Em um relacionamento, é natural que as pessoas recorram umas às outras em busca de afeto, carinho, auxílio nos momentos difíceis e companhia para compartilhar as alegrias. Entretanto, não podemos permitir que uma relação afetiva se torne uma relação de dependência, em que os envolvidos anulam a própria individualidade.
Quando isso ocorre, estamos diante de um problema, conhecido como “dependência emocional”. Neste artigo, vamos compreender o que é essa dependência, quais são os sinais desse comportamento, quais são as suas causas e consequências, bem como o que é possível fazer para lidar melhor com a questão. Continue a leitura a seguir e saiba mais!
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O que é a dependência emocional? Quais são as suas consequências?
A dependência emocional, que também pode ser conhecida pelo termo “codependência”, é um estado emocional e comportamental em que um indivíduo se percebe como dependente do outro, o que compromete a sua capacidade de relacionar-se de forma saudável e positiva. Além do próprio relacionamento, as consequências podem ser sentidas em outras áreas da vida.
Ocorre uma preocupação excessiva com o parceiro. Onde ele está? Com quem está? Será que ele ainda me ama? Será que ele pensa em mim? Com todos esses pensamentos constantemente na cabeça, o indivíduo deixa de prestar atenção ao trabalho, aos filhos, aos amigos e às demais atividades que compõem o seu dia a dia.
Geralmente, empregamos a palavra “dependência” para nos referir aos vícios, como o álcool e as drogas. O uso do termo também faz sentido nesse contexto, tendo em vista que, nos casos de dependência emocional, quando a pessoa vê o parceiro, os mesmos mecanismos de prazer e recompensa são ativados no cérebro, como se ela realmente estivesse “viciada” no companheiro.
É comum que os casos de dependência emocional sejam registrados entre parceiros amorosos. No entanto, isso também pode ocorrer entre outros familiares (como pais e filhos), entre amigos e até mesmo com autoridades do trabalho. Esse excesso de atenção e apego gera um “sufocamento” e um desgaste elevados na relação, o que, paradoxalmente, tende a colocá-la em crise e até mesmo a encerrá-la. Além disso, pode desencadear diversos outros transtornos da mente.
Quais são os sinais desse comportamento?
Agora que você já compreende o funcionamento dos quadros de dependência emocional e como eles podem impactar a vida das pessoas, é hora de conhecer os sinais de que esse comportamento está se instalando. Fique atento aos comportamentos a seguir para verificar se esse é o caso de alguma das suas relações.
- Atitudes de submissão e obediência ao companheiro;
- Sinais de abstinência e sofrimento na ausência do outro;
- Incapacidade de tomar decisões sozinho, devido à necessidade de consultar o parceiro;
- Sensação de insatisfação contínua, sempre demandando mais e mais atenção do outro;
- Sentimento de vazio emocional;
- Medo de ficar sozinho e de ser abandonado, mesmo que não haja indícios de que isso de fato ocorrerá;
- Pouca ou nenhuma tolerância à frustração;
- Tédio, sobretudo na ausência do parceiro;
- Emoções negativas, com baixa autoestima e comportamentos autodestrutivos;
- Sensação de estar preso à relação, como se nunca mais fosse capaz de viver e de ser feliz sem aquela pessoa por perto;
- Conflitos de identidade.
É essencial ficar atento aos sinais acima para que o parceiro ajude a pessoa a perceber a necessidade de procurar ajuda. Não é saudável que uma pessoa deposite a totalidade da sua felicidade em outro indivíduo. Precisamos encontrar alguém que complemente a nossa felicidade, mas não que nos “complete”, pois nós já somos indivíduos completos.
Por que isso ocorre com algumas pessoas?
Segundo a psicologia, a dependência emocional é um transtorno derivado de um apego que saiu dos limites. O conceito de apego, por sua vez, é definido como a necessidade de buscar aprovação em outras pessoas, ou seja, um desejo de sentir-se querido e amado pelos outros.
Em maior ou em menor grau, todo ser humano tem essa necessidade, já que somos seres naturalmente sociais, que precisamos uns dos outros. É o que ocorre, por exemplo, já na infância, quando o bebê procura a mãe em busca de afeto, atenção e suprimento das suas necessidades.
Na idade adulta, as necessidades mudam, bem como os tipos de afeto que buscamos, mas o fato é que continuamos em busca da aprovação do outro. Isso se vê nas famílias, nas relações amorosas, nas amizades e até mesmo nos ambientes de trabalho.
Quando essa necessidade é muito elevada, o que geralmente ocorre em indivíduos com algum trauma do passado ou com algum problema de autoestima, o apego se transforma em dependência emocional, isto é, em um medo de perder a pessoa e de não conseguir ser feliz sem ela. Nesse caso, os relacionamentos deixam de ser saudáveis, tornando-se “sufocantes”, como citamos acima.
O que fazer para lidar com esse problema?
Sem o tratamento adequado, a dependência emocional pode destruir as relações do indivíduo e desencadear diversos outros transtornos mentais, como os transtornos ansiosos, a depressão, os transtornos alimentares, o estresse, o abuso de substâncias, a insônia e os comportamentos autodestrutivos.
Por isso, na identificação dos sinais acima descritos, é fundamental procurar ajuda profissional o quanto antes. Essa ajuda consiste na consulta a um psicólogo, que poderá compreender melhor o problema que está ocorrendo, identificar as origens desse comportamento e propor um tratamento eficaz para que a pessoa recupere a sua qualidade de vida.
A psicoterapia tem o objetivo de identificar e corrigir os pensamentos irracionais e os comportamentos compulsivos, auxiliando o indivíduo a reconstruir a sua autoestima, a ressignificar os seus relacionamentos e a recuperar o bem-estar. Em alguns casos, o acompanhamento feito por um médico psiquiatra também pode ser necessário.
Concluindo, a dependência emocional é um transtorno de apego e baixa autoestima, em que um indivíduo se sente incapaz de viver e de ser feliz na ausência de uma pessoa. Isso torna os relacionamentos muito delicados e tende a comprometer a qualidade de vida dos envolvidos, demandando um tratamento imediato, antes que transtornos e comportamentos ainda mais graves se instalem.
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