Bob Deutsch é um antropólogo cognitivo estadunidense, obtendo o título de PhD pela Universidade de Harvard. Ele é consultor da área de inovação e já foi diplomata nos EUA. A experiência obtida no universo do desenvolvimento humano lhe deu o conhecimento para escrever o livro “As cinco virtudes essenciais”, em que compartilha os 5 pontos para uma mente imaginativa, que conduzem as pessoas a uma vida mais feliz.

Segundo Deutsch, a vida contemporânea é marcada por 2 fatores muito importantes: a quantidade absurda de informações que circulam e a elevada velocidade com que as transformações ocorrem. O desafio da mente humana é selecionar esses dados, acompanhar esse fluxo e extrair disso tudo algum sentido.

O desafio está longe de ser simples, mas, com as 5 capacidades da mente humana que o autor compartilha, tudo pode ficar mais fácil.

Como potencializar a mente humana?

Deutsch afirma que os dados e informações são importantes, mas não são tudo. Muitas vezes, o que faz a diferença é a capacidade da mente humana de captar o que está nas entrelinhas, isto é, o que está implícito, para extrair significados e compreensões mais profundos.

Nesse sentido, é preciso desenvolver uma mente criativa e imaginativa, capaz de compreender os contextos e de desenvolver respostas eficazes a eles, o que pode envolver uma boa dose de inovação. Isso nos ajuda a captar ideias e a sobreviver na fluidez e no dinamismo do mundo atual, fortalecendo a nossa mente e as nossas atitudes.

5 capacidades para o desenvolvimento da mente criativa

Deutsch cita que existem 5 capacidades da mente humana que nos ajudam a lidar com a complexidade da competência imaginativa e da fluidez.

1. Viver o sentimento

PSC

Algumas pessoas parecem desenvolver o pensamento de que os sentimentos são empecilhos na vida. Isso não é verdade. Sentimentos e emoções são reações orgânicas aos estímulos do meio, o que nos ajuda a compreender as situações e a agir adequadamente em resposta a elas. É assim que procuramos o que nos faz bem e que nos afastamos do que nos faz mal.

Viver o sentimento é não ter medo de compreender as próprias emoções — o que nos ajuda a entender as suas causas e a administrar a sua intensidade. Quem vive os próprios sentimentos, sem reprimi-los, desenvolve melhor as suas ideias. Além disso, o desenvolvimento dessa sensibilidade nos torna mais empáticos, ou seja, capazes de compreender as emoções dos outros.

2. Suspender o julgamento

Deutsch afirma que precisamos suspender os julgamentos para vivenciarmos o que chama de “estado da alma de ser curioso”. Deixar de julgar as pessoas e as realidades diferentes da nossa é um meio de abandonar a ideia de que só existe o nosso jeito de viver. Essa é a essência da saída da zona de conforto, em que compreendemos outras perspectivas de vida.

Isso nos torna mais humildes, reconhecendo que as ideias do outro também têm valor e que nós podemos aprender com elas. Esse processo amplia os nossos horizontes e aguça a nossa curiosidade de conhecer o que é novo ou diferente. É assim que ampliamos o nosso repertório mental e, consequentemente, exercitamos a mente criativa. Fica difícil pensar em criatividade com a mente fechada, fazendo sempre as mesmas coisas e consumindo sempre os mesmos tipos de conteúdo.

3. Estar aberto

Em consequência do item anterior, quem deixa de julgar o outro abre a sua mente ao que é novo. Dessa forma, as pessoas se tornam mais tolerantes e flexíveis. Mesmo sem concordar com o que o outro diz, conseguem ouvi-lo e compreendê-lo. Além disso, compreendem que pode não existir uma única resposta para resolver um problema, mas várias delas, que precisam ser conhecidas e analisadas.

Deutsch ressalta que todos nós temos a razão e a emoção nas nossas mentes, mas que elas não necessariamente são forças antagônicas. Nós precisamos viver o sentimento e a objetividade como formas complementares de compreender a realidade. Assim, conseguimos combater os preconceitos e manter uma abertura ao que é novo: novas conversas, novos amigos, novas atividades, novas leituras, novas experiências etc. Isso enriquece o nosso repertório e potencializa a mente humana.

4. Utilizar metáforas

Metáforas são figuras de linguagem em que utilizamos um termo no lugar de outro, por manterem entre si uma relação de semelhança. Por exemplo: “o riso é o melhor remédio” — o termo “remédio” é metafórico, estando no lugar de “auxílio” para a superação de momentos difíceis. Segundo Deutsch, utilizar metáforas é um exercício mental de associar ideias, mesmo que aparentemente não combinem.

Assim, o autor defende que o conhecimento não é apenas o acúmulo de informações, mas também a compreensão de como elas se relacionam umas com as outras. As metáforas são uma exemplificação desse processo, exercitando o pensamento criativo e, muitas vezes, promovendo uma compreensão mais clara de determinados conceitos.

5. Entender o paradoxo

Falando em figuras de linguagem, o paradoxo consiste em uma ideia que contraria os princípios lógicos e que aparentemente é contraditória — como o poema de Camões: “O amor é ferida que dói e não se sente”. Entender o paradoxo é o meio que Deutsch encontrou para afirmar que a mente humana é muito complexa e que nem sempre é fácil compreender a realidade. Podemos encontrar ideias antagônicas e verificar que, cada uma no seu contexto, ambas fazem algum sentido.

O desafio está em extrair de cada fonte as ideias que geram algum significado para nós, procurando conectá-las entre si e com as nossas vidas. Viver está cheio de paradoxos, ou seja, de ideias que existem concomitantemente, mesmo que defendam conceitos opostos.

“Uma vez que você se conecta com essas 5 essências, isso se torna um hábito, e é divertido. Faz com que você se sinta vivo, e isso é realmente necessário nesse mundo de hoje”, afirma Deutsch. Portanto, procure desenvolver essas 5 habilidades da mente humana para enriquecer o seu repertório mental, combater preconceitos, associar ideias e aumentar a sua capacidade de compreender a realidade e de agir de forma mais eficaz!

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