A saúde mental consiste no adequado funcionamento da mente, tanto nos aspectos racionais como nos aspectos emocionais. Uma mente saudável afasta os riscos dos transtornos ansiosos, da depressão, entre outras complicações típicas que afetam o cérebro e comprometem a qualidade de vida.

Por falar em vida, precisamos considerar que o trabalho faz parte dela. Nesse sentido, é fundamental que as pessoas compreendam que a procura por uma vida mais saudável também passa pelo lado profissional. Quer saber como? Neste artigo, vamos falar sobre as relações entre a saúde mental e o trabalho e sobre o que podemos fazer para conciliar ambos. Siga em frente e tenha uma ótima leitura!

A saúde mental no trabalho

O trabalho ocupa uma parcela importante do nosso tempo. Em média, as pessoas dedicam 8 horas dos seus dias a essa área da vida, o que é bastante tempo. Sendo assim, precisamos que essa parte tão fundamental do dia seja fonte de felicidade e satisfação, e não de estresse e desânimo.

Infelizmente, contudo, boa parte das pessoas tem uma relação negativa com as profissões que exercem. Isso pode acontecer por diversos motivos, mas é fundamental que seja encontrada uma solução eficaz. Ninguém merece passar tanto tempo do dia e da vida sendo infeliz, não acha? Na sequência, você vai conferir alguns dos problemas de saúde mental que estão associados ao trabalho. Confira!

A síndrome de burnout

A síndrome de burnout é uma doença mental que consiste em um esgotamento associado ao trabalho. Ela geralmente acontece em ambientes de trabalho em que há uma demanda muito alta, seja pela qualidade exigida, seja pela quantidade de coisas que precisam ser feitas.

Nesses casos, o indivíduo não é respeitado. Há chefes que se esquecem de que estão supervisionando seres humanos, e não máquinas. Toda pessoa tem as suas limitações físicas e mentais, de modo que ninguém que trabalha 12 horas por dia conseguirá manter esse ritmo por muito tempo. Em algum momento, o corpo vai pedir descanso, a mente dará sinais de exaustão, e a própria qualidade do trabalho começará a cair.

Se a pessoa não identificar esse quadro sobre si mesma ou se a empresa não respeitar os limites dos seus colaboradores, eles fatalmente adoecerão com a síndrome de burnout, que é um quadro psicológico de tensão, estresse e certa gravidade, demandando tratamento imediato.

A síndrome de boreout

Assim como a síndrome de burnout, também tem sido divulgado um problema menos conhecido, mas com nome parecido: a síndrome de boreout. Nesse caso, o problema é o oposto: a falta do que fazer, ou a incompatibilidade de funções.

Estamos falando de um quadro de tédio extremo, em que o funcionário se sente desvalorizado porque não lhe dão atividades para fazer ou porque as tarefas que lhe são designadas estão muito distantes das suas habilidades e das competências profissionais descritas no seu cargo.

Esse tédio pode se transformar em desânimo e desmotivação para o trabalho, o que pode levar o indivíduo a um descontentamento profundo com a vida profissional e até mesmo à procura por outros empregos.

Ambientes tóxicos

Além do teor e da quantidade de atividades, conforme vimos nos itens acima, há outro aspecto que é crucial para a saúde mental das pessoas no trabalho: a postura dos colegas e chefes.

Alguns ambientes podem ser maravilhosos, em que todos se respeitam e até mesmo permitem que relações de amizade cresçam. Em contrapartida, há outros ambientes que são considerados tóxicos, o que pode ocorrer por diversos motivos:

  • Os mais velhos humilham os mais novos, e vice-versa;
  • Os homens assediam as mulheres;
  • Não há respeito à diversidade étnico-racial, religiosa, de estilos pessoais, de identidade de gênero, de orientação sexual etc.;
  • Chefes gritam, ameaçam e fazem pressão psicológica sobre os subordinados;
  • Não há liberdade criativa, apenas a necessidade de obedecer às ordens sem questioná-las;
  • Não há possibilidade de crescimento;
  • Qualquer momento de informalidade é punido com severidade.

Como alguém pode ser verdadeiramente feliz em um ambiente desses? As pessoas precisam ser respeitadas, ter autonomia em suas atividades, fazer amizades umas com as outras e ter um mínimo de prazer em fazer parte de um grupo, o que não ocorre em ambientes de trabalho tóxicos.

Escolhas infelizes

Além da culpa que as empresas têm por não respeitar as características e os limites físicos e mentais dos seus colaboradores, também o próprio profissional pode ser responsável pela sua frustração no trabalho.

Aqui, estamos falando de pessoas que tiveram escolhas infelizes na sua carreira. Quem é que nunca se iludiu com uma profissão e, quando foi conferir o dia a dia na prática percebeu que aquela ocupação não era nada do que tinha em mente? Ou então quem é que nunca abriu mão de fazer o que gostava para dedicar-se a uma atividade que oferecesse salários mais generosos?

Infelizmente, essas escolhas não são raras. Assim, muita gente segue por determinados caminhos pensando em dinheiro ou em agradar a outras pessoas, mas acaba se esquecendo de ouvir o próprio coração para fazer o que ama. Por isso, o autoconhecimento é a maior arma que temos para tomar decisões mais compatíveis com quem somos e que de fato nos tornem mais felizes, o que também se vê na vida profissional.

Como resolver essas questões?

A saúde mental de um indivíduo pode ser prejudicada de diversas formas, conforme você viu acima. Algumas delas dependem das escolhas que ele mesmo faz. Por isso, quanto mais você conhecer a si mesmo, mais conseguirá tomar decisões que o levem a caminhos felizes, seja na escolha de uma empresa, seja na escolha da própria profissão.

No entanto, como você pode perceber, boa parte da culpa pelos problemas mentais dos colaboradores desenvolvidos no trabalho vem da própria empresa. Por chefes despreparados, por mau gerenciamento das tarefas distribuídas ou por um ambiente profissional completamente tóxico (em que posturas abusivas ocorrem sem qualquer punição), muita gente tende a adoecer devido ao trabalho.

É fácil falar para que os funcionários que estiverem descontentes peçam as contas e procurem um novo emprego. Isso pode ser a solução de problemas individuais, mas, e quanto àquela “cultura” negativa? Enquanto as empresas não se responsabilizarem adequadamente pelas pessoas que contratam, teremos cada vez mais casos de burnout e assédio no trabalho, por exemplo.

O indivíduo deve, sim, responsabilizar-se pelas suas escolhas. Mas cabe às organizações definirem regras mais claras para líderes e liderados, de modo que as tarefas sejam distribuídas de forma equilibrada, que os méritos sejam reconhecidos, que as falhas sejam corrigidas respeitosamente e que qualquer tipo de abuso ou comportamento tóxico seja rigidamente punido.

A saúde mental das pessoas é coisa séria, e isso fatalmente envolve uma postura de mais responsabilidade das empresas no trato com os seus colaboradores.

E você, querida pessoa, como avalia a relação entre o seu trabalho e a sua saúde mental? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!