As emoções são reações orgânicas de intensidade e duração variáveis, que ocorrem em todo o corpo quando a mente detecta algum estímulo no ambiente. Essa definição bem técnica e científica pode ser exemplificada pelo medo que sentimos ao ver um cão feroz na rua, por exemplo.

Para entender melhor a importância das emoções em nossas vidas e como administrá-las de maneira inteligente, confira este artigo.

A importância das emoções

O objetivo de qualquer emoção é nos preparar e nos adaptar para o que estiver acontecendo em nosso meio. No caso do medo do exemplo acima, essa emoção disparará a adrenalina em nossa corrente sanguínea para que sejamos capazes de fugir do animal, caso ele dê início a um ataque.

Esse mecanismo existe desde que o homem iniciou sua trajetória no planeta e foi se desenvolvendo em acompanhamento à evolução de nossa espécie.

Isso significa que toda emoção é uma resposta bioquímica a algo que está acontecendo. É o que acontece no exemplo negativo do medo, mas é também o que ocorre em nossos corações e mentes quando nos apaixonamos por alguém.

Emoções em desequilíbrio

O problema é que nem sempre as nossas emoções estão corretamente “calibradas”. Muitas vezes, nem sequer entendemos o que estamos sentindo, ou mergulhamos em emoções de intensidade completamente desproporcional aos fatos.

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A raiva, por exemplo, é uma reação que nos dá uma quantidade absurda de energia para que saibamos nos defender de uma situação em que alguém está nos prejudicando. No entanto, quando não estamos emocionalmente equilibrados, uma reação de raiva pode ser desproporcional e agravar ainda mais o problema inicial. É o que acontece quando alguém agride fisicamente alguém que o ofendeu, por exemplo.

Inteligência emocional

Para evitar que quadros como esse ocorram, existe a chamada inteligência emocional. Este conceito foi desenvolvido e popularizado nos anos 1990 pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman.

A definição de inteligência emocional é: capacidade de um indivíduo para identificar suas emoções, apurar suas causas, administrar sua intensidade e lidar com elas de forma saudável. Além de nossa relação com nossas próprias emoções, o conceito também engloba a identificação e o respeito às emoções das outras pessoas, isto é, um comportamento de empatia.

Goleman afirma que a inteligência emocional consiste na compreensão racional das emoções, ou seja, a razão e a emoção atuam como elementos complementares.

7 dicas de aprimoramento da inteligência emocional

Para lidar com suas emoções de forma equilibrada, existem alguns hábitos que podem ser bastante úteis. A seguir, você confere os principais deles.

1. Tenha uma noite de sono suficiente

Durante o sono, nosso cérebro organiza as informações aprendidas durante o dia, recupera as energias e equilibra as nossas emoções. A privação do sono, além de comprometer a nossa saúde física e mental, também prejudica consideravelmente nossos níveis de energia e nosso humor para o dia seguinte.

As necessidades de sono variam de um indivíduo para o outro, mas o ideal é que as pessoas tenham uma noite de sono reparador de 6 a 8 horas. No entanto, não é apenas a quantidade que importa, mas também a qualidade. Se você sofre com ronco, apneia ou muitos despertares pela madrugada, procure ajuda. O sono nos ajuda a relaxar e não deve ser negligenciado.

2. Reflita antes de iniciar o seu dia

Ser alguém organizado e bem planejado é um fator que contribui muito para o desenvolvimento positivo de nossas emoções. Algumas pessoas já planejam a agenda do dia na véspera, organizando os compromissos e seus respectivos horários para que nada seja esquecido. Colocar as coisas no papel reduz a preocupação e a ansiedade.

Se você não gosta de organizar a rotina na véspera, faça ao menos uma reflexão no início do dia. Pense em seus compromissos, nas pessoas com as quais terá que lidar, nos itens que deverão ser priorizados. Faça isso com calma, respirando fundo e confiando que você é capaz de dar conta de tudo.

3. Pratique exercícios físicos

Não faltam estudos que comprovam a associação benéfica entre a prática regular de exercícios físicos e o bem-estar mental. É sabido que, durante a atividade física, o organismo produz diversas substâncias, como a endorfina e a serotonina, que produzem uma sensação de disposição e bem-estar.

Quando os níveis desses neurotransmissores estão em quantidade inadequada, surgem problemas como os transtornos depressivos e de ansiedade. Por isso, ser fisicamente ativo é essencial para o equilíbrio de nossas emoções. A dica é escolher alguma atividade que lhe dê prazer, como caminhadas, natação, dança, futebol etc.

4. Medite

A meditação também é uma técnica de relaxamento e de autoconhecimento que possui estudos científicos que a associam ao equilíbrio emocional. Meditar não necessariamente é um ritual religioso, pois é uma prática que pode ser realizada por qualquer pessoa em qualquer lugar — desde que seja um ambiente tranquilo.

Meditar nada mais é do que canalizar toda a sua atenção para um único foco, que pode ser sua respiração, seu corpo, uma paisagem, uma música, um mantra, um objeto etc. Ao concentrar-se nesse aspecto único, o indivíduo reduz a quantidade e a velocidade de seus pensamentos, amenizando as preocupações e ansiedades. Em longo prazo, isso se reflete numa vida de mais consciência e foco no presente, reduzindo os riscos de depressão e transtorno de ansiedade, por exemplo.

5. Cuide do seu humor

Os eventos do dia podem alterar nosso humor, e é natural que assim seja. O trânsito, o transporte público lotado, a cobrança do chefe, a ligação inoportuna, o filho desobediente, entre outros aspectos, podem nos deixar um pouco mais irritados. No entanto, é importante que saibamos identificar o que nos está deixando de mau humor.

Há dias em que ficamos mais “rabugentos” mesmo. Contudo, uma vez passada a situação estressante, é importante fazer alguma atividade prazerosa para recuperar um estado emocional mais agradável. Viver de mau humor do começo ao fim do dia não é nada saudável.

6. Tenha um diário

Como citamos no início do artigo, ser emocionalmente inteligente significa saber identificar as emoções que sentimos no momento e reconhecer as suas causas. Fazendo as relações entre causa e efeito, conseguimos lidar melhor com esses “agentes estressores” e nos aproximar daquilo que nos desperta boas emoções.

Ter um diário facilita esse processo, pois, ao escrever, conseguimos relacionar melhor os sentimentos aos acontecimentos. Além disso, muitas pessoas que possuem diários afirmam que colocar o dia no papel permite que a pessoa “descarregue” tudo o que aconteceu e coloque um ponto final neste capítulo, preparando-se para o próximo.

7. Participe de reflexões em grupo

Você sabia que é muito saudável participar de algum grupo com o qual você se identifica? É positivo para nossa mente conviver com pessoas que passam pelas mesmas situações que nós e que compreendem aquilo que sentimos. Nem sempre a família e os amigos têm essa compreensão. O lado bom é que, pela internet, por exemplo, podemos criar grupos com pessoas com afinidades em comum.

Muitos empreendedores, por exemplo, gostam de se reunir com outros empreendedores para trocarem ideias, impressões, opiniões e também para pedir ajuda sobre questões do dia a dia da profissão. Conversar com quem nos entende e pode oferecer uma palavra amiga é muito saudável.

Por fim, além das dicas acima, não se esqueça de conviver bem com seus familiares e amigos, ter tempo para descanso e lazer e aceitar que a perfeição não existe e que imprevistos acontecem. Evite o pessimismo, mas também não seja um otimista ilusório, daqueles que deixam de se preparar para as circunstâncias.

Que as dicas acima te ajudem a despertar o equilíbrio e a inteligência emocional. Se você tiver mais alguma dica, não se esqueça de registrá-la aqui nos comentários. Por fim, compartilhe este artigo com seus amigos e familiares!