A adoção é um ato jurídico no qual uma pessoa, que cumpra os requisitos para tal, assume como filho uma criança que está sob a proteção da justiça e que, por diversos motivos, não vive com seus pais biológicos. É uma maneira de unir pessoas que desejam ter filhos com crianças que precisam de pais, selando essa relação através do amor. E uma dúvida bastante comum entre pessoas que têm filhos adotivos está relacionada ao fato de contar ou não a eles sobre sua origem.

Se você está passando por essa situação e não sabe o que fazer, continue acompanhando e considere alguns pontos para tomar a melhor decisão.

Preparamos um teste para VOCÊ descobrir o quanto é FELIZ!
Clique aqui e conheça nosso “Termômetro da Felicidade” !

Os filhos adotivos precisam saber sobre sua origem?

A educação de um filho é algo totalmente pessoal e cabe aos pais determinarem qual é o melhor caminho a ser seguido. Entretanto, quando se trata de adoção, do ponto de vista psicológico é importante sim que a criança saiba a respeito de sua origem, principalmente para que esse fato seja, desde cedo, visto como algo natural e não como um tabu. Lidar com a verdade é muito melhor, tanto para os pais quanto para os filhos, o que certamente irá evitar muitas situações de tensão.

Pense bem, principalmente na fase escolar, é bastante comum que as crianças precisem realizar atividades que envolvam a família, incluindo histórias e fotografias. Isso sem contar no contato com os colegas, que costumam fazer perguntas, principalmente se o pequeno não tiver nenhum tipo de semelhança física com os seus pais. Por mais que se esforce, não conseguirá proteger o seu filho para sempre desse tipo de pergunta. Então, o melhor a fazer é prepará-lo para responder de maneira o mais natural possível.

Como introduzir o tema adoção com os filhos adotivos?

Os pais que já decidiram que realmente irão contar sobre a adoção ao seu filho continuam tendo uma dúvida, que é: qual o melhor momento para falar? A verdade é que não há hora certa, apenas é aconselhável que não seja um evento, por exemplo, esperar a criança completar x anos de idade e chamá-la para uma conversa. O melhor é que isso seja abordado gradativamente, do modo mais tranquilo possível.

PSC

Quem tem filhos biológicos costuma contar para a criança desde o início de sua vida sobre como ela nasceu e se formou dentro da barriga da mãe, muitas vezes com histórias lúdicas. Em se tratando de adoção, isso pode ser feito de modo semelhante. Uma analogia que muitos pais adotivos usam é dizer que o filho foi gerado no coração, cabe a cada família encontrar a melhor maneira de fazer isso.

Um ponto bastante interessante de ser focado dentro desse tipo de conversa, principalmente quando a criança já está um pouco mais crescida, é sobre o quanto ela foi desejada. Afinal de contas, os pais passaram por um longo processo até que a adoção fosse concretizada e fizeram tudo isso porque realmente desejaram aquele filho, de todo o seu coração. Essa é uma maneira de tirar o aspecto pejorativo da adoção e dar a ela um ar especial.

Como lidar com as possíveis reações da criança?

Mesmo que aborde o assunto desde cedo, é natural que a criança comece a fazer perguntas quando tiver mais consciência e conseguir entender o que uma adoção significa. Não há como prever como será essa reação, pode ser que ela se sinta confusa, questione o motivo por ter sido abandonada pelos pais biológicos, sinta raiva e tenha diversos outros tipos de reações. Independente de qual seja, o amor, a paciência e o diálogo são sempre o melhor caminho.

Se seu filho fizer perguntas, responda-as com sinceridade, claro, utilizando uma linguagem adequada para a idade. Caso ele demonstre sentir raiva de seus pais biológicos, ajude-o a ressignificar esse sentimento, fale que cada indivíduo tem os seus motivos e que todos podem cometer erros. Inclusive, mostre que você sente gratidão por essas pessoas o terem colocado no mundo, porque foi através delas que hoje são mãe/pai e filho.

Uma possível reação de um filho adotivo, principalmente daqueles que já têm mais maturidade, é demonstrar o desejo de conhecer os pais biológicos. Se isso acontecer, aja com naturalidade, afinal trata-se de um direito que ele tem. Essa curiosidade de saber mais sobre suas raízes não irá afetar o amor que sente por você. Inclusive, se apoiá-lo, poderão se tornar ainda mais unidos.

Dependendo de como o seu filho reage, pode ser positivo buscar ajuda psicológica. Assim, o profissional irá auxiliá-lo a passar por esse processo e a lidar com os seus sentimentos, dúvidas e inseguranças. Isso também é válido para os pais que desejam se preparar para ter esse tipo de conversa. Porém, lembre-se que essa medida serve para auxiliar, pois não dá para terceirizar essa responsabilidade de contar a verdade ao psicólogo.

Quando os pais decidem não contar

Como disse no início deste artigo, é aconselhável que se conte a verdade sobre a adoção, porém, cabe aos pais decidirem o que acreditam ser o melhor para o seu filho, considerando os seus valores e as suas convicções. Se você e o outro responsável pela criança refletiram e chegaram à conclusão de que não desejam falar sobre o assunto, cabe às demais pessoas da família aceitarem e respeitarem a decisão.

Adotar é um ato de amor de alguém que se abriu para receber um pequeno ser para fazer parte da sua vida da maneira mais intensa possível. E, no fim das contas, o fato de um filho ser ou não biológico pouco importa, porque é através da convivência que os laços serão estreitados e os sentimentos fortalecidos.

Espero que as informações que compartilhei até aqui te ajudem a refletir a respeito de contar ou não sobre a adoção para o seu filho e que sejam muito felizes. Afinal, mesmo que não haja laços sanguíneos, vocês possuem laços de amor, que são mais fortes do que qualquer outra coisa que possa existir.

Caso se sinta à vontade, compartilhe sua experiência no espaço para comentário abaixo e, quem sabe, ajude outras pessoas que estejam passando pela mesma situação.

 

Copyright:  663456385 – https://www.shutterstock.com/pt/g/rido