Você já ouviu falar naquele joguinho super popular dos anos 1980, o tétris? É aquele game eletrônico em que o jogador precisava combinar formas geométricas formando linhas horizontais. Sempre que uma linha se formava, ela se desintegrava, baixando as camadas superiores. Já se o encaixe das peças não formasse uma linha inteira, os erros iam se acumulando, e o jogo era encerrado quando a pilha de peças alcançasse o topo da tela.

O efeito tétris é uma metáfora utilizada pelo autor estadunidense Shawn Achor no seu livro O jeito Harvard de ser feliz. Para ele, o efeito tétris ocorre no cérebro, mas pode ocorrer de forma negativa ou de forma positiva, dependendo de como ajustamos a nossa visão de mundo para sermos felizes. Ficou curioso para entender essa metáfora? Então, continue a leitura para que possamos explicá-la melhor!

O efeito tétris negativo

O efeito tétris é o 3º dos 7 princípios que o autor cita como essenciais à felicidade e ao sucesso. Para isso, ele diferencia o efeito tétris negativo e o efeito tétris positivo, como metáforas para dois padrões mentais opostos.

O efeito tétris negativo é aquele padrão mental em que o indivíduo é incapaz de enxergar oportunidades. Trata-se de um cérebro extremamente ansioso, treinado para detectar riscos, erros, possibilidades de falhas e resultados negativos. Ele gera uma postura muito pessimista.

Esse processo mental procura sempre padrões negativos, que bloqueiam o sucesso e limitam o nosso potencial. Isso torna as pessoas mais propensas ao desenvolvimento de transtornos da mente (como os ansiosos e depressivos) e as leva a limitar as suas possibilidades de conquistas, definindo para si mesmas objetivos menos audaciosos. Assim, elas colocam um teto sobre si mesmas, deixando de compreender que o segredo para ser feliz está justamente fora dessa zona de conforto.

O efeito tétris positivo

Por outro lado, o efeito tétris positivo é aquele em que o indivíduo ajusta o seu cérebro muito mais para a identificação de oportunidades do que para a detecção de riscos. Isso faz com que as ideias sejam mais bem-recebidas e multipliquem as nossas chances de ter sucesso nas diferentes áreas da vida.

Quem desenvolve esse mindset tende a ser mais otimista, o que o motiva a definir para si objetivos mais ousados, mas sem perder o contato com a realidade. São pessoas que não desenvolvem crenças limitantes — ou que sabem desfazê-las com mais facilidade. Quanto mais alimentamos essa postura otimista, mais ela se fortalece, em um efeito cascata — como o jogo tétris.

Segundo os psicólogos, o otimismo é uma predisposição a esperar resultados positivos, o que efetivamente codifica o seu cérebro para reconhecer esse tipo de resultado quando surgir na sua vida. Isso evita que as pessoas percam muitas oportunidades.

Naturalmente, desenvolver esse mindset positivo requer persistência. Quanto mais praticamos o otimismo, mais naturalmente ele surgirá nas situações futuras. Dessa forma, quanto mais conseguirmos racionalizar os nossos pensamentos e direcioná-los a uma perspectiva positiva de futuro, mais facilmente conseguiremos repetir esse processo mental nas próximas situações.

A gratidão e o otimismo

O efeito tétris positivo pode ser potencializado e, ao mesmo tempo, potencializar duas características comuns às pessoas mais felizes: a gratidão e o otimismo.

As pessoas gratas têm mais facilidade de enxergar as coisas boas que já têm na vida. Estamos falando de itens que podem passar batido no dia a dia, mas que precisam ser agradecidos, afinal de contas, fazem muita falta quando, por algum motivo, somem. Saúde física, saúde mental, emprego, família, amigos, alimento, moradia, estudos, lazer — esses são apenas alguns dos pilares pelos quais devemos agradecer continuamente.

Diversos estudos científicos têm comprovado que as pessoas mais gratas alcançam resultados melhores nas suas vidas. Isso ocorre porque elas desenvolvem a saúde mental, a inteligência emocional, o otimismo, o bom relacionamento interpessoal e até mesmo a qualidade do sono. Esse conjunto de fatores leva essas pessoas a encontrarem mais oportunidades de sucesso, aproveitando-as da melhor maneira possível.

Esse modelo mental também fortalece no indivíduo a capacidade de focar no lado positivo da vida. Estudos apontam que os otimistas conseguem definir metas mais ousadas e se empenhar melhor para alcançá-las do que os pessimistas. Além disso, lidam melhor com situações de estresse e superam obstáculos com mais facilidade — habilidades essenciais ao alto desempenho, inclusive na vida profissional.

Uma atitude mental realista

O efeito tétris positivo, de enxergar as oportunidades e o lado bom da vida, no entanto, jamais deve ser confundido com a positividade tóxica. Portanto, devemos equilibrar o nosso mindset sendo realistas e saudáveis. Assim, focar no positivo não é ignorar os riscos, mas sim entender que, mesmo que eles existam, nós somos capazes de superá-los.

Ser otimista, portanto, não é viver em um mundo colorido em que tudo dá certo. É saber que riscos de erros existem, mas que, nem por isso, devemos deixar de lutar pelo alcance das nossas metas. Da mesma maneira, também não podemos andar por aí com uma nuvem cinzenta sobre as nossas cabeças, reconhecendo apenas o que pode ser negativo, errado e falho.

Nesse sentido, devemos abraçar a ideia de que o que não nos mata nos fortalece. O autor afirma que a superação de adversidades gera um crescimento psicológico positivo nas pessoas, com força pessoal, autoconfiança, empatia, espiritualidade e satisfação. Isso quer dizer que até mesmo os problemas podem nos ajudar a despertarmos as melhores versões de nós mesmos.

Para isso, porém, precisamos sair do “efeito tétris negativo” e abrir a mente para ressignificações dos fatos, ou seja, interpretações mais positivas dos acontecimentos. Em outras palavras: todo mundo tem problemas, mas as pessoas que se recuperam mais rápido são as que não se definem pelo que aconteceu, mas pelo que elas podem fazer com o que aconteceu. Não é o evento em si que modifica a nossa mentalidade, mas a nossa percepção subjetiva do ocorrido!

E você, ser de luz, está vivendo em qual efeito tétris — o positivo ou o negativo? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!