EMDR

Serg Zastavkin/Shutterstock O reprocessamento cerebral proporcionado ao EMDR, movimento dos olhos, ajuda na cura de traumas e doenças

Criada pela psicóloga norte – americana, Francine Shapiro, no final da década de 80, a Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares (EMDR, sigla em inglês, de Eye Movement Desensitization and Reprocessing) é uma prática psicoterapêutica, desenvolvida para atender pessoas com algum tipo de estresse ou transtorno pós-traumático.

Devido aos bons resultados obtidos ao longo dos anos de estudo e utilização em terapias, ela passou a ser utilizada também nos tratamentos de depressão, síndrome do pânico e outros transtornos. É um método que permite um reprocessamento neurológico, que tem por objetivo acessar lembranças dolorosas e complicadas.

Sendo isso possível através da integração do sistema neural nos diferentes hemisférios cerebrais, por meio de estímulos oculares que simulam a programação natural da nossa mente, que é realizada, espontaneamente, pelo nosso cérebro, durante o sono.

A técnica do EMDR consiste em fazer com que o próprio cérebro faça uma espécie de autorregulação, sendo observados resultados muito mais rápidos que as terapias tradicionais, para o tratamento de tais transtornos. A ativação das memórias traumáticas é feita através do reprocessamento dos acontecimentos em silêncio, por meio dos estímulos oculares, sem intervenção verbal, realizada por profissionais habilitados para tal função.

Quer vivenciar uma oportunidade extraordinária na sua vida?
Acesse o meu curso “Introdução ao Coaching”,
é um presente!

EMDR e o Processamento Cerebral

PSC

O cérebro processa informação de uma forma espontânea, sendo que quando há um trauma, um fato ruim, ele é processado e compromete a programação, criando disfunções que impedem o bom funcionamento da mente, criando bloqueios e traumas, gerando graves problemas ao indivíduo que passam por problemas de relacionamento, insônia, fobias etc.

Ao realizar um tratamento com a técnica do EMDR são acessadas inúmeras lembranças, e até mesmo situações inesperadas que, a princípio, não estão dentro do contexto traumático. Isso se dá através de estímulos rítmicos e bilaterais que acionam o sistema cerebral, o que possibilita a reordenação dos causadores das lembranças negativas e traumáticas, proporcionando um significado positivo às emoções, revertendo o quadro pós-traumático. É uma terapia que conduz a pessoa a realizar novas e positivas conexões neurais. É como se o movimento dos olhos “ajudasse” o cérebro a lembrar da informação, retirasse o peso do acontecimento ruim, gerando lembranças positivas.

O processamento de informações no nosso cérebro acontece no momento que estamos dormindo. O que é prejudicado quando temos algum trauma, surgindo pensamentos disfuncionais, ocasionando até o comprometimento do bom sono. Nesse sentido, por meio do EMDR se é capaz de reorganizar os fatores que causam as lembranças ruins, permitindo uma cura dos traumas, bloqueios e limitações.

Benefícios da Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares – EMDR:

  • Estimula o autoconhecimento e auxilia na superação de traumas;
  • Promove a quebra de padrões repetitivos;
  • Ajuda na superação de perdas (luto, divórcio, mudanças, entre outros);
  • Auxilia em casos de pânico, fobias e ansiedades;
  • Melhoria em distúrbios do sono, através do tratamento das memórias prejudiciais;
  • Reduz a carga de ansiedade;
  • Auxilia nos processos de ressignificação

Como Acontece a EMDR?

A EMDR é realizada através de sessões que podem ser semanais ou até mensais, dependendo do caso, e a duração varia de 50 minutos até, no máximo, duas horas.

A princípio o paciente relata ao terapeuta as questões acerca de traumas, perturbações, e o profissional avaliará o grau do caso (em uma escala que vai de 0 a 10), o que possibilita quantificar a evolução conforme o tratamento, até que todos os sintomas do paciente tenham desaparecido por completo.

O método é realizado através de exercícios oculares, que visam à estimulação bilateral, promovendo o acesso às lembranças ruins, traumáticas e aos hemisférios cerebrais, onde acontece a reprocessamento dos acontecimentos negativos.

Esses exercícios, promovidos no EMDR, reproduz o movimento que ocorre com os olhos durante o sono, conhecido como Movimento Rápido Ocular (REM). Quando dormimos processamos todas as informações e experiências que passamos durante o dia, em uma espécie de reprogramação e reordenação, um armazenamento.

Ao utilizar as técnicas de exercícios oculares, do EMDR, recria-se esse sistema de reorganização e reprogramação, onde o indivíduo acessa e relembra fatos ruins, conforme o movimento dos olhos e produz emoções positivas. No sono isso acontece de forma espontânea, durante o EMDR esse processo é estimulado. Cada paciente reage de uma maneira a terapia e a evolução depende de cada um.

A prática não é indicada para pacientes que possuem transtornos psicológicos e neurológicos.

Você já perguntou a si mesmo se é verdadeiramente feliz?
Clique aqui e descubra qual é o grau da sua felicidade!

O Movimento dos Olhos e a sua Representatividade

Há muito tempo já se estuda os movimentos dos olhos, e toda sua associação à linguagem. Existem alguns padrões de movimentos dos olhos fáceis de serem identificados, como, por exemplo, quando realizamos o diálogo interno, conversamos com nós mesmo, a tendência que olhemos para baixo e para a esquerda.

O movimento dos nossos olhos, involuntariamente, reage ao nosso pensamento, estão diretamente relacionados, indicando o modo “como pensamos”, não “o que estamos pensando”. Nesse sentido, contamos com os movimentos para baixo, para o alto, acima, abaixo e para o centro, como parâmetro.

Os movimentos frequentemente são rápidos, podendo mudar de direção em frações de segundos. A exemplo de:

  • Quando olhamos para, o alto e a esquerda,significam experiências passadas;
  • Olhos voltados para, o alto e a direita, estamos construindo imagens para possíveis respostas.
  • Olhos voltados para, baixo e a esquerda, são reservados a diálogos internos e um momento de audição passiva
  • Olhos voltados para, baixo e direita, dizem sobre momentos de emoção e sensações cinestésicas.

Segundo o pesquisador Masataka Watanabe, do Instituto Max Planck, de Tübingen, na Alemanha, ver e enxergar são ações bem distintas, uma vez que envolvem duas áreas diferentes do nosso cérebro. Ver consiste em focar a atenção e buscar uma visão mais aprofundada do objeto, já enxergar está no superficial, naquilo que vemos apenas sem analisar.