A nutrição comportamental não se limita apenas a propor uma nova dieta, mais adequada às necessidades nutricionais do paciente. É claro que ela também faz isso, mas também procura ir além.

Esse novo e moderno campo procura estudar o cérebro e investigar as causas dessa alimentação desequilibrada, bem como de comportamentos alimentares compulsivos. Ela reúne os saberes da nutrição, da medicina e da psicologia para compreender de forma mais ampla e completa as dificuldades alimentares das pessoas e os reveses que encontram para emagrecer.

Confira, a seguir, quatro importantes diferenciais dessa área:

Modulação de neurotransmissores

Por meio de técnicas terapêuticas, o profissional da área consegue auxiliar o paciente na modulação de importantes neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina. Em pessoas com problemas de ansiedade ou depressão, por exemplo, essas substâncias aparecem em níveis inadequados no organismo.

Assim, algumas pessoas, numa tentativa de se sentirem melhor, comem compulsivamente alimentos que não são muito saudáveis. Daí a importância de compreender os comportamentos do paciente e investigar os neurotransmissores a eles associados.

Autoimagem corporal

A prática terapêutica ajuda o indivíduo a compreender melhor seu organismo e a aceitar que o corpo não é uma máquina. No entanto, ele pode responder adequadamente a hábitos alimentares equilibrados e a uma prática regular de atividades físicas.

PSC

Assim, o paciente consegue perceber que está no controle de sua imagem, além de desenvolver mais autoestima.

Mudanças no paladar

Já se perguntou por que é tão fácil gostar de chocolate e tão difícil gostar de rúcula? Pois é, a nutrição comportamental tem também o poder de ajudar os pacientes a gostarem dos alimentos saudáveis e a desgostarem dos alimentos com baixo valor nutricional.

Por meio de técnicas de desprogramação de memórias alimentares no hipocampo e de introdução de novas memórias alimentares, o terapeuta auxilia o paciente a alcançar seus objetivos, seja de emagrecer ou de manter o peso de forma saudável, com mudanças em suas preferências alimentares.

Mudanças emocionais

Como citado no início do artigo, alterações nos níveis de determinados neurotransmissores podem desencadear problemas de ordem emocional que têm a compulsão alimentar (ou ao menos as más escolhas alimentares) como consequência.

Por isso, os profissionais da área também ajudam seus pacientes a analisarem os momentos em que se alimentam de forma desequilibrada, relacionando-os às emoções que estavam sentindo. Isso é importante para diagnosticar possíveis associações de eventos estressantes ao consumo de alimentos menos nutritivos, à dificuldade de seguir dietas e à desmotivação em praticar exercícios físicos, por exemplo.

Para isso, a nutrição comportamental se utiliza de conhecimentos oriundos de diferentes áreas do saber, como o estudo do cérebro, a inteligência emocional, a terapia cognitivo-comportamental e estudos científicos conduzidos na área da nutrição. De forma holística, essa área procura compreender o indivíduo em suas raízes emocionais e comportamentais para propor novos e mais saudáveis hábitos alimentares.