A depressão nervosa, ou transtorno depressivo, é um problema de saúde mental que demanda um tratamento imediato para que o indivíduo se restabeleça emocional e fisicamente. O Ministério da Saúde divulgou que a prevalência da doença em algum momento da vida dos brasileiros está em torno de 15%, ocupando o primeiro lugar entre os países da América Latina.

Diante desse cenário preocupante, a informação é fundamental, de modo que possamos reconhecer mais rapidamente os casos de depressão nervosa e buscar ajuda o quanto antes. Saiba como lidar com o problema no artigo a seguir. Boa leitura!

Depressão nervosa: o que é?

A depressão nervosa, também chamada de transtorno ou síndrome depressiva, é um tipo de depressão que se prolonga por um longo tempo, em forma de alterações no humor, mergulhos em grande tristeza e mal-estar profundo, que pode levar ao desespero.

Nela, os episódios depressivos se tornam recorrentes, e é possível perceber uma mudança brusca entre o estado habitual da pessoa e o estado de depressão, pois os sintomas são bem claros e distintos.

O que se sente nesse quadro?

Alguém diagnosticado com a síndrome depressiva, ou depressão nervosa, sente a perda rápida de prazer para realizar as atividades, incluindo as de que mais gosta. Vivencia também o crescimento de ideias obscuras e suicidas, além de uma lentidão dos movimentos do corpo e do raciocínio, sinal que mais dificulta o exercício de qualquer tarefa cotidiana. Qualquer movimento é um peso enorme que o paciente carrega.

Além disso, outros sintomas que surgem são: tristeza profunda, fadiga intensa, transtornos de apetite — que podem levar à anorexia ou à compulsão alimentardistúrbios do sono, dificuldade de se comportar normalmente e de se concentrar e culpabilidade importante.

É importante salientar que o depressivo, independentemente do tipo e do estágio em que se encontra na doença, sempre terá uma visão deturpada de si mesmo, o que resulta em baixa autoestima ou desvalorização de si próprio.

Os depressivos tendem a ter uma visão deturpada e distorcida sobre a forma como veem a si mesmos, a própria vida e aqueles que estão ao seu redor. Essa visão tende a estar impregnada do sentimento mais negativo possível, sem ver que qualquer situação ou problema podem ser resolvidos e que não vão durar para sempre.

Quais são as causas para a doença?

Isso não pode servir de desculpa para os que estão ao redor verem essa pessoa como tóxica ou sugadora de energias. É importante entender que nada do que acontece com elas é pensado: tudo é um resultado de genes, histórico de vida, entre outras coisas.

Os transtornos depressivos são causados por uma predisposição genética, mas também por determinados acontecimentos da vida, que podem desencadeá-la. Nem sempre fica claro o que levou ao quadro depressivo — pode ser, na verdade, um somatório de sofrimentos vivenciados por toda a vida, que só serão mais precisamente analisados nos processos de terapia.

Como a depressão nervosa é diagnosticada? Quais são os tratamentos possíveis?

O diagnóstico só acontece quando o médico psiquiatra ou o psicólogo identifica no paciente pelo menos 5 sintomas entre os citados, de forma recorrente. A consulta consiste em um exame clínico do paciente e questionamento a respeito do seu estado emocional. Além disso, o médico deve perceber o estado geral e o comportamento do paciente, pois eles são indícios da doença.

Geralmente, episódios depressivos graves ou depressão crônica são tratados com o uso de medicamentos antidepressivos e acompanhamento psicoterapêutico regular. Durante os 15 primeiros dias do uso da medicação, podem ocorrer alguns efeitos colaterais.

Junto com os remédios, que servem para reequilibrar o nível dos neurotransmissores associados ao quadro depressivo, é importante fazer qualquer outra atividade que faça com que a sua autoestima seja restaurada.

A autoestima e a aceitação da imagem corporal são importantes mecanismos para a recuperação de uma pessoa que esteja passando por episódios depressivos, pois é com a uma boa autoestima que afirmamos a nossa real essência e conseguimos superar qualquer obstáculo.

5 orientações para lidar com a depressão nervosa

Seja qual for o transtorno psicológico vivenciado, como é o caso da depressão nervosa, o paciente precisa começar com o primeiro passo, que é a busca por uma ajuda no momento em que percebemos que algo não está bem dentro de nós e com a nossa rotina.

Apenas um profissional da saúde poderá dar o diagnóstico correto e indicar o melhor tratamento. Todavia, há 5 formas de lidar com a depressão nervosa e trazer de volta o bem-estar para a sua vida.

  1. Admita a doença: não ignore nem desmereça o diagnóstico. O quanto antes você aceitar que tem esse tipo de depressão, mais fácil será lidar com ela. Sabemos lidar melhor com aquilo que admitimos que existe do que com o que não aceitamos, pois a doença vai continuar existindo, podendo crescer e se tornar um “monstro” quase incontrolável.
  2. Nunca pare o tratamento: nunca deixe o tratamento de lado, pois ele é o seu principal aliado nessa luta. Por mais que, com o tempo, consigamos ver os resultados, e a tendência seja largar o tratamento após a melhora, não deixe isso o impedir de prosseguir com o tratamento até receber alta. A depressão nervosa precisa ser controlada por um tempo prolongado para que você viva com qualidade, sem a quantidade de crises que apresentava antes.
  3. Não sinta vergonha nem culpa: não há problema em ter a doença. Dessa forma, não sinta vergonha, nem ache que tem culpa sobre o que está acontecendo com você. A depressão é o resultado de muitos fatores, e nenhum deles tem relação com algo que você procurou ou que foi consequência dos seus atos. É uma doença que pode ocorrer com qualquer pessoa.
  4. Sempre compartilhe os seus momentos de luta com os outros: haverá momentos difíceis e até mesmo insuportáveis, em que você vai achar que nada mais vale a pena. Por isso, precisamos de quem mais amamos ao nosso lado nesses momentos. Assim, busque ajuda, converse e divida os seus problemas e as pequenas vitórias sempre, pois esse é o melhor jeito de ver a melhora e de ganhar o apoio que precisa. Uma rede de apoio é importante — amigos, familiares, colegas, vizinhos, enfim, quem puder e lhe fizer bem!
  5. Faça atividades que lhe dão prazer: lembre-se das atividades de que mais gostava de fazer quando se sentia bem: andar de bicicleta, passear com os sobrinhos ou o cachorro, nadar no mar, aprender coisas novas, ler, assistir a filmes e séries, praticar algum esporte… Tudo isso precisa estar presente nesse momento. Escolha a atividade que mais lhe faz bem e, se no começo for algo forçado, com o tempo (junto com o tratamento) ela se torna a atividade da qual não abria mão.

Seguindo as orientações acima, juntamente com o acompanhamento médico e psicológico, será possível recuperar a saúde mental e tratar a depressão nervosa. Agora você já sabe como lidar com o problema!

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