Uma pessoa passa, em média, 8 horas do seu dia dedicando-se às suas atividades profissionais. Isso quer dizer ocupamos um terço das nossas 24 horas com o trabalho. É um período considerável de nossas vidas, de modo que ser feliz no trabalho é uma questão que tem ganhado cada vez mais importância.

Você sabia que 70% dos brasileiros sofrem com estresse relacionado ao trabalho? Isso quer dizer ainda são poucas as empresas que se preocupam com o bem-estar dos seus funcionários enquanto trabalham. Para elas, o que importa é a produtividade, mas mal sabem elas que funcionários felizes e motivados produzem muito mais.

Hoje em dia, o trabalho não é visto apenas como uma fonte de renda para as pessoas. Os trabalhadores, especialmente os das gerações mais jovens, têm identificado o trabalho como uma fonte de realização pessoal e de afirmação da sua própria identidade.

Por isso, as pessoas têm procurado atividades que façam sentido para os seus propósitos de vida, fugindo de ambientes onde o trabalhador é visto como uma máquina e não como um ser humano. Aliás, os casos de depressão, ansiedade e síndrome de burnout (esgotamento associado ao trabalho) têm aumentado muito.

Mas o que as empresas podem fazer para desconstruir esse cenário? A seguir, você confere 10 boas práticas para promover conforto e bem-estar no ambiente de trabalho.

1. Benefícios e infraestrutura apropriada

Há diversos benefícios que são garantidos por lei, como as férias, o descanso semanal e o auxílio-transporte. No entanto, há empresas que, para promover mais qualidade de vida aos seus funcionários, disponibilizam também outros tipos de benefícios, como: auxílio-alimentação, creche para os filhos, plano de saúde, plano odontológico, acesso a academias, licença-maternidade expandida, licença-paternidade, entre outros.

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Além disso, há organizações que permitem que os funcionários façam os seus próprios horários, desde que entreguem tudo o que precisa ser feito naquele dia. São modelos que priorizam a produtividade em relação à burocracia. Além disso, é essencial que as instituições ofereçam toda a infraestrutura necessária para que as pessoas convivam com qualidade no ambiente: cadeiras confortáveis, mesas, tecnologia adequada às funções, iluminação, ventilação, refeitórios, banheiros etc.

2. Bom clima organizacional

O clima organizacional é o nome dado ao bom convívio entre as pessoas de uma mesma instituição. Contudo, empresas mais tradicionais tendem a ter líderes autoritários, que gritam, desrespeitam e humilham os funcionários quando cometem alguma falha. Além disso, há empresas em que o machismo, a homofobia, o racismo, entre outras manifestações de preconceito aparecem — veladas ou não.

Uma empresa com bom clima organizacional, por sua vez, preza pela educação e pelo respeito a todos os funcionários, independentemente de sua posição hierárquica, salário, gênero, idade, raça, orientação sexual etc. Nessas empresas, a diversidade é vista com bons olhos, e os erros são entendidos como oportunidades de aprendizado, e não de gritaria e punição.

3. Lideranças humanizadas

Por falar no clima organizacional, é sabido que ele depende em boa parte dos líderes da organização. O comportamento dos funcionários é muitas vezes baseado no comportamento de seus líderes, que servem de exemplo. Se o líder é autoritário, irresponsável, impontual, mal-educado e não assume as suas responsabilidades, é natural que os seus funcionários comportem-se da mesma maneira.

Em compensação, uma liderança humanizada é aquela em que o líder é claro nas suas solicitações, conhece bem os seus funcionários, mantém um relacionamento harmônico com cada um deles, elogia em público e corrige em particular, oferece feedbacks individuais, é acessível e presta auxílio sempre que necessário. Um funcionário que vê essa postura em seu líder se sente mais seguro e confiante em seu ambiente de trabalho.

4. Transparência na comunicação interna

Não há nada mais destruidor do bem-estar numa empresa do que funcionários que percebem que os seus líderes estão escondendo informações. Demissões injustificadas, mudanças que ocorrem da noite para o dia, falta de transparência quanto às contas da empresa e falta de clareza nos rumos que a organização está tomando deixam os colaboradores desconfiados e inseguros.

Por isso, não importa se a empresa esteja vivenciando um bom ou um mau momento, é preciso que todos os seus colaboradores sejam informados. A transparência é a chave de um relacionamento profissional de confiança. Se os funcionários não acreditam na instituição em que trabalham, certamente ela está fadada ao fracasso.

5. Ambientes e momentos para descompressão e integração

Você já trabalhou em empresas em que pessoas de diferentes departamentos nem sequer sabem os nomes umas das outras? Em que não há espaços de convívio, eventos internos ou uma simples confraternização de fim de ano? Pois saiba que esses elementos, que parecem detalhes, podem fazer profundas diferenças na qualidade de vida e na produtividade dos seus funcionários.

Há instituições que investem muito no bem-estar de seus colaboradores. Elas oferecem café da manhã ou da tarde, espaços para descanso, salões de jogos, sessões eventuais de massagem ou de meditação e eventos internos. Uma prática que tem se destacado nesse sentido é a ginástica laboral — sessões de exercícios físicos específicos para combater lesões e doenças relacionadas ao trabalho, geralmente conduzidas por educadores físicos nas empresas.

6. Remuneração adequada

Como citamos anteriormente, hoje em dia, as pessoas não trabalham ou escolhem as suas carreiras exclusivamente pela remuneração que recebem ao fim do mês. No entanto, esse item continua sendo de vital importância, afinal de contas, todos nós precisamos pagar as contas e administrar as nossas finanças.

Nesse sentido, é natural que um funcionário que recebe uma remuneração compatível com as suas funções e que lhe permita viver adequadamente seja uma pessoa mais disposta e feliz, tanto na vida pessoal quanto no próprio trabalho. É sabido que profissionais que não são valorizados tendem a sofrer mais com faltas, desânimo e baixa produtividade.

7. Planos de carreira e bônus por produtividade

Além da remuneração em si, há empresas que ainda oferecem bônus por produtividade — seja um adicional por metas ultrapassadas, seja uma participação nos lucros, por exemplo. Também há instituições que, ao invés de promover essa compensação financeira, apostam em experiências para os seus funcionários mais produtivos, oferecendo jantares especiais ou viagens.

Além desse tipo de “mimo”, todo funcionário também deseja saber quais são as suas possibilidades de crescimento dentro da empresa, geralmente em médio ou em longo prazo. Ninguém inicia uma carreira para sempre fazer a mesma coisa ou sem que haja um reconhecimento por trás disso — que pode vir com um aumento salarial ou com uma promoção de cargo. Por isso, um plano de carreira também é uma solução interessante.

8. Liberdade e autonomia

Outro item que leva mais qualidade de vida às empresas é a liberdade e a autonomia conferida aos trabalhadores. É claro que eles não podem passar por cima das orientações que recebem de seus líderes, mas é importante que cada indivíduo se sinta autor de seu próprio trabalho.

Um professor, por exemplo, precisa seguir o plano de conteúdos elaborado por seu coordenador. No entanto, a maneira como esse professor explicará esse conteúdo, interagirá com as turmas e avaliará o aprendizado dos estudantes é única. É importante que as organizações respeitem a individualidade de cada um, sem impor modelos muito “engessados”.

9. Trabalho com propósito

Além de não se sentir “engessado”, é importante que o trabalhador também não seja visto como um número ou como uma máquina. Ele é um membro de uma equipe, que precisa ver um mínimo de sentido naquilo que faz.

Um funcionário feliz e motivado é aquele que sabe que ele faria falta naquele lugar, pois ele percebe exatamente como os seus saberes e as suas competências são essenciais para as atividades daquela instituição. Ele sente que está numa função compatível com o seu conhecimento e que os seus chefes confiam nos seus talentos. Em outras palavras: ele trabalha com um propósito, e não apenas para “bater o ponto”.

10. Incentivo à educação

Por fim, as empresas que mais se preocupam com o bem-estar de seus funcionários também oferecem cursos, treinamentos e incentivos à educação. Isso é benéfico para os dois lados — tanto para o funcionário, que recicla e adquire novos saberes, quanto para a empresa, que ganha uma equipe mais capacitada.

Um treinamento para um novo software, um curso de inglês ou uma palestra sobre marketing pessoal podem ser excelentes oportunidades de educação e conhecimento ao quadro de colaboradores. Assim, eles se sentem valorizados.

Os dez itens acima correspondem a algumas das estratégias empregadas pelas instituições mais focadas em promover conforto e bem-estar no ambiente de trabalho. Certamente, os funcionários dessas empresas são pessoas mais motivadas, felizes e produtivas!

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Imagem: Por epic_pic