo pela sua formação (ou falta de).

Podem parecer inofensivos no começo, mas esses tipos de abusos se configuram como assédio moral grave e podem ser punidos com demissão por justa causa e indenização por danos morais. Entretanto, antes de chegar a esse ponto, é fundamental que as empresas tracem estratégias efetivas para conter e evitar o bullying no trabalho.

Consequências do bullying ao profissional e à empresa

Depressão, choro, descontrole emocional, agressividade, baixa autoestima, baixa confiança em si mesmo, falta de motivação, queda na produtividade e isolamento: esses são apenas alguns dos reflexos do bullying no desempenho do trabalhador.

Além disso, como muitas vezes o profissional é alvo de perseguições do chefe ou do gestor direto, em alguns casos, além das chacotas, ele também pode acabar sendo demitido injustamente e acabar desempregado.

Por isso, as empresas em que o bullying é comum tendem a apresentar um clima organizacional negativo, que favorece o assédio, o desrespeito e os conflitos entre as pessoas. Isso pode elevar a rotatividade de funcionários, já que ninguém quer fazer parte de um ambiente com essas características. Dessa forma, a produtividade das organizações tende a cair, assim como os seus resultados.

Como se não bastasse tudo isso, na maioria dos casos, a vida pessoal do colaborador também é afetada, pois, como somos seres integrais e passamos a maior parte do dia no trabalho, as coisas ruins que acontecem nesse ambiente também acabam minando o entusiasmo do indivíduo em casa, nos momentos de lazer com os amigos e com a família. Em casos de maior gravidade, o bullying e os seus desdobramentos podem gerar transtornos da mente, como a depressão e a ansiedade.

Meios para conter o bullying no trabalho

É de responsabilidade de todo gestor estar sempre atento a qualquer tipo de comportamento nocivo que envolva a sua equipe e o bem-estar de qualquer um dos membros do seu grupo.

Por isso, além de dar um bom exemplo, ele deve coibir qualquer ação vexatória e que esteja prejudicando, emocional e profissionalmente, os seus liderados. Também deve buscar assegurar o respeito às diferenças e o direito de todos de serem ouvidos e respeitados. Aliás, as empresas precisam deixar esses valores claros na sua identidade institucional, reforçando-os com frequência a todos os colaboradores, desde a sua contratação.

A equipe de recursos humanos deve estar particularmente envolvida nesse processo, tanto ao conduzir os casos a uma resolução quanto ao fazer campanhas de combate a esse tipo de conduta. Materiais de apoio, comunicação interna e eventos (como cursos e palestras) podem ser muito bem-vindos nas ações de prevenção ao bullying no trabalho. É importante que todos adquiram essa consciência e façam a sua parte.

Caso o assédio esteja vindo do próprio líder, o profissional deve comunicar imediatamente a sua conduta ao departamento de RH. O objetivo é que, assim, as providências para reprimir e eliminar esses tipos de comportamentos possam ser realmente tomadas.

Por isso, os estatutos internos das empresas devem ser claros e rigorosos quanto às penalidades a serem aplicadas a quem desrespeitar os colegas ou clientes, prevendo multas, advertências, afastamentos e até demissões. Caso, o problema persista, o colaborador deve buscar os seus direitos junto à justiça e reunir todas as provas, físicas e testemunhais, que puder para comprovar o assédio.

Conclusão

O bullying é um problema muito cruel, que revela um traço negativo nos seres humanos: a incapacidade de lidar com as diferenças e a necessidade de colocar-se em posição superior aos demais, apenas devido a uma ou outra característica. Isso prejudica a vida em sociedade e pode despertar atos violentos, tanto física quanto psicologicamente.

Portanto, em qualquer ambiente em que você estiver — na escola, na faculdade, no trabalho, no hospital, no mercado, na rua, no ônibus etc. — jamais julgue alguém por alguma das suas características. Além disso, se você vir alguém agindo dessa forma, denuncie. Fique atento aos seus direitos e lute contra o bullying dentro e fora do ambiente de trabalho!

E você, querida pessoa, já testemunhou algum caso de bullying no trabalho? Como a situação foi resolvida? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!