Quando falamos em razão e emoção, um dos mais complexos “duelos” da humanidade, é comum utilizarmos o cérebro como o representante da razão e o coração como o representante da emoção. É fato que o coração acelera quando sentimos algo intenso, mas essa reação jamais ocorreria se não fosse justamente pelos comandos do cérebro!
Em outras palavras, é no cérebro que as nossas emoções são processadas, tanto quanto os pensamentos racionais. Mas qual é a parte específica desse órgão em que esses processos tão importantes ocorrem? É o que você vai descobrir com a leitura do artigo a seguir!
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Emoções: o que são? Por que elas existem?
As emoções são respostas mentais e fisiológicas decorrentes de estímulos internos ou externos. Felicidade, tristeza, nojo, raiva, medo e surpresa são apenas alguns exemplos da vasta gama de sentimentos que os seres humanos podem vivenciar. Há basicamente 3 motivos para a sua existência:
- Adaptação: evolutivamente, as emoções ajudaram a nossa espécie a se adaptar às mudanças do meio e a chegar até aqui. O medo, por exemplo, nos ajuda a evitar comportamentos de risco, enquanto a alegria nos motiva a buscar comportamentos que geram resultados positivos.
- Comunicação: expressar as emoções permite que as pessoas demonstrem o seu estado interno e influenciem as atitudes dos outros. É o que ocorre quando expressamos a tristeza, o que pode evocar uma resposta empática de quem estiver ao redor.
- Regulação interna: as emoções também nos ajudam a obter uma regulação interna dos nossos pensamentos e atitudes. Elas nos auxiliam na percepção do que nos faz bem e do que nos faz mal — é o caso da ansiedade, que, embora desagradável, nos ajuda a planejar melhor o futuro.
O comandante das emoções: o sistema límbico
O sistema límbico é um conjunto de estruturas cerebrais responsáveis pelo processamento de todas as nossas respostas emocionais. O nome “límbico” foi dado pelo médico e anatomista francês Paul Broca, em 1978, e vem de “limbo” — já que essas estruturas estão localizadas entre o córtex e o cérebro reptiliano (parte do cérebro que cuida das funções automáticas da nossa sobrevivência).
Esse sistema aparece no cérebro dos mamíferos e é responsável por diversas funções, como: respostas emocionais, comportamentos, memória, motivação e aprendizagem. Ele também nos auxilia nas atividades sociais que promovem a manutenção da espécie e nas respostas que as pessoas dão às mudanças do meio em que estão inseridas.
Estruturas que regulam as emoções no cérebro
Como você já percebeu, é o sistema límbico quem processa as nossas emoções e nos ajuda a construir uma vida em comunidade. Esse sistema é composto por um conjunto de estruturas de neurônios (as células do sistema nervoso), cujas funções são conectadas e complementares. Conheça na sequência as principais dessas estruturas.
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Giro do cíngulo
Também conhecido como “cingulado”, o giro do cíngulo é uma região cuja função é o processamento de respostas emocionais, sobretudo as memórias positivas e aquelas que estão conectadas com cheiros específicos. O giro do cíngulo ainda é responsável pelos comportamentos agressivos das pessoas e pela forma como reagem à dor. É também nessa área que se desenvolvem os aprendizados por reforço positivo ou negativo (recompensa e punição).
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Amígdalas
As amígdalas são duas estruturas cerebrais muito importantes. Elas são as responsáveis por detectar as possíveis ameaças do ambiente e nos preparar para enfrentar essas ameaças por meio de um sistema conhecido como “luta ou fuga”. O medo e a ansiedade disparam reações bioquímicas que elevam os batimentos cardíacos, a tensão muscular, a respiração e a pressão arterial — tudo isso para que possamos nos defender dessas ameaças. As amígdalas também nos ajudam a identificar gestos e expressões faciais.
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Tálamo
O tálamo é a estrutura responsável por realizar a comunicação entre as células nervosas (neurônios) de diferentes áreas do sistema límbico. Ele é encontrado na parte mais interior do encéfalo, em uma localização estratégica entre diferentes estruturas. O tálamo ajuda o cérebro a processar as informações que obtemos por meio dos órgãos dos sentidos, também estando relacionado a algumas funções motoras.
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Hipotálamo
O hipotálamo é importantíssimo, pois é nessa estrutura que é regulada a produção e a liberação de hormônios essenciais para o nosso organismo, inclusive os associados às respostas emocionais. Essencial para o metabolismo, ele faz a comunicação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, que libera esses hormônios. Dessa forma, essa estrutura regula diversas funções automáticas do organismo, bem como outros processos, como o sono, o relógio biológico, a fome, a sede, a temperatura corporal e a atividade sexual.
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Septo
Embora não seja tão conhecido quanto outras estruturas cerebrais, o septo é muito importante em diversas funções. Entre elas, podemos destacar a coordenação das relações entre as sensações de prazer, as memórias e as funções sexuais, como o orgasmo. Acredita-se que, por participar da consolidação da memória, o septo também possa auxiliar nos processos de aprendizagem e no desenvolvimento da motivação para realizar determinadas ações (buscar recompensas e evitar punições).
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Corpo mamilar
O corpo mamilar é uma estrutura que atua como um interruptor, que transmite os impulsos das amígdalas e do hipocampo para o tálamo. Essa estrutura nos permite evocar memórias importantes, como a localização geográfica (que nos possibilita encontrar caminhos) e memórias emocionais (que nos permitem relembrar quais eventos e atitudes nos levaram a resultados positivos e quais nos levaram a resultados negativos).
Em conclusão, as estruturas acima atuam em conjunto no sistema límbico, por meio do qual todas as emoções humanas são processadas e administradas. Por isso, problemas no sistema límbico estão associados a diversos transtornos que afetam as nossas emoções, como a depressão, a ansiedade, o mal de Alzheimer, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e problemas de memória — tanto as recentes quanto as de longa duração.
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