As emoções fazem parte da nossa vida. Elas nos permitem entender melhor os acontecimentos ao nosso redor. Os sentimentos positivos reforçam que aquele acontecimento nos faz bem, o que nos motiva a agir ao encontro desse tipo de situação. Já os sentimentos negativos nos ajudam a reconhecer situações indesejáveis, gerando aprendizados para que saibamos evitá-las futuramente.

Nesse sentido, precisamos saber lidar com as emoções com maturidade, sem reprimi-las, mas sem deixar a racionalidade de lado. Esse ato de saber lidar com as emoções recebe o nome de “agilidade emocional”, mas a sua definição é bem mais complexa. Neste artigo, vamos compreender melhor esse conceito e como colocá-lo em prática no dia a dia. Continue a leitura e saiba mais!

Agilidade emocional: o que é?

A agilidade emocional é a capacidade de uma pessoa de lidar com o seu interior, ou seja, com as suas emoções, pensamentos, sentimentos, decisões, opiniões, história de vida e experiências prévias. Quanto mais uma pessoa desenvolve a habilidade de processar todas essas informações de forma saudável, mais ela consegue construir um futuro de bem-estar.

Esse conceito engloba a capacidade de lidar com as experiências de vida — tanto as boas quanto as ruins. As boas, como citamos, servem para elevar o nosso grau de satisfação e motivação. As ruins, por sua vez, são valiosas fontes de aprendizado acerca do que não devemos fazer daqui para frente.

O termo foi criado pelas autoras Susan David e Christina Congleton, em um artigo chamado “Agilidade Emocional”, publicado na Harvard Business Review. David é psicóloga, coach e professora da faculdade de medicina de Harvard.

Segundo a autora, a agilidade emocional, para ser posta em prática, depende da flexibilidade do indivíduo. A ideia é oposta à rigidez mental, pois é preciso haver fluidez e flexibilidade para que as pessoas possam compreender e interpretar os seus próprios sentimentos, em vez de imediatamente julgá-los entre “certo” ou “errado”.

Agilidade emocional é o mesmo que inteligência emocional?

De fato, os dois conceitos parecem muito semelhantes, mas há algumas diferenças entre eles. A inteligência emocional é a capacidade do indivíduo de reconhecer as suas emoções e de administrar a sua intensidade, equilibrando-as com o pensamento racional.

A agilidade emocional, porém, vai um pouco além desse conceito. Ela envolve não apenas o reconhecimento das emoções, mas também a aceitação delas como parte fundamental da vida, bem como a capacidade de transformar essas emoções em algo mais saudável e produtivo para si.

Por exemplo: uma pessoa pode sentir-se triste por não ter conseguido um emprego que queria muito. Se essa pessoa identifica essa tristeza e consegue administrar a intensidade do sentimento, ela tem inteligência emocional. Se, além disso, essa pessoa usa essa tristeza como um aprendizado e uma motivação para estudar mais e se preparar melhor para os futuros processos seletivos, então ela também tem agilidade emocional.

Dessa forma, uma pessoa com inteligência emocional pode ou não ter agilidade emocional, mas uma pessoa com agilidade emocional obrigatoriamente tem também a inteligência emocional. Os autores esclarecem, porém, que os dois conceitos são importantes para que possamos progredir, tanto na vida pessoal, como na vida profissional.

Como colocar a agilidade emocional em prática?

Segundo Susan David, há 4 passos práticos para que possamos efetivamente adotar a agilidade emocional nas nossas vidas.

  • Não ignore os pensamentos e emoções negativos

Não podemos recorrer à chamada “positividade tóxica”, em que ignoramos os sentimentos negativos e nos culpamos por senti-los. Emoções negativas fazem parte da vida de todo ser humano. Por isso, em vez de ignorá-las ou reprimi-las, devemos acolher essas emoções, que fazem parte de nós, e procurar entender o que elas querem nos dizer. Seja consciente dos seus sentimentos, pensamentos e atitudes, mas sendo gentil consigo mesmo.

  • Entenda os seus pensamentos como eles de fato são

Pensamentos não são a realidade. Eles são apenas pensamentos. Isso significa que você não pode tomar como verdade absoluta tudo aquilo que você pensa. Quantas situações catastróficas você achou que se concretizariam, mas isso jamais aconteceu? Sempre que você estiver mergulhado em um pensamento ou sentimento intenso, tente analisar a situação como se fosse alguém “de fora”. Essa “desconexão” gera uma visão mais realista.

  • Desenvolva e coloque em prática os seus valores

Ter valores e princípios pessoais é muito importante. Segundo a autora, eles se tornam um “norte” nas nossas vidas, sobretudo quando não estamos sabendo lidar adequadamente com determinados pensamentos ou sentimentos. Seguir os seus próprios valores é desenvolver também mais resiliência, força de vontade, eficiência e eficácia nas diferentes áreas da vida.

  • Equilibre-se entre desafios e competências

A vida nos apresenta diferentes desafios em todas as suas áreas: pessoal, profissional, familiar, financeira, entre outros. Cada um desses desafios exige de nós alguma competência ou habilidade para que possamos superá-los. Portanto, sempre que um desafio surgir, não se desespere. Em vez disso, verifique qual é o tipo de competência que essa situação está exigindo de você, de modo que você possa se preparar melhor. São pequenos ajustes mentais.

Qual é a importância da agilidade emocional na vida pessoal?

Compreendendo o significado da agilidade emocional, não fica difícil imaginar todos os benefícios que ela pode oferecer à vida pessoal. Aqui estão os principais deles:

  • Bem-estar: o processo ajuda as pessoas a lidar com emoções negativas; como a raiva, a tristeza e o medo; amenizando os seus impactos sobre o indivíduo.
  • Resiliência: também promove um aumento na capacidade de enfrentar as adversidades e se adaptar a mudanças, equilibrando a razão e a emoção.
  • Clareza de comunicação: quem compreende melhor os próprios pensamentos e sentimentos consegue comunicá-los com mais clareza e serenidade, bem como entender os pensamentos e sentimentos do outro.
  • Empatia: entender melhor o outro também nos ajuda a nos colocar mentalmente no lugar dele em determinadas situações, tornando-nos mais empáticos e solidários.
  • Melhores decisões: esse equilíbrio razão-emoção permite que as pessoas tomem decisões mais ponderadas e eficazes, sem impulsividade.
  • Autoconhecimento: a agilidade emocional faz com que cada pessoa tenha uma noção mais profunda de si mesma, a partir daquilo que pensa, sente, fala etc.
  • Relacionamentos de qualidade: com empatia e clareza de comunicação, naturalmente teremos relações mais saudáveis com amigos, familiares e relacionamentos amorosos.
  • Redução do estresse: aprendendo que emoções e pensamentos não são a realidade de fato, conseguimos administrar o estresse nos momentos difíceis.
  • Mais autoestima: se a agilidade emocional eleva o autoconhecimento, isso significa que a pessoa consegue separar as críticas construtivas das críticas sem embasamento, o que fortalece a sua autoestima.
  • Crescimento pessoal: como um somatório de todos os itens anteriores, o indivíduo encontrará progresso no alcance das suas metas pessoais.

Qual é a importância da agilidade emocional na vida profissional?

Além da vida pessoal, a vida profissional também recebe diversas vantagens com a agilidade emocional, sendo considerada uma importante soft skill.

  • Gerenciamento do estresse: a agilidade emocional ajuda as pessoas a administrarem o que sentem, mesmo diante de projetos complexos, erros, atrasos etc.
  • Tomada de decisão: assim como na vida pessoal, as decisões profissionais também melhoram, pois são tomadas com racionalidade e serenidade.
  • Liderança eficaz: um líder com agilidade emocional consegue conduzir os trabalhos dos liderados sem descontrolar-se emocionalmente, gerando um ambiente seguro e harmônico.
  • Resolução de conflitos: diante de conflitos com chefes, colegas, clientes ou parceiros, a agilidade emocional nos ajuda a encontrar soluções, com mais empatia.
  • Clareza de comunicação: assim como na vida pessoal, quem conhece melhor aquilo que pensa e sente se capacita a expressar tudo isso de forma clara no trabalho — ao falar, ao escrever e ao ouvir o outro.
  • Networking e relacionamentos: com empatia e clareza de comunicação, ótimas parcerias profissionais podem ser formadas, com colegas, clientes e potenciais parceiros.
  • Criatividade e inovação: uma boa administração das emoções nos ajuda a correr riscos calculados, o que é um terreno fértil para inovar e ser criativo.
  • Progresso na carreira: lidando bem com a frustração, com os medos e com a diversidade entre as pessoas na carreira, o indivíduo alcança melhores resultados, até mesmo assumindo maiores responsabilidades.

Como podemos notar, a agilidade emocional transcende o contexto de inteligência emocional, no sentido de que envolve: entender, administrar e transformar os nossos pensamentos e sentimentos de uma forma construtiva. Assim, podemos alcançar excelentes resultados na vida pessoal e na vida profissional ao desenvolver essa poderosa competência.

E você, querida pessoa, como avalia a sua agilidade emocional? Quais são os seus pontos fortes? Em quais aspectos você pode melhorar? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!