A Bíblia é um livro sagrado e, como tal, contém essencialmente ensinamentos de ordem moral e espiritual. No entanto, muitos dos ensinamentos concedidos por Jesus Cristo podem ser aplicados a diferentes contextos da vida, inclusive na nossa capacidade de sermos produtivos e de gerar prosperidade.
A parábola dos talentos é um desses ensinamentos que podem ser compreendidos de diferentes maneiras — desde a propagação dos nossos valores morais e conhecimentos até a geração da riqueza propriamente dita. Neste artigo, vamos compreender melhor essa parábola e o que podemos extrair dela como lição de vida e prosperidade. Continue a leitura e saiba mais!
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Jesus ensina por meio de parábolas
Parábolas são histórias breves e fictícias, mas que podem facilmente ser associadas à vida de qualquer pessoa, já que apresentam relatos próximos do cotidiano, como crônicas. Analogias e metáforas fazem parte desse tipo de relato, a fim de facilitar a transmissão de ensinamentos espirituais.
Jesus Cristo fazia uso desse recurso como método de ensinamento aos seus discípulos. Há alguns motivos que justificam o uso das parábolas na transmissão de valores morais e espirituais:
- Acessibilidade: por serem narrativas simples e de fácil compreensão para as pessoas da época (agricultores, pescadores etc.), as histórias eram acessíveis. Independentemente da formação educacional, todos podiam compreender as verdades espirituais ali presentes.
- Memorabilidade: as parábolas são geralmente histórias fáceis de visualizar, o que as torna mais fáceis de serem retidas na memória. Assim, Jesus garantia que os ensinamentos não seriam esquecidos e ainda poderiam ser transmitidos a cada vez mais pessoas.
- Impacto emocional: muitas vezes, as parábolas apresentavam um desfecho surpreendente, capaz de gerar uma conexão emocional com os ouvintes. Por meio da empatia, as pessoas colocam-se no lugar dos protagonistas da história, trazendo os ensinamentos para o seu próprio dia a dia. Assim, fica mais fácil promover reflexões, arrependimentos e mudanças de comportamento.
- Ensino velado: as parábolas permitem que as pessoas desenvolvam ensinamentos de forma não tão explícita, desafiando os ouvintes a chegar a determinadas conclusões por conta própria.
A parábola dos talentos
Uma das parábolas mais conhecidas de Jesus é a parábola dos talentos. O relato está na Bíblia, mais especificamente no Evangelho de Mateus (Cap. 25. Versículos 14 – 30).
De acordo com o relato bíblico, Jesus contou que havia um homem muito rico para os padrões da época. Ele se preparava para viajar para um país distante, mas, antes disso, reuniu os seus servos e repartiu entre eles alguns de seus bens, de acordo com o merecimento e as capacidades de cada um.
Ao primeiro servo, concedeu 5 talentos. Ao segundo, concedeu 2 talentos. Por fim, concedeu 1 talento ao terceiro. Em seguida, o homem viajou e deu liberdade para que cada servo administrasse a riqueza recebida como preferisse.
Alguns estudiosos apontam que 1 talento da época equivale a 35 kg de ouro!
Após um longo tempo, o homem retornou e cobrou que os seus servos prestassem contas do que tinham feito com os talentos recebidos. O primeiro servo conseguiu negociar e investir os seus 5 talentos, dobrando a sua quantidade. O segundo servo agiu da mesma forma e conseguiu que os seus 2 talentos se tornassem 4!
O terceiro servo, todavia, teve medo de perder o pouco que lhe havia sido concedido. Por isso, enterrou o talento para protegê-lo, mas não o multiplicou.
Aos dois primeiros servos, o senhor disse: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.”.
Entretanto, ao perceber que o terceiro servo apenas devolveu ao senhor o mesmo talento que lhe havia sido dado, o senhor o repreendeu e o chamou de mau e preguiçoso. Ordenou ao servo que desse o talento recebido ao servo que tinha 10 talentos.
Resumidamente, a história nos ensina sobre a responsabilidade e a fidelidade na administração dos recursos que Deus nos dá. Os fiéis e diligentes ao trabalhar conseguem multiplicar tudo o que foi recebido. No entanto, quando escutamos o medo e negligência, permanecemos estáticos, recebendo a punição de não crescer e prosperar.
O que podemos aprender com essa passagem?
Confira, na sequência, os principais ensinamentos que podem ser extraídos da parábola dos talentos.
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Reconhecer e valorizar os talentos recebidos
Em primeiro lugar, a parábola nos ensina a gratidão. Todo ser humano na Terra recebe talentos. Por mais que a história fale de uma riqueza material, podemos entender os talentos também de outras formas, como o nosso conjunto de valores, conhecimentos, experiências, habilidades, atitudes e oportunidades de crescimento.
Dessa forma, reconheça e seja grato por todos os “talentos” que você recebeu. Tudo aquilo que Deus concede às pessoas são meios de ter uma vida feliz e produtiva. Você cresce na medida em que reconhece tudo o que você tem: saúde, família, amigos, moradia, bens materiais, conhecimentos, fé, oportunidades de estudo, emprego, enfim, recursos para prosperar.
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Ser responsável com o que Deus nos concede
Além de reconhecer que temos muitos talentos concedidos por Deus, a parábola nos ensina a importância de sermos responsáveis com tudo aquilo que nos foi concedido. Assim como os servos foram chamados a administrar os talentos recebidos, também nós devemos administrar com sabedoria tudo o que nos foi dado.
Por isso, ficam os questionamentos: como você tem utilizado os seus talentos? Pense em como você usa a sua mente, a sua inteligência, a sua sabedoria, a sua personalidade e todas as oportunidades que a vida apresenta. Fazer um bom uso de tudo isso é uma maneira de sermos fiéis a Deus e ao nosso próprio chamado.
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Usar produtivamente os nossos talentos como propósito de vida
Assim como na parábola, na vida, todos nós recebemos talentos diferentes uns dos outros. Você pode ser uma pessoa metódica e com uma habilidade fantástica para lidar com números, enquanto o seu irmão pode ser um médico de excelência na hora de restabelecer a saúde dos doentes.
Não existem talentos melhores ou piores. O importante é que você reconheça os seus e coloque-os em prática para ajudar tanto a sua própria vida quanto a de quem precisar dos seus dons. É isso o que chamamos de concretizar o seu propósito de vida. Use os seus recursos para fazer o bem, sem deixá-los ociosos ou desperdiçados.
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Não deixar o medo nos paralisar
Perceba que o terceiro servo tem tanto medo de perder o talento que lhe foi dado que ele prefere enterrá-lo a tentar multiplicá-lo. Algumas pessoas agem dessa maneira. Têm dons e saberes, mas não conseguem colocá-los em prática. É claro que todo investimento envolve riscos, mas tudo na vida é dessa forma.
Se você tem um dom incrível com as palavras, por exemplo, por que não tornar-se um coach, psicólogo ou palestrante? Pense em quantas pessoas poderiam ter as suas vidas profundamente transformadas por meio da sua capacidade de verbalizar o conhecimento. Infelizmente, muitas pessoas deixam de prosperar pelo medo do julgamento ou do erro.
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Recompensar quem é fiel
Ser fiel significa ser leal, não apenas a Deus, mas também a si mesmo. Se você, por meio do autoconhecimento, reconhece os seus talentos e o seu propósito de vida, trabalhe ativamente no sentido de concretizá-los. É assim que as pessoas são recompensadas: quando agem de acordo com os seus recursos.
Os servos que administraram adequadamente os seus talentos foram reconhecidos pelo patrão e puderam usufruir das suas riquezas multiplicadas. Isso nos lembra de que a nossa dedicação também será recompensada — não apenas em bens materiais, mas também na própria felicidade de vermos a nossa missão de vida transformada em realidade.
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Ser proporcional à evolução de cada um
Ao longo da parábola, nos colocamos predominantemente no lugar dos servos. No entanto, também podemos extrair aprendizados da história quando nos colocamos na posição do patrão. Ele nos ensina uma lição importante: a justiça.
Perceba que ele era um profundo conhecedor dos seus servos e, por isso, não concedeu a eles mais do que poderiam administrar. Da mesma forma, ele também soube retribuir proporcionalmente, de acordo com os resultados apresentados. Isso nos ajuda a sermos líderes melhores, respeitando a capacidade de cada um e retribuindo proporcionalmente, de acordo com o mérito dos colaboradores.
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Combater a preguiça e a procrastinação
Por fim, a parábola nos ensina que não devemos “enterrar” os nossos talentos por medo de usá-los. Muitas vezes, porém, não é uma questão de medo, mas de preguiça e procrastinação. O correr da vida nos “ocupa” com tantos assuntos, que sempre deixamos os nossos planos mais significativos para depois.
É assim que abrimos mão de projetos pessoais, de iniciativas empreendedoras ou de ingressar em uma carreira que poderia nos trazer muito progresso. Trata-se de um tipo de inatividade e de negligência que certamente não deixa Deus feliz e não nos traz o progresso que tanto desejamos. A prosperidade está fora da zona de conforto.
Estes são apenas alguns dos ensinamentos que podem ser extraídos da parábola dos talentos. A história nos desafia a refletir sobre como estamos empregando os recursos e talentos que Deus nos concedeu e nos incentiva a ser fiéis e diligentes na nossa responsabilidade como seus servos e na concretização do nosso propósito de vida, como meio de alcançar a prosperidade — pessoal e material.
E você, querida pessoa, reconhece os seus talentos? Como os tem utilizado? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!