O Brasil é um dos países em que a educação financeira ainda engatinha, mesmo para adultos. Contudo, em outras nações em que o dinheiro não é visto como um assunto tabu, esse conhecimento tem sido compartilhado desde a infância. As vantagens desse processo não são poucas.
Uma criança que aprende sobre o valor do dinheiro e sobre a necessidade de administrá-lo de forma consciente dificilmente será um adulto com problemas graves nessa área da vida. Por isso, se você ainda pensa que dinheiro é assunto exclusivo de adulto, é melhor rever os seus conceitos. Para saber mais sobre a educação financeira infantil, continue a leitura do artigo a seguir!
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7 dicas para ensinar educação financeira para crianças
O objetivo da educação financeira infantil é ensinar a criança que o dinheiro é um item essencial para viver com qualidade, de modo que é preciso organizar os ganhos e gastos ao longo do mês, mantendo um saldo positivo. Esse saber torna a criança mais independente e autoconfiante. A seguir, você vai conferir 7 dicas para promover essa área tão importante do conhecimento junto aos pequenos.
1. Dê mesadas
A mesada é uma quantia a ser combinada entre pais e filhos para que a criança tenha uma verba definida para gastar com o que quiser ao longo do mês. A vantagem da mesada é que ela vai ensinar a criança que é preciso controlar o uso desse recurso ao longo do mês, despertando a consciência de planejamento e consciência em relação ao futuro.
É uma ótima maneira também de mostrar que o dinheiro é um recurso escasso e que precisamos fazer escolhas e comparar preços. Assim, se o pequeno gastou tudo na primeira quinzena, cabe ao adulto ensinar-lhe que é preciso planejar e que ele não dará mais dinheiro. Ações têm consequências, e a administração da mesada é uma boa maneira de ensinar isso.
2. Ensine a pagar contas
Muitas vezes, a criança não tem noção de que tudo aquilo que consumimos demanda dinheiro. A água encanada, a eletricidade, os telefones — tudo isso tem contas a pagar mensalmente. Por isso, mostrar à criança essas contas é uma maneira de despertar essa consciência para evitar os desperdícios.
Mostre aos pequenos as contas, os valores e as datas de vencimento, explicando o que acontece se os débitos não forem pagos. É bacana levá-los aos caixas eletrônicos dos bancos e ensinar-lhes o processo de pagamento, explicando que é preciso ter saldo em conta para pagar o que se deve. Outra dica interessante é levar as crianças ao supermercado para que compreendam os preços dos alimentos e a importância de não desperdiçar.
3. Coloque dinheiro no cofrinho
Outra prática muito benéfica para ser feita em família é ter um cofrinho. Esse hábito mostra o quanto é importante juntar dinheiro e que aquilo que parece pouco, dia após dia, torna-se um montante considerável ao fim do mês. Por isso, estimule a prática em família, mostrando como é fundamental que cada um faça a sua parte.
Ensinar a criança a colocar no cofre uma pequena parte de sua própria mesada é uma ótima ideia para introduzir conceitos como: objetivos financeiros, pensamento em longo prazo, planejamento, investimento e as vantagens do pagamento à vista (em contraponto ao parcelamento).
4. Seja cuidadoso com as regras e com os exemplos que você dá
É importante tomar alguns cuidados para que erros comuns na educação financeira infantil não sejam cometidos. Um deles é recompensar financeiramente a criança quando tira boas notas na escola. A criança precisa entender que isso não é um prêmio, mas uma obrigação que ela precisa cumprir.
Completar o dinheiro da mesada quando a criança gasta tudo na primeira semana também é uma péssima ideia, pois a criança precisa entender que o chefe não fará isso com o salário dela no futuro, por exemplo. Por fim, lembre-se de que você, enquanto adulto, deve dar o exemplo. Assim, não estoure o limite do cartão de crédito, evite o endividamento, planeje os seus gastos e tenha uma reserva de emergência.
5. Ensine vocabulário da área
Ao longo das dicas anteriores, a criança vai se deparar com termos típicos da área financeira, que parecem “de outro mundo” para ela. Aproveite esses momentos para explicar, em uma linguagem simplificada, o que quer dizer crédito, débito, parcelamento, juros, saque, depósito, transferência, investimento, lucro, entre outros.
Uma dica interessante é fazer com que o pequeno tenha um caderno de palavras do universo financeiro. Assim, ele poderá anotar as definições dos termos com as próprias palavras e consultar essas explicações sempre que desejar. Apenas certifique-se de supervisionar esse caderno para que as explicações estejam corretas.
6. Explore o aspecto lúdico das finanças
A gamificação é uma tendência que consiste em transformar qualquer assunto em brincadeira. Nada melhor do que fazer isso junto à criançada, não é mesmo? Por isso, que tal fazer competições e placares para economizar eletricidade, por exemplo? Você pode dar algum prêmio se a conta de luz ficar abaixo de um determinado valor.
Outro momento que pode ser lúdico é o de planejar os gastos de uma viagem. Mostre à criança como tudo aquilo custa dinheiro e como é importante montar uma planilha antes de sair por aí. Por fim, aposte nos clássicos, como o “jogo imobiliário” para que a criança tenha familiaridade com o dinheiro, com as compras, com os ganhos e perdas, e por aí vai.
7. Estimule leituras que exploram o tema para crianças
A leitura desde a infância é um hábito que transforma e amplia os horizontes dos pequenos, tornando-os adultos mais sábios, conscientes e com boas habilidades de comunicação. Aproveite para unir os benefícios da leitura aos ensinamentos de educação financeira.
Existem algumas obras especificamente voltadas para as crianças, que abordam o tema do dinheiro com linguagem leve e divertida. Algumas delas são:
- “Como cuidar do seu dinheiro”, da Turma da Mônica (com autoria de Thiago Nigro e Mauricio de Sousa);
- “Como se fosse dinheiro” (Ruth Rocha);
- “Almanaque Maluquinho — Pra que dinheiro?” (Ziraldo).
Se o pequeno ainda não for alfabetizado, você pode esperar um pouquinho para dar a leitura a ele ou, se preferir, pode ter um momento divertido de leitura em família, lendo e mostrando as imagens às crianças.
O tema da educação financeira tem uma natureza mais complexa, mas tudo fica muito mais fácil quando os conceitos são gradativamente ensinados desde a infância. Dinheiro não deve ser um tabu, já que precisamos dele para viver. Assim, naturalizar o assunto ainda em tenra idade é necessário para a formação de adultos conscientes e habilidosos na administração do dinheiro, evitando as dívidas e as dificuldades de uma vida financeira mal administrada.
E você, querida pessoa, tem ensinado aos seus pequenos o valor do dinheiro? De que maneira explora o tema? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar estas dicas aos seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se interessar pelo assunto? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!
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