Circula pelo meio da comunicação a informação de que o ovo da pata é muito mais nutritivo do que o ovo da galinha. Você sabia disso? Mas então, por que todos nós consumimos muito mais o ovo da galinha? Segundo os profissionais da comunicação, isso ocorre porque a pata é extremamente silenciosa quando bota o ovo, mas a galinha logo cacareja para anunciar o ovo que botou ao fazendeiro.
Legal, mas por que estamos falando de animais em um artigo sobre propaganda? É simples! Mesmo com o produto inferior, a galinha sabe vender melhor, pois anuncia a quem quiser ouvir que há ovos no ninho. Já a pata, tendo um produto líder, deixa de comunicá-lo e, com isso, perde popularidade e freguesia.
Por isso, não basta ser o melhor, é preciso parecer o melhor, ou seja, comunicar à sociedade o que você tem a oferecer. Caso contrário, como as pessoas conhecerão o seu produto? Essa é a essência da propaganda, ou seja, da “alma do negócio”. Continue a leitura a seguir e entenda melhor a importância dessa atividade para todo e qualquer negócio!
Contents
O que é propaganda?
A propaganda é a atividade de comunicar a sociedade sobre as soluções que alguém pode oferecer — produtos, serviços, ideias etc. Alguns teóricos afirmam que o termo mais correto seria “publicidade”, quando há o objetivo de lucro, enquanto a propaganda seria apenas a divulgação de ideias na sociedade. Para fins didáticos, neste artigo, vamos usar o termo propaganda, sem essa diferenciação.
O termo “propaganda” vem do latim, propagare, que significa “propagar” ou “difundir”. Esse conceito começou a ser utilizado pela Igreja Católica, em campanhas para divulgar a sua fé cristã em diversos países. Posteriormente, passou a ser utilizada por políticos e partidos na disseminação das suas ideias.
Apesar das raízes políticas e religiosas, quem ganhou mais poder foi mesmo a propaganda comercial, ou seja, a publicidade. Esse tipo de comunicação tem o objetivo específico de melhorar a imagem de uma marca, impulsionar as suas vendas e, consequentemente, promover o lucro.
Por que a propaganda é a alma do negócio?
Por mais que a propaganda seja uma atividade extremamente criativa, ela é, na verdade, uma área profissional extremamente técnica, desenvolvida com base em muitas pesquisas e estudos para ser eficaz. Não basta ser divertido, engraçado ou emocionante, pois há muitos outros aspectos a serem considerados. Assim, se você deseja saber por que a propaganda é a alma do negócio, confira os 6 principais motivos a seguir.
1. Porque ela estuda o cenário da empresa
Quem vê uma campanha linda circulando na televisão ou na internet nem imagina como aquilo tudo começou. A verdade é que a parte mais criativa é o fim de um processo que começa com muito estudo e análise.
Por exemplo, a campanha de uma marca de cerveja para o consumidor é completamente diferente da campanha de uma empresa que desenvolve softwares para outras empresas. Os contextos são totalmente distintos, e este é o ponto de partida do trabalho de um publicitário: analisar o contexto da marca.
Por isso, as equipes de atendimento e planejamento mergulham na vida da empresa, analisando a sua história, os seus valores, os seus produtos/serviços, os preços praticados, o seu tipo de cliente, o seu histórico de comunicação etc. Além dessa análise interna, também são pesquisados todos os fatores externos que podem interferir na vida da empresa: o comportamento do consumidor, as ações da concorrência, a dinâmica político-econômica do momento, as questões ambientais etc.
2. Porque ela identifica o problema de comunicação
Depois de fazer essa análise de cenário, tanto interna quanto externa, os publicitários identificam o problema de comunicação que a empresa está enfrentando. Esse “problema” não necessariamente significa algo ruim, como uma crise de imagem, mas algum ponto que precisa ser corrigido ou evidenciado pela comunicação da empresa.
Dessa forma, um problema de comunicação pode ser desde tirar a marca de uma polêmica (por exemplo: marcas de cosméticos que são acusadas de fazer testes em animais) até simplesmente divulgar o novo sanduíche da rede de fast food. O problema de comunicação é aquilo que precisa ser resolvido pela área para que a empresa possa alcançar os seus objetivos mercadológicos.
3. Porque ela conhece o consumidor
Além da identificação do problema de comunicação, é necessário fazer uma pergunta muito importante: a quem essa campanha se destina? Isso é importante para definir o público-alvo da comunicação, tomando como base o perfil de clientes da empresa. Quanto mais o publicitário compreender quem faz parte desse público, mais eficazes serão as suas escolhas na campanha: argumentos, canais de comunicação, linhas criativas, escolhas textuais/visuais, apelos básicos etc.
Assim, é importante conduzir pesquisas adicionais para saber se aquelas pessoas que a empresa entende como o seu público-alvo de fato o são. Essas pesquisas precisam ser profundas, de modo que a empresa encontre o perfil demográfico desses indivíduos: gênero, faixa etária, faixa de renda, geolocalização etc. Além disso, ela também deve ser capaz de traçar um perfil psicográfico dessas pessoas: rotina, estilo de vida, carreira, valores, hobbies, desejos, necessidades, medos, objetivos etc.
4. Porque ela seleciona os melhores canais de comunicação
O levantamento realizado sobre o público-alvo permite que a equipe de comunicação identifique qual é a melhor maneira de se comunicar com essas pessoas, considerando o seu estilo de vida. Por exemplo: se o público em questão passa o dia trabalhando no escritório, não faz sentido anunciar o produto em um programa de televisão matinal, certo?
Dessa maneira, entre as escolhas de campanha, há muitas soluções que a área de comunicação pode oferecer. Estamos falando de: publicidade tradicional, marketing digital, ações promocionais, estratégias de merchandising, patrocínios, promoção de eventos, relações públicas, e por aí vai. Tudo depende do cenário da empresa e do público a quem se destina a campanha.
No caso da publicidade tradicional, é preciso também fazer a escolha dos meios e veículos, sempre justificando as decisões tomadas. A televisão é um meio, em que Globo e SBT são exemplos de veículos. A internet é um meio, em que UOL e YouTube são exemplos de veículos. A mídia impressa é um meio, em que a revista Veja e a Folha de São Paulo são exemplos de veículos.
5. Porque ela argumenta de forma criativa
O ponto principal de uma campanha de propaganda é a escolha dos seus argumentos, ou seja, das ideias que estimularão o público a tomar a atitude que a empresa deseja. No caso da propaganda comercial, essa atitude é a compra de um produto ou serviço. Mas quais informações precisam aparecer na campanha para que ela seja realmente persuasiva?
Novamente, tudo vai depender das respostas obtidas nas pesquisas feitas na etapa de planejamento. Por exemplo: se as pesquisas indicam que o que o público de uma marca de carros mais prioriza é o conforto, não vale a pena ficar enaltecendo o design, certo?
Esse tipo de informação deve nortear todo o processo criativo, que se divide em duas partes: a verbal e a não verbal. A parte verbal, ou textual, é desenvolvida pelo redator, que elabora os títulos, textos e slogans. Por sua vez, a parte não verbal, ou visual, é desenvolvida pelo diretor de arte, que define as imagens, vídeos, fontes, cores, símbolos e animações da campanha. Adicionalmente, as campanhas também podem contar com outros profissionais criativos, como músicos e editores audiovisuais.
6. Porque ela estabelece diferenciais competitivos entre as marcas
Depois de todo esse processo de pesquisa, planejamento e criação, enfim, a campanha é veiculada e chega ao alcance do público. Nesse momento, a empresa e o time de comunicação precisam ficar atentos para monitorar se a veiculação da campanha está produzindo o efeito desejado no consumidor. Em caso afirmativo, é só dar continuidade à campanha. Em caso negativo, é preciso reformular a comunicação.
Assim, quando o processo é conduzido de forma estruturada e pautada em informações confiáveis, as campanhas de propaganda produzem resultados positivos. Isso permite não apenas que a empresa aumente os seus lucros, mas também que as suas marcas se fortaleçam e obtenham diferenciais competitivos. Por isso, quando o público desejar um carro seguro e confortável, pensará na marca X, mas quando priorizar um design arrojado, imediatamente recorrerá à marca Y, por exemplo.
Dessa forma, a propaganda facilita o processo de decisão de compra, pois dá alma e humaniza as marcas. Isso é essencial para aumentar o faturamento das organizações, mas também para ajudar o público a descobrir quais são as soluções indicadas para a sua necessidade.
Concluindo, é notável que a propaganda é um instrumento de comunicação extremamente poderoso. É por meio dela que as marcas se conectam com o público e transmitem as suas mensagens, convencendo os indivíduos a agirem da forma X ou Y, conforme o contexto. Assim, muito mais do que um trabalho “intuitivo”, a propaganda é uma atividade de pesquisa, planejamento estratégico, escolhas precisas, criatividade, sensibilidade e monitoramento contínuo.
E você, querida pessoa, imaginava que os processos da propaganda fossem tão complexos? Qual é a sua opinião sobre essa “alma do negócio”? Deixe um comentário no espaço a seguir. Por fim, não se esqueça de compartilhar este artigo com os seus amigos, colegas e familiares, por meio das suas redes sociais!

